Papers by Vitor E. Maia Ferreira

Encontro de Pesquisa em História - Anais, 2019
Partindo da análise das coleções aprovadas nos editais do PNLD referente aos anos 2008, 2011 e 20... more Partindo da análise das coleções aprovadas nos editais do PNLD referente aos anos 2008, 2011 e 2014, torna-se possível levantar alguns apontamentos acerca da representação dos movimentos sociais com caráter racial no Brasil entre os anos 1960 e 1990. O primeiro destes, trata-se na constante exaltação dos movimentos Tropicalistas e estudantis como fator primordial para o processo de “distensão” (GASPARI, 2004, 21), o que em contrapartida obscurece as atividades desenvolvidas pela principal articulação cuja o foco era a questão racial do negro brasileiro, o MNU (DOMINGUES, 2008, p.103; SILVA, 2011, p.15-16). Deste modo, o ocultamento da participação dos afro-brasileiros nesse período, resulta na sua omissão representativa na “ordem dos livros” (CHARTIER, 1996) em períodos mais contemporâneos o que evidencia a importância de trabalhos que abordem questões étnico-raciais no período pós-abolição. E em outra chave, neste mesmo universo de análise, temos a frequente representação dos movimentos sociais afro-estadunidense e também no recorte adotado para analisar as atividades sociais ocorridas no Brasil. Nesta capitalização do passado, personifica-se a figura de Martin Luther King em boa parte dos livros analisados, esporadicamente a imagem de Malcom X e de maneira mais rara, o “Partido dos Panteras Negras”. O que este paralelo nos possibilita refletir? Qual seria então este molde? Quem o define e o porque sua inclusão em um objeto tão importante no processo de ensino-aprendizagem como o livro didático? Além disto, esta representação deixa uma lacuna reflexiva, ao ver que, ao nos apresentar as lutas raciais travadas pelos afro-estadunidenses, nos permite pensar sobre estes mesmos preconceitos no Brasil e durante o mesmo período. Eles não existiam por não serem representados? Entretanto, o recorte temporal adotado para os livros analisados (2008-2014), nos permite apontar uma considerável (mas não satisfatória) “abertura” para os sujeitos africanos e afro-brasileiros no período pós-abolição (ROZA, 2014), deste modo, o presente trabalho, visa contribuir para o tensionamento sobre a representação destes em um recorte específico que é comumente ocupado pelos mesmos
atores.

Revista Epígrafe , 2020
Resumo: Partindo das contribuições teóricas de Chartier (1991), Hall (2016) e Ricouer (2007) acer... more Resumo: Partindo das contribuições teóricas de Chartier (1991), Hall (2016) e Ricouer (2007) acerca do conceito "representação", o presente trabalho utilizou como objeto 18 volumes de livros didáticos (e cada um destes de uma coleção distinta) aprovados e reeditados pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) nos anos de 2008, 2011 e 2014 e destinados ao último ano do Ensino Fundamental. Procurou-se identificar os tratos dispensados à experiência afro-brasileira no pós-abolição, especificamente no recorte das atividades do Movimento Negro Contemporâneo aqui por nós entendido como entre 1970 e 2000. Tal adoção temporal se justifica por permitir que outras variantes de resistência sejam identificadas para além do modo institucionalizado que tem seu início marcado tradicionalmente em 1978 com o surgimento do Movimento Negro Unificado (MNU). Ademais, estende-se o recorte de análise dos livros didáticos até 1960. Tal ação se justifica por permitir que nos atentemos para as atividades estadunidenses semelhantes que se intensificam sobretudo nas décadas de 50 e 60 e, assim, apontar de que maneira a narrativa didática a aborda. Concluído tal movimento, torna-se possível sustentar algumas propostas, como: preferências sobre o que é entendido como "movimento social", o que se desdobra na continuidade de "valores" que eram forçosamente propostos pelo Regime Militar (1964-1985) vigente no período. Assim, pretende-se apontar para a afirmação de que o Movimento Negro Contemporâneo brasileiro carece de maior espaço nas coleções didáticas para que se atribua a luta do Movimento Negro maior sentido de longevidade e continuidade.
Este estudo tem como objetivo apresentar dados preliminares do Projeto Memória Rádio UFOP relacio... more Este estudo tem como objetivo apresentar dados preliminares do Projeto Memória Rádio UFOP relacionado à emissora Educativa 106.3 FM, sediada em Ouro Preto, em Minas Gerais. A metodologia empregada foi a coleta de dados por meio da História Oral com antigos e atuais colaboradores da emissora, análise documental por meio de pesquisa no Banco de Teses e Dissertações da Capes, da Scielo, na sede da emissora e junto aos seus colaboradores, e inventário relacionado aos nomes das produções e dos colaboradores ao longo de 19 anos de sua existência. Considerando o problema de retenção e socialização da memória cultural da emissora, torna-se possível questionar os meios de se manusear as memórias (a memória cultural de forma específica) na pós-modernidade. Palavras-chave: Rádio UFOP Educativa, Memória, Modernidade.
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