Psychoanalytic Process

The authors examine the concepts of repression and splitting and their interplay during the psychoanalytic process. Initially, repression was introduced by the clinical phenomenon of resistance, leading to the formulation of the association between intrapsychic conflicts and neurotic symptoms. Later, repression was linked to normal development and to personality organization. Splitting, on the other hand, has been defined in quite diverse ways. The two main definitions are of splitting within the ego, and splitting of representations of the self, and of internal and external objects. Repression and splitting are compared developmentally, dynamically, and with respect to their relationship to psychic functioning and energic conditions. Clinical material is presented from the analysis of a patient who presented with borderline personality organization and narcissistic features. During the initial phase of analysis, splitting associated with projection, projective identification and idealization were the main defence mechanisms. As the analysis progressed and the themes of omnipotence and mourning were explored with the simultaneous working through of drive derivatives expressed in the transference, repression gained ground over the more primitive defence mechanisms. The evolution of the case showed a gradual shift from splitting to repression and the association of repression with a more advanced psychic organization. This development reflected the dynamic movement from borderline to hysterical organization in psychoanalytic nosology.

The authors examine the concepts of repression and splitting and their interplay during the psychoanalytic process. Initially, repression was introduced by the clinical phenomenon of resistance, leading to the formulation of the association between intrapsychic conflicts and neurotic symptoms. Later, repression was linked to normal development and to personality organization. Splitting, on the other hand, has been defined in quite diverse ways. The two main definitions are of splitting within the ego, and splitting of representations of the self, and of internal and external objects. Repression and splitting are compared developmentally, dynamically, and with respect to their relationship to psychic functioning and energic conditions. Clinical material is presented from the analysis of a patient who presented with borderline personality organization and narcissistic features. During the initial phase of analysis, splitting associated with projection, projective identification and idealization were the main defence mechanisms. As the analysis progressed and the themes of omnipotence and mourning were explored with the simultaneous working through of drive derivatives expressed in the transference, repression gained ground over the more primitive defence mechanisms. The evolution of the case showed a gradual shift from splitting to repression and the association of repression with a more advanced psychic organization. This development reflected the dynamic movement from borderline to hysterical organization in psychoanalytic nosology.

Resumo: O presente artigo busca contribuir para a diminuição da lacuna entre a prática clínica e a pesquisa empírica em psicoterapia. Especificamente, o estudo visa refletir sobre o abandono em psicoterapia psicanalítica, levantando hipóteses sobre fatores que poderiam facilitar ou dificultar a adesão ao processo. Foram analisadas as sessões iniciais de dois tratamentos psicoterápicos com pacientes que apresentam Transtorno de Personalidade Borderline conduzidas pela mesma terapeuta. Os tratamentos possuem desfechos diferentes: um apresentou boa adesão e o outro foi interrompido precocemente. As sessões de ambos os casos foram gravadas em vídeo e posteriormente codificadas por duplas de juízes independentes com instrumentos do tipo q-sort que avaliam diferentes aspectos do processo terapêutico. Os resultados obtidos foram integrados com o método clínico de entendimento psicanalítico e sugerem que, na psicoterapia psicanalítica com pacientes borderline, a ausência de comportamentos típicos no processo inicial pode ser um sinal de resistência e pseudocolaboração. Palavras-chave: processo terapêutico; psicoterapia psicodinâmica; transtorno de personalidade borderline.

Ao Professor António Pires, meu orientador, pela disponibilidade revelada e compromisso com o meu trabalho, partilha do seu Know-how e sabedoria e orientações que me permitiram evoluir ao longo da realização da dissertação. Aos meus amigos, que embora longe sei que torcem por mim e me apoiam. Aos colegas do meu trabalho, pela sincera amizade e apoio que sempre demonstraram ao longo destes dois anos em que me ausentei do local de trabalho para realizar o mestrado. Aos meus pais, por tudo o que até hoje me proporcionaram quer a nível profissional quer pessoal, sempre apoiando as minhas decisões e desafios ao longo da vida e apesar de estarem longe, estão incondicionalmente presentes no meu dia-a-dia, no meu coração. À minha querida Avó, que apesar de não poder ler estas minhas palavras, sei o quanto se sentiria orgulhosa por concluir mais esta etapa profissional. A ti Avó, onde quer que estejas, dedico-te esta conquista. Ao meu sobrinho Afonso, que nasceu no decorrer deste meu percurso académico e me deu a alegria de ser tia. Ao Rafa, meu marido, pelo seu otimismo e positivismo na vida, pelo apoio que me foi dando ao longo desta caminhada, em mais um desafio que partilhamos juntos ao longo destes anos e que sempre me transmitiu grande confiança nas minhas capacidades profissionais. A ti, Dinis Maria, meu querido filho que tanto te espero ansiosamente, devo-te um agradecimento especial por me teres "deixado" terminar esta etapa antes de nasceres, foste um bebé muito compreensivo e amigo da mãe e quero que saibas que irás ser muito recompensado, pois quando chegares, terei todo o tempo do mundo para te dar o meu amor! A todos o meu profundo agradecimento.

Freud believed the dreamer's wish amounted to the most powerful motive underlying all dreaming processes. Ángel Garma suggested traumatic memories might play a similar or even greater role. In the present paper, I extend Garma's suggestion and propose that unconscious memories of interpersonal interactions are the basic components of dream narratives. Within this perspective, latent dream content includes a wealth of information about the unconscious experience of the transference situation. Through a clinical vignette, I show the reader how appropriate transference interpretations allow the identification of such transferential emotions and their reintegration within the psychoanalytic field.

Mudança em psicoterapia breve Como ocorre a mudança em psicoterapia? Um estudo empírico do processo de uma psicoterapia breve how chAnge occurs in psychotherApy? An empiricAl study oF A brieF psychotherApy process ¿como ocurre el cAmbio en lA psicoterApiA? un estudio empírico del proceso de unA psicoterApiA breve

Devido a sua alta prevalência, o abandono em psicoterapia tem sido um fenômeno amplamente discutido por clínicos e pesquisadores. Considerando as consequências negativas da terminação prematura do tratamento tanto para os pacientes quanto para os terapeutas e serviços de saúde, este estudo busca conhecer fatores que favorecem a adesão à psicoterapia psicanalítica/psicodinâmica. Foram entrevistados seis ex-pacientes de um instituto de formação em psicoterapia psicanalítica que haviam concluído o tratamento em concordância com seus terapeutas, no máximo, há 12 meses. O conteúdo das entrevistas foi transcrito e analisado a partir da metodologia clínico-qualitativa. O corpus gerou quatro categorias e sete subcategorias, que foram discutidas a partir do referencial psicanalítico/psicodinâmico. Os principais facilitadores de adesão encontrados foram: o relacionamento e a aliança terapêutica, os aspectos relacionados ao setting, às características do terapeuta e do próprio paciente, bem co...

has gifted us with an exciting new book, Freud's Papers on Technique and Contemporary Clinical Practice. The book is primarily a collection of Friedman's previously published papers, with the addition of a helpful introduction, three orienting prefaces, and a short end section. We have the privilege of following Friedman as he thinks through, with great rigour, depth, and insight, issues inherent to what Friedman sees as Freud's empirical discovery of the "strange" experience that is "the psychoanalytic experience … a novel state of unusual mental freedom" (1; all quotes in this review are from Friedman). The papers-now chapters-are beautifully written in prose that is non-technical, clear, and suffused with wit. However, they are not always easy reading. They require concentration and thought, as Friedman takes us into a question, leading us as he thinks it through, always considering and evaluating different alternatives that would challenge or modify his main point. Friedman tends to begin with a thesis, based on an aspect of the analytic stance. He develops it, and then moves to questioning it, often based on post-Freudian challenges. He then challenges the challenges, and ends with a conclusion that reaffirms the initial thesis (and Freud's thinking). The papers are masterful contributions, one after the other. Friedman's focus throughout is on how the analyst's "attitudes" (170) allow the psychoanalytic experience to unfold. He sees Freud's technical recommendations-abstinence, neutrality, and anonymity-as default positions for the analyst, "beacons" (142) within which he can establish and maintain the psychoanalytic phenomena that Freud discovered, and tolerate the necessary ambiguity and paradox that psychoanalysis demands. Friedman writes: "It bears repeating that most of those anti-analytic attitudes (the 'don't's) that Freud's Papers on Technique cautions against are normal social attitudes. It is the task of training to make what is perfectly normal feel inappropriate to analysts while they are at work" (224). Friedman stresses that Freud's technique papers are best understood as a whole. I will review Friedman's book in a similar way, looking at the whole book and his central argument as it develops through the various chapters. I will quote him frequently, so that the reader gets a feel for his writing. Friedman's first point is that Freud's Papers on Technique, as a whole, are a record of Freud's experience. "The technique is not deduced from a model of the mind" (4). Freud's recommendations of anonymity, abstinence, neutrality, etc. are not derived from his drive theory. Rather, Freud's book records "an experiment in the evocation of a certain state of mind; specifically, to see what brings about that particular state and what interferes with it" (3, original emphasis). Psychoanalysis was Freud's "discovery" (3) and the Papers on Technique record Freud's process of discovery. This is important because it allows us to think about Freud's technical recommendations empirically, as ideal positions that affect the unfolding of a psychoanalytic process. We can think, for example, of these recommendations as facilitating or interfering with a patient's capacity to "flirt" with a "virtual reality" (Chapter 9). We can also look at how different analysts balance or collapse the always ambiguous interplay of illusion and "reality," as a way of differentiating between analytic approaches, as Friedman does (150-151, 172-174, for example). Friedman uses Freud's Papers on Technique as the base of his discussion of the analytic stance, and the cornerstone of this base is Friedman's understanding of Freud's concept of working through. Friedman asserts, in three chapters offering close readings of Freud's papers, that Freud concluded that working through is the major mutative agent of psychoanalysis. Working through occurs "in a patient's private experience" (51). Working through is the

The Portuguese version of the Goal Attainment Scaling (GAS; Kiresuk & Sherman, 1968) is the Escala de Objetivos Atingidos and can be used in research or clinical practice as a method for evaluating the results obtained in family therapy, in an intervention program or in other support services oriented to the family group. This version is adapted to the context of family intervention, although the GAS can be used in several populations and contexts. At the beginning of the intervention, this method allows to identify the goals to be achieved, later analyzing the extent to which they were achieved as a result of the intervention. Based on a random sample of 40 cases of Systemic Family Therapy studies of reliability (interrater agreement) and validity (content and social) were performed. The advantages and limitations of using this method of evaluation are explored and some recommendations are made to promote an appropriate implementation.

Psychoanalysts have long relied on the case study method to support the validity of their theoretical hypotheses and clinical techniques and the efficacy of their treatments. However, limitations of the case study method have become increasingly salient as the medical-scientific community and policymakers have increasingly emphasized the need for empirical data. This article describes the progression of an analysis from the perspective of both the treating analyst and an independent research team using empirical methods to study verbatim session transcripts. Empirical measures include the Shedler-Westen Assessment

Resumo: Com a comprovação da eficácia de diferentes modelos de psicoterapia para o tratamento dos distúrbios psiquiátricos, ferramentas de pesquisa que viabilizem a investigação das especificidades dos diferentes métodos são essenciais para determinar qual tratamento é o mais adequado a um paciente em particular. Método: A partir da revisão da literatura, da discussão com experts, da realização de grupos focais e das aplicações iniciais, foi elaborada uma Versão Piloto do Instrumento de Avaliação para Psicoterapia ...

Este trabalho é baseado no estudo da Psicoterapia Cognitiva Narrativa. Neste modelo, a narrativa constitui a matriz fundamental na construção do conhecimento, impondo significação à textura da experiência diária. Será a narrativa que ligará o indivíduo, de um modo interpretativo e multipotencial à existência, oportunizando aos sujeitos, juntamente com o pensamento, construir significados para a sua experiência. O objetivo do estudo é aplicar o modelo de avaliação do grau de estrutura e coerência da narrativa, o grau de conteúdo e multiplicidade além do processo e complexidade narrativa, propostos por Gonçalves e Cols, no discurso oral da psicoterapia narrativa em pacientes que sofrem de Dispepsia Funcional. A amostra será realizada através de um sorteio aleatório com o grupo de clientes que tiveram sucesso e fracasso terapêutico em cada um dos manuais aplicados no tratamento dos pacientes. O critério de sucesso terapêutico é a melhora da qualidade de vida e da sintomatologia da Dispepsia Funcional significativamente maior do que nos controles que não passaram pelo processo terapêutico na pesquisa sobre " A efetividade da Psicoterapia Cognitiva Narrativa como tratamento da Dispepsia Funcional: Ensaio Clínico". O fluxograma do estudo foi programado da seguinte forma: seleção da amostra; codificação das entrevistas segundo os Manuais; comparação dos trabalhos dos juizes, análise dos dados, descrição dos resultados e conclusões. O resultado esperado é identificar características dentro das narrativas que possam predizer sucesso terapêutico, e baseado nessas características, criar novos modelos de atendimento em Psicoterapia Cognitiva Narrativa.

Classicamente, o treinamento em psicoterapia psicanalítica está baseado em um tripé proposto por Freud para formação de psicanalistas: aprendizado teórico, supervisão clínica e análise/psicoterapia psicanalítica pessoal. Por ser uma atividade realizada de forma isolada, sem que o professor/supervisor esteja presente durante a sessão, não há garantia de que esse aprendizado esteja sendo utilizado na prática clínica do terapeuta em formação. Ademais, a aplicação da técnica psicanalítica também depende de características do paciente: quando o paciente não apresenta capacidade de insight e de abstração ou quando necessita de contenção por parte do terapeuta, o terapeuta tende a utilizar técnicas mais diretivas, abordagens de apoio ou técnicas mistas em sua prática 1,2. Diante dessas constatações, questiona-se: os psicoterapeutas de um ambulatório de psicoterapia psicanalítica (Contemporâneo-Instituto de Psicanálise e Transdisciplinaridade, Porto Alegre/RS) de fato atuam psicanaliticamente com seus pacientes? Os pacientes dessa instituição propiciam o uso da técnica psicanalítica durante seus atendimentos? O ambulatório em questão agrega uma escola de psicanálise que forma especialistas em psicoterapia psicanalítica com base no tripé acima mencionado. Decidiu-se, então, submeter à análise de pares de juízes 118 sessões dialogadas de pacientes adultos atendidos no referido ambulatório nos últimos cinco anos, cedidas pelos terapeutas (67 sessões, 56,8%) e seus supervisores (51 sessões, 53,2%). Quinze terapeutas e 81 pacientes estão representados nessas sessões. As sessões foram avaliadas por oito juízes (psicólogos especialistas em psicoterapia psicanalítica), independentemente, após treinamento. Utilizou-se o Instrumento para Avaliação de Sessões Psicanalíticas (IASP), o qual apresenta boa confiabilidade e é composto pelos itens: neutralidade do terapeuta, tipo de intervenções utilizadas, uso de interpretações, uso da teoria psicanalítica para compreensão do material, criação de espaços reflexivos e relação terapeuta-paciente 3,4. A pontuação final da sessão pode variar de 0 a 25 pontos, e sessões com pontuações iguais ou superiores a 13 são consideradas psicanalíticas. O instrumento não mensura a qualidade da sessão e a adequação das intervenções do terapeuta; não há necessariamente correlação entre a aderência à técnica e a qualidade da sessão. Das 118 sessões analisadas, houve concordância em que 106 delas seriam psicanalíticas e que duas não seriam; não houve concordância quanto às demais 10 sessões. Ajustando para Recebido em 28/5/2012 Aprovado em 7/8/2012

Psychoanalysts have long relied on the case study method to support the validity of their theoretical hypotheses and clinical techniques and the efficacy of their treatments. However, limitations of the case study method have become increasingly salient as the medical-scientific community and policymakers have increasingly emphasized the need for empirical data. This article describes the progression of an analysis from the perspective of both the treating analyst and an independent research team using empirical methods to study verbatim session transcripts. Empirical measures include the Shedler-Westen Assessment

Estruturas de interação são padrões repetitivos que ocorrem entre terapeuta e paciente, mesmo que não sejam conscientes por ambos. Na pesquisa empírica, elas ajudam a compreender como se estabelece o processo de mudança em psicoterapia. Nesse sentido, esta investigação utilizou 68 sessões de psicoterapia psicanalítica de um caso do uma jovem paciente com Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) com o objetivo de identificar as estruturas de interação e sua correlação com o tempo de tratamento. Os dados foram gravados em vídeo e posteriormente codificadas através do Psychotherapy Process Q-Set (PQS), por duplas de juízes treinados na metodologia Q-Sort. A partir desses dados, foi realizada a análise fatorial do tipo Q de componentes principais que indicou quatro estruturas de interação, sendo Fator 1: Colaborativo; Fator 2: Resistência; fator 3: Aliança/Ruptura e fator 4: Apoio/Encorajamento. As estruturas indicaram que a interação se voltou para o trabalho de manutenção da inter...

O relacionamento central conflituoso é um padrão pelo qual o indivíduo estabelece os seus relacionamentos interpessoais, sendo sua origem decorrente de conflitos centrais regressivos. Presume-se que, quanto mais rígidos os elementos do conflito, maior a severidade da psicopatologia. Ainda não se sabe se psicoterapias psicodinâmicas on-line produzem modificações em nível intrapsíquico e são capazes de alterar o padrão disfuncional dos pacientes. Portanto, objetivou-se explorar as eventuais mudanças no padrão de relacionamento conflitivo expressos nas sessões finais em relação às iniciais dos pacientes em psicoterapia psicodinâmica on-line. Trata-se de uma investigação naturalística e longitudinal por meio de estudo de caso sistemático. Participaram seis pacientes com sintomas de ansiedade. Utilizou-se o instrumento Core Conflictual Relationship Theme. Os dados foram coletados por meio da transcrição da gravação do áudio e vídeo das sessões que compuseram os tratamentos. Foram analisa...

PSICOLOGIA CLÍNICA E PSICANÁLISE Uso do psychotherapy process Q-set para pesquisas em psicoterapias psicanalíticas: revisão sistemática da literatura The use of psychotherapy process Q-set in psychoanalytic psychoterapic research: systematic literature review Uso del psychotherapy process Q-set en la investigacíon en psicoterapia psicoanalítica: revisión sistemática de la literatura

O presente artigo tem como objetivo realizar uma revisão sistemática da literatura, no período de 2009 a 2015, buscando, através das bases de dados, a contribuição do Psychotherapy Process Q-Set (PQS) para os estudos de processo na psicoterapia psicanalítica. Foram consultados artigos indexados nas seguintes bases de dados: Web of Science, PsycARTICLES e PsycINFO (American Psychological Association), PubMed. Como estratégia de busca foram utilizadas as seguintes palavras-chave:…

Este é um artigo de acesso aberto, licenciado por Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0), sendo permitidas reprodução, adaptação e distribuição desde que o autor e a fonte originais sejam creditados. Resumo. A efetividade de um tratamento costuma ser mensurada pela melhora clínica do paciente. No entanto, um fator importante a ser considerado é a manutenção dos resultados após o término do tratamento. Para isso, o follow-up é uma ferramenta relevante. O objetivo deste estudo foi revisar e analisar de forma sistemática os estudos de follow-up com intervenções clínicas em psicoterapia psicodinâmica de 2006 a 2016. As buscas foram feitas nas principais bases de dados com os seguintes descritores: psicoterapia psicodinâmica, resultado, follow-up e equivalentes. Vinte e sete artigos atenderam aos critérios de inclusão. Os estudos indicam que as psicoterapias são tratamentos efetivos não apenas durante o processo, mas que os resultados tendem a se manter após a alta do paciente. As conclusões indicam que, para avaliar a efetividade de tratamento, as medidas de follow-up devem ser consideradas. Nos estudos que comparavam a efetividade entre modelos de psicoterapia, foi visto que, na maioria dos casos, não existem diferenças significativas entre os grupos, ou seja, os pacientes apresentam melhora independentemente do tipo de psicoterapia. No entanto, evidenciou-se que os modelos de tratamento de longo prazo tendem a apresentar maiores taxas de manutenção da melhora no período após a alta. A manutenção dos resultados do tratamento em longo prazo parece ser um indicativo clínico relevante para ser considerado quando da indicação de tratamento.

Pacientes com Transtorno de personalidade borderline (TPB) possuem características relacionais disfuncionais que impactam seus relacionamentos interpessoais. O objetivo foi o de descrever os padrões relacionais de conflito de uma paciente com TPB da psicoterapia psicodinâmica. Trata-se de um estudo de caso sistemático. Utilizou-se o método Tema Central de Conflito nos Relacionamentos (CCRT). Juízes independentes analisaram as gravações e transcrições das sessões do tratamento. A análise foi realizada com base na frequência dos componentes do CCRT. Os resultados indicam que o conflito central da paciente se mantém o mesmo ao longo do tempo, assim como seu desejo principal, mas há uma mudança significativa nas respostas, ou seja, na forma como a paciente interage em seus relacionamentos, apresentando maior flexibilidade para lidar com os outros e os percebendo mais positivamente. O estudo fornece subsídios aos psicoterapeutas para identificar e trabalhar o padrão de relacionamento dis...

Resumo: Com a comprovação da eficácia de diferentes modelos de psicoterapia para o tratamento dos distúrbios psiquiátricos, ferramentas de pesquisa que viabilizem a investigação das especificidades dos diferentes métodos são essenciais para determinar qual tratamento é o mais adequado a um paciente em particular. Método: A partir da revisão da literatura, da discussão com experts, da realização de grupos focais e das aplicações iniciais, foi elaborada uma Versão Piloto do Instrumento de Avaliação para Psicoterapia ...

Controvérsias sobre a prática de psicoterapias alternativas por psicólogos vêm provocando inúmeros debates. Estas práticas são criativamente estudadas por meio de entrevistas com terapeutas e clientes a respeito de suas experiências. As questões sobre a eficiência e eficácia das terapêuticas convencionais e alternativas são discutidas, considerando-se os aspectos metodológicos e as implicações epistemológicas dos estudos. O número de pessoas que praticam terapias ditas alternativas e de "centros de terapias alternativas" é consideravelmente grande, e tende a aumentar, bem como suas clientelas. Como exemplo destas técnicas pode-se mencionar: "Cromoterapia", "Florais de Bach", "Terapia de Regressão a Vidas Passadas" (TRVP), e "Psicologia Transpessoal". Em Cursos de Psicologia encontram-se muitos estudantes que são admiradores destas terapias, alguns que já são praticantes e outros que pretendem dedicar-se a essas atividades. Um indicativo desta tendência é o grande número de cartazes anunciando cursos, encontros e serviços nos corredores de nossas universidades, próximo aos cursos de psicologia. Sobre as terapias alternativas, seus praticantes, seus clientes e sua proliferação, não há dados estatísticos disponíveis e tampouco há conhecimento sobre a sua eficiência. Entende-se por eficiência a indicação ou especificação da natureza do benefício obtido por pessoas que se submentem a esses tratamentos (Gomes, Reck, & Ganzo, 1988). Marques (1994) interpretou o movimento das práticas alternativas como tratando-se de efeito da pós-modernidade e das mudanças mundiais na Psicologia. Em seu estudo, emergiram como categorias a mudança de paradigma e a psicologia transpessoal, que reúne alguns dos estudos e investigações relacionados às práticas alternativas. Sabe-se que o campo da Psicologia caracteriza-se pela ausência de um vocabulário comum e de um consenso sobre seus princípios básicos, além de haver um grande número de

Embora uma tese seja, pela sua finalidade académica, um trabalho individual, há contributos de natureza diversa que não podem e nem devem deixar de ser realçados. Por essa razão, desejo expressar os meus sinceros agradecimentos: Ao Professor António Pires, meu orientador, pelo acompanhamento do trabalho, pela disponibilidade revelada, assim como pelas críticas, correções e sugestões relevantes feitas durante a orientação. À Carolina Seybert, minha co-orientadora, por me colocar o desafio de tentar sempre fazer melhor, pela competência científica e orientação dada, por me ter ensinado com prazer e dedicação, bem como pela disponibilidade e amizade então demonstradas. À Joana Carmo, pelo inestimável apoio e colaboração na cotação dos resultados. Aos colegas de turma, nomeadamente à Carolina Malheiro, pela partilha de dados. À minha família, pela compreensão e ternura sempre manifestadas, pelo orgulho com que sempre reagiram aos meus resultados académicos ao longo dos anos, e por me terem apoiado a seguir os meus objetivos. Ao meu namorado que com muita paciência e consideração me apoiou diariamente e apazigou as minhas angústias. Aos meus amigos e colegas que tão bem contiveram as minhas ansiedades, e manifestaram carinho e confiança, fazendo-me sempre acreditar que seria capaz! Mais uma vez, a todos os meus sinceros agradecimentos!

This paper reviews significant aspects of the work of Trigant Burrow (1875-1950), an early psychoanalyst who, while less well known than many of his contemporaries, was, as a number of commentators have argued, well ahead of his time. This article discusses four areas of his theory: the preconscious, the nest instinct, and the love subject; primary unity, primary intersubjectivity, and the “I” persona; social images, social neurosis, and the social unconscious; and, finally, group, community, and society. The article argues that the study of Burrow’s work is important firstly, in recognising the historical antecedents of what may be viewed as a social turn in both psychoanalysis and psychotherapy; and, secondly, in helping psychoanalytic thinking to be more open to diversity with regard to marginalised theory and people.

Leo Rangell has made countless contributions to the field of psychoanalysis. This paper presents an overview and a more detailed account of the development of his work. Rangell has advocated for the unification of psychoanalytic theory in what he calls a "total composite psychoanalytic theory." He placed unconscious intrapsychic conflicts at the center of "the human core" and elaborated on five interconnected and contiguous psychic phenomena. These included: anxiety, the "intrapsychic process," a new ego function of unconscious decision-making, the syndrome of the compromise of integrity, and the exercise of free will as an aspect of ego autonomy. Through the development of this intricate and cumulative model he has added significantly to our understanding of clinical and theoretical issues and provided us with wise counsel on complex group, organizational and political dilemmas. His work has focused on how these specific intrapsychic events lead to action as they affect and are affected by the varieties of human experience.

La théorie c'est bon, mais ça n'empêche pas d'exister.» (Charcot) "Psychoanalysis is what is practiced by psychoanalysts." (Sandler) Summary The author considers that the study of convergences and divergences in psychoanalytic clinical practice requires knowledge of what psychoanalysts really do in their practice. He outlines a phenomenology of clinical practice and of processes of validation of the interventions. He also proposes methodologies for studying the practice in its own merits.

Traditional psychoanalytic theory prescribes total patient-analyst separation after termination to facilitate mourning the loss of the analyst. This paper provides a rationale derived from contemporary (especially relational/interpersonal) theory for an alternative conception of termination and follow-up based on the central role of the analyst as a real person involved in a mutually caring patient-analyst relationship. Patient-analyst follow-up may provide numerous positive benefits: The patient may reexperience the analyst's caring, may reinvigorate helpful introjections of the analyst, and may have additional opportunity to deal with unresolved idealization of the analyst. The analyst may learn about the patient's unpredictable, inevitable post-termination changes, positive and negative, and improve his or her understanding of the course and outcome of treatment.

This paper is to show that even through the discourse of a scientific investigation concerning Freud's ideas it has its limitations.  On the other hand a philosophical treatment offered by Popper and Wittgenstein offers a new window to the reader in which to assess Freud's invention: Psychoanalysis.

Traditional psychoanalytic theory prescribes total patient-analyst separation after termination to facilitate mourning the loss of the analyst. This paper provides a rationale derived from contemporary (especially relational/interpersonal) theory for an alternative conception of termination and follow-up based on the central role of the analyst as a real person involved in a mutually-caring patient-analyst relationship.