Teaching Documents by Luana Brunely D A Silva

2, 2025
Este artigo apresenta uma reflexão com bases teóricas sobre a importância da construção do pensam... more Este artigo apresenta uma reflexão com bases teóricas sobre a importância da construção do pensamento decolonial no espaço museal, a partir do reconhecimento de novas abordagens e narrativas contra-hegemônicas. Também serão apresentadas as atividades desenvolvidas no Museu da Inconfidência a partir do projeto de extensão “Museus Em Movimento”, coordenado pelo professor Marcelo Abreu do departamento de História da Universidade Federal de Ouro Preto/UFOP, que surgiu como continuidade ao projeto de extensão “Museu da Inconfidência e Direito à História: pesquisa do acervo e curadorias compartilhadas com os movimentos culturais de Ouro Preto”, realizado no ano de 2023. Nesse sentido, as atividades de extensão estão sendo desenvolvidas a partir da proposta de uma curadoria compartilhada com movimentos sociais/culturais da cidade de Ouro Preto, que produzem perspectivas afro-diaspóricas sobre a história da cidade: Palma Preta, Outro Preto, a Guarda de Moçambique de Nossa Senhora do Rosário e Santa Efigênia e a Mina Du Veloso. O projeto também mobilizou atividades no Museu da Inconfidência, com foco na produção de histórias plurais que expressassem a presença dos grupos sociais subalternizados na história brasileira, como oficinas para professores e debates públicos, por exemplo. Assim, o projeto se mostra pertinente na construção da história pública, uma vez que visa apresentar a construção da narrativa histórica apresentada nos museus em colaboração com as comunidades e grupos sociais num processo de democratização da memória. Tal proposta assume compromisso com a história pública como movimento caracterizado pela autoria compartilhada e escritas colaborativas usando diferentes linguagens.

A valorização do protagonismo do povo preto no Ensino de História: Experiência docente no Programa Residência Pedagógica , 2024
Este relato fundamenta-se na experiência como residente docente em História no Ensino Fundamental... more Este relato fundamenta-se na experiência como residente docente em História no Ensino Fundamental e na reflexão entre a teoria e prática em sala de aula no tocante à luta contra a discriminação racial a partir do ensino de História. Dessa forma, pretende-se expor o desenvolvimento da proposta de intervenção inserida em conjunto de observações realizadas nos espaços físicos da escola, bem como leituras que foram realizadas e apontamentos elaborados durante a reunião geral com o professor preceptor do Programa de Residência Pedagógica-CAPES, coordenadores e demais residentes. Durante a realização da atividade sugerida, foi possível verificar que os alunos estavam interagidos, o que possibilitou realizar discussões a respeito do racismo, discriminação, apagamento/silenciamento e embranquecimento da história das pessoas negras. Além disso, no final da atividade se identificou a mudança do olhar dos alunos em relação à história do povo preto, alcançando os objetivos da atividade. Ademais, uma educação que parta depráticas pedagógicas de resistência e política que problematizam a realidade do estudante, torna-se uma ferramenta política importante no processo de transformação social.

O USO DA ARTE EDUCAÇÃO NO ENSINO DE HISTÓRIA PRÉ-COLONIAL, 2024
A construção da narrativa sobre a História do Brasil, a datar a partir de 1500, por anos, negou a... more A construção da narrativa sobre a História do Brasil, a datar a partir de 1500, por anos, negou a história dos povos originários que viviam nessa terra antes da chegada dos invasores europeus. Kaká Werá Jecupé (2022, p.1), aponta que o Brasil “é a terra dos mil povos”, esses habitantes já residiam nesse território há cerca de milhares de anos antes do processo de colonização. Diante disso, o artigo visa promover um debate acerca da importância da construção de um ensino decolonial que busque romper com a narrativa colonialista acerca da história pré-colonial brasileira. Para isso, o objetivo do estudo busca apresentar uma proposta de aula que utilize a arte educação por meio do grafismo indigena presente no povo Asurini Trocará, como uma ferramenta didáticapara o ensino de história pré-brasil para alunos do 6° ano do ensino fundamental. Dessa maneira, a metodologia utilizada será da etno-história que visa apresentar o grafismo como uma fonte histórica a partir da epistemologia indigena longe dos paradigmas coloniais. Sendo assim, o uso da arte nessa proposta se dispõe a criar uma didática inclusiva que parte de outras maneiras de se ensinar história no ensino tradicional
Books by Luana Brunely D A Silva

Estado, necropolítica e as chacinas nas prisões brasileiras: projeto colonial no tempo presente, 2024
A escravidão na modernidade foi disseminada por meio de um universalismo civilizacional com base ... more A escravidão na modernidade foi disseminada por meio de um universalismo civilizacional com base em uma categorização racial a partir da qual grupos não brancos foram sujeitos ao estigma de raça inferior/irracional. Essa experiência histórica perpetuou-se ao longo
dos séculos, sendo base estrutural das relações sociais e na formação do Estado/Nação. Neste sentido, as relações sociais e culturais têm sido pré-estabelecidas a partir de traços raciais e geográficos, ou seja, é definido quem deve dominar e ser dominado a partir do reconhecimento de um integrante de determinado grupo étnico-racial e classe social. A partir dessa desnaturalização das relações sociais, e entendendo o processo histórico da consolidação do perfil criminoso, o campo da criminologia crítica passou a investigar os processos históricos que elaboram as normas penais e quais corpos eram privados de liberdade e punidos. Nesse sentido, percebe-se que o processo de criminalização e privação da liberdade serve às elites para domínio e legitimação da desumanidade, direcionando diversos meios de repressão criminal para as camadas mais pobres da população, incluindo o fornecimento dos meios de
legitimação desses instrumentos contidos no sistema punitivo das prisões. Tal processo só é possível por meio do racismo institucional. Assim, essa experiência de controle dos corpos indesejáveis serve à manutenção do status quo a partir de uma lógica colonial que podemos
compreender melhor com base na análise do conceito foucaultiano de biopolítica. Por esse ângulo, a biopolítica/biopoder é entendida enquanto forma globalmente decisiva no exercício cotidiano de um controle policial/vigilante que investe na preservação da vida por meio da
aniquilação da própria vida dos corpos indesejáveis, legitimando quem deve viver e quem deve morrer. Em conjunto com os apontamentos anteriores, ao explicitar que corpos não brancos torna-se alvo de violência e sofrimento ao estarem mais sujeitos ao poder disciplinar e punitivo
do Estado, esse trabalho possui o objetivo de apresentar os resultados parciais da pesquisa desenvolvida no âmbito do Programa de Iniciação Científica da Ufop e financiado pela CNPQ cuja temática é voltada para um estudo de caso: a chacina do Carandiru. Visando entender
como a lógica racista de extermínio que se mantém nos espaços carcerários evidencia que essa realidade é construída com base em uma colonialidade que se manteve ao longo da história, logo o aprisionamento em massa de pessoas negras é uma expressão dessa violência.
Palavras-chave: Racismo estrutural, Colonialidade, Prisão.

Seção VII do Ebook, 2024
perfil de criminoso encontrado no sistema prisional brasileiro está
ligado à permanência da est... more perfil de criminoso encontrado no sistema prisional brasileiro está
ligado à permanência da estrutura colonial, que é (re)estruturada pelo
aprisionamento significativo da população de baixa renda e de jovens
negros periféricos. Nesse contexto, a violência e a morte tornam-se presentes
nos espaços prisionais, no sentido em que esse ambiente é configurado como
um estado de exceção de direitos assegurados por lei, tais como à vida, pois
aqueles indivíduos são vistos como desumanos sob uma lógica colonial.
Assim, ao entender a realidade do sistema prisional — a partir de uma
leitura decolonial, como espaço de subalternidade e privação de liberdade,
na contemporaneidade, contra determinado grupo, à luz de análise de
Achille Mbembe (2018) — é possível visualizar a manutenção do colonialismo
e repressão contra jovens negros e pobres, evidenciando um passado que
persiste no presente.
Papers by Luana Brunely D A Silva

v. 7 n. 2: Dossiê - História Literária Amazônica: novos percursos, 2024
O presente trabalho visa apresentar duas propostas de ensino que buscam reconhecer os gêneros mus... more O presente trabalho visa apresentar duas propostas de ensino que buscam reconhecer os gêneros musicais rap e funk, que são predominantemente produzidos e consumidos por jovens moradores de periferia, como fontes musicais no ensino de História. Nesse sentido, o trabalho se justifica pela necessidade de (re)pensar e construir um processo de aprendizagem democrático, que possibilite um diálogo direto com os estudantes por meio da música a partir da metodologia de ensino freiriana. O rap e o funk, sendo ritmos musicais muito discriminados no país, muitas vezes encontram barreiras para sua aceitação em sala de aula. Porém, ao trabalhar o ensino de História dentro de sala de aula, o professor precisa se posicionar contra as opressões sociais a partir da sua prática de ensino. Logo, o ensino de História precisa estar de acordo com um posicionamento político contra toda e qualquer opressão, discriminação e preconceito social. As discussões inseridas no texto e as propostas de ensino também buscam enriquecer o debate sobre a importância da construção de um ensino popular, que reconheça a sabedoria e a cultura orgânicas pertencentes às camadas populares. Tais colocações fundamentam-se nas experiências como residentes docentes em História no Ensino Fundamental, como também, nas vivências como estudantes periféricos que muitas vezes não se enxergaram no ambiente escolar.
Artigo by Luana Brunely D A Silva
Anais. VI Semana Científica do Agreste Pernambucano, 2025
O objetivo principal do presente trabalho é apresentar os resultados finais da pesquisa de inicia... more O objetivo principal do presente trabalho é apresentar os resultados finais da pesquisa de iniciação científica financiada pelo CNPq, sob a orientação do professor Luciano Magela Roza, titular do Departamento de História da UFOP. A pesquisa investigou como a memória da história afro-brasileira é abordada nos recortes temáticos da Abolição e do Pós-abolição nos livros didáticos aprovados pelos Editais do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) de 2017 e 2020.
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Teaching Documents by Luana Brunely D A Silva
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dos séculos, sendo base estrutural das relações sociais e na formação do Estado/Nação. Neste sentido, as relações sociais e culturais têm sido pré-estabelecidas a partir de traços raciais e geográficos, ou seja, é definido quem deve dominar e ser dominado a partir do reconhecimento de um integrante de determinado grupo étnico-racial e classe social. A partir dessa desnaturalização das relações sociais, e entendendo o processo histórico da consolidação do perfil criminoso, o campo da criminologia crítica passou a investigar os processos históricos que elaboram as normas penais e quais corpos eram privados de liberdade e punidos. Nesse sentido, percebe-se que o processo de criminalização e privação da liberdade serve às elites para domínio e legitimação da desumanidade, direcionando diversos meios de repressão criminal para as camadas mais pobres da população, incluindo o fornecimento dos meios de
legitimação desses instrumentos contidos no sistema punitivo das prisões. Tal processo só é possível por meio do racismo institucional. Assim, essa experiência de controle dos corpos indesejáveis serve à manutenção do status quo a partir de uma lógica colonial que podemos
compreender melhor com base na análise do conceito foucaultiano de biopolítica. Por esse ângulo, a biopolítica/biopoder é entendida enquanto forma globalmente decisiva no exercício cotidiano de um controle policial/vigilante que investe na preservação da vida por meio da
aniquilação da própria vida dos corpos indesejáveis, legitimando quem deve viver e quem deve morrer. Em conjunto com os apontamentos anteriores, ao explicitar que corpos não brancos torna-se alvo de violência e sofrimento ao estarem mais sujeitos ao poder disciplinar e punitivo
do Estado, esse trabalho possui o objetivo de apresentar os resultados parciais da pesquisa desenvolvida no âmbito do Programa de Iniciação Científica da Ufop e financiado pela CNPQ cuja temática é voltada para um estudo de caso: a chacina do Carandiru. Visando entender
como a lógica racista de extermínio que se mantém nos espaços carcerários evidencia que essa realidade é construída com base em uma colonialidade que se manteve ao longo da história, logo o aprisionamento em massa de pessoas negras é uma expressão dessa violência.
Palavras-chave: Racismo estrutural, Colonialidade, Prisão.
ligado à permanência da estrutura colonial, que é (re)estruturada pelo
aprisionamento significativo da população de baixa renda e de jovens
negros periféricos. Nesse contexto, a violência e a morte tornam-se presentes
nos espaços prisionais, no sentido em que esse ambiente é configurado como
um estado de exceção de direitos assegurados por lei, tais como à vida, pois
aqueles indivíduos são vistos como desumanos sob uma lógica colonial.
Assim, ao entender a realidade do sistema prisional — a partir de uma
leitura decolonial, como espaço de subalternidade e privação de liberdade,
na contemporaneidade, contra determinado grupo, à luz de análise de
Achille Mbembe (2018) — é possível visualizar a manutenção do colonialismo
e repressão contra jovens negros e pobres, evidenciando um passado que
persiste no presente.
Papers by Luana Brunely D A Silva
Artigo by Luana Brunely D A Silva