Papers by Amilcar Torrão Filho
História (São Paulo), 2024
A peregrinação é um gênero, ou subgênero, da
literatura de viagem que retrata a visita a lugares
... more A peregrinação é um gênero, ou subgênero, da
literatura de viagem que retrata a visita a lugares
sagrados, túmulos de santos, locais de culto,
que tem como função purificar os pecados do
peregrino e colocá-lo em contato com o divino.
No século XIX dois viajantes recuperam um
gênero em decadência para tratar de um outro
tipo de experiência do sagrado, a transformação
do próprio ser e a recomposição de uma
autobiografia problemática. Este artigo trata
da forma como François Chateaubriand e Flora
Tristan mobilizam o gênero da peregrinação
para criar uma nova forma narrativa, a Viagem
Romântica Literária.
A arquitetura da alteridade : a cidade luso-brasileira na literatura de viagem : (1783-1845)
Abriu: Estudos de Textualidade do Brasil, Galicia e Portugal, 2020
sues related to the slave trade. At that moment, they witness the overcoming of colonial ties in ... more sues related to the slave trade. At that moment, they witness the overcoming of colonial ties in Portuguese America and the construction of the national state and the Brazilian nation. A recurring observation is the need to overcome the links with Portuguese culture, seen as an unhealthy origin that prevented the development of civilization through ignorance, superstition and the deleterious influence of slavery. This image ended up being transferred to Brazilian histography, especially after the publication of Sérgio Buarque de Holanda's classic, Raízes do Brasil, in 1936. This article intends to review some of these images about Portuguese civilization in Brazil by British and French travelers.
La literatura de viajes y la ciudad luso-americana
A cidade em escombros: o catolicismo luso-brasileiro na literatura de viagem francesa
A cidade luso-americana na literatura de viagem: local de encontros, espaço de alteridade (notas de pesquisa)
A cidade da conversão: a catequese jesuítica e a fundação de São Paulo de Piratininga
Revista USP, Nov 1, 2004
Cadernos Pagu, Jun 1, 2005
This paper discusses the importance of gender studies for history, recovering some of its most im... more This paper discusses the importance of gender studies for history, recovering some of its most important discussions and reviewing their appearance on the historiography in the second half of the twentieth century. It searches to include the construction of masculinity as a correlate process of the determination of feminine identity, and it discusses the issue of homosexuality as an integrant part of the construction of misogyny.
La ciudad en escombros. Imágenes del catolicismo luso-brasileño en los viajeros británicos
Revista Estudos Feministas, Jan 15, 2018
Pérégrinations d'une paria é um relato da viagem iniciática de Flora Tristan pelo Peru, em busca ... more Pérégrinations d'une paria é um relato da viagem iniciática de Flora Tristan pelo Peru, em busca da proteção de sua família paterna, e é o primeiro livro que torna conhecida a sua autora. Neste artigo defendo a ideia de que o livro, assim como seu Nécessité de faire un bon accueil aux femmes étrangères (1835), elabora uma teoria da luta social, empreendida por Tristan em seu retorno à Europa, que tem como ponto de partida a liberdade da mulher adquirida pela liberdade de movimentos, pela possibilidade de viajar e de comparar a sua sociedade com as demais sociedades, adquirindo nesse processo consciência social e política.
Un littoral déchu ou la grande São Vicente détrônée par la Rochelle pauliste (1681-1766)
Presses universitaires de Rennes eBooks, Mar 18, 2017
La construction de l’objet Si la ville a été prise en compte au xixe siècle en tant qu’objet d’un... more La construction de l’objet Si la ville a été prise en compte au xixe siècle en tant qu’objet d’une nouvelle science théorique et technique – l’urbanisme – cette notion a toutefois été relativement délaissée par l’historiographie, étant considérée seulement comme la simple scène où se jouaient les « faits » historiques. La ville coloniale a été l’objet d’une série de travaux – depuis la publication du célèbre ouvrage de Sérgio Bua..

Este trabalho tem como objetivo rever algumas imagens da cidade luso-brasileira nas narrativas de... more Este trabalho tem como objetivo rever algumas imagens da cidade luso-brasileira nas narrativas de viagem de autores franceses e britânicos, que foram muitas vezes incorporadas pela historiografia. Procuro em algumas definições do gênero literatura de viagem, maneiras de compreender como se formam as imagens conceituais sobre a cidade brasileira e como o espaço urbano serve, neste período, como um espelho da alteridade entre a Europa "civilizada" e "polida" e os territórios de administração ou origem portuguesa, considerados decadentes e "bárbaros", no período de superação dos vínculos coloniais e de criação do Estado Nacional brasileiro. Meu objetivo não é reconstituir uma suposta "realidade" das cidades, como elas eram quando visitadas por estes viajantes, mas verificar como questões retóricas, de estilo e teorias prévias, trazidas em suas bagagens, condicionam a descrição das experiências do mundo tangível.
História & Perspectivas, Jun 24, 2019
Resumo: O corpo feminino foi um dos grandes mistérios para os viajantes europeus que visitaram o ... more Resumo: O corpo feminino foi um dos grandes mistérios para os viajantes europeus que visitaram o Brasil entre os séculos XVIII e XIX. De um lado a mulher branca não correspondia aos ideais clássicos de beleza e recato; por outro, a beleza parecia estar ao lado das mulheres negras ou mulatas. Este artigo pretende rever algumas das imagens criadas pela literatura de viagem sobre a mulher luso-brasileira, revisitando alguns mitos como a ausência de mulheres nos espaços públicos, o ciúme "oriental" de seus pais e maridos, o desleixo das mulheres brancas e a sensualidade das negras e mulatas.

Urbana, Dec 23, 2015
jan /ago (2015). Dossiê História Urbana: a configuração de um campo conceitual Ao definir o espaç... more jan /ago (2015). Dossiê História Urbana: a configuração de um campo conceitual Ao definir o espaço de constituição do capitalismo e da modernidade, Fernand Braudel, em seu clássico Civilização Material, Economia e Capitalismo, não hesita em afirmar a cidade como o lócus de construção histórica desta modernidade. As cidades são, para este autor, como transformadores elétricos: elas aumentam as tensões, precipitam as trocas, removem a vida dos homens. São nascidas da mais revolucionária divisão do trabalho: campo de um lado, atividades urbanas do outro. A cidade é cesura, ruptura, destino do mundo. Ao surgir com a escritura ela abre as portas para a história; quando renasce na Europa no séc. XI a ascensão do continente começa, quando ela floresce na Itália, é o Renascimento. Tão importante quanto seu conceito de longa duração, muitas vezes referenciado entre historiadores e cientistas sociais, Braudel ao dar tamanha importância ao espaço e à cidade também pensou num conceito que desse conta da dinâmica que envolve a cidade e a história, a pouco citada longa dimensão. A vida da cidade está associada a um espaço de longa dimensão, de onde vêm seus homens, onde estão suas relações comerciais, cidades, vilas e mercados que aceitam os seus pesos e medidas ou suas moedas, ou que falam a sua língua dialetal (s.d.: 560-1). De onde ela imperiosa, imperial e imperativamente tira seu sustento, sua mão-deobra, seu exército industrial de reserva, seu poder. "No Ocidente, capitalismo e cidades, no fundo, são a mesma coisa", afirma o historiador francês (s.d.: 586). A cidade é um espaço de densidade teórica e temporal complexa, um objeto de saberes e de práticas que compõem imagens, memórias e ações diversas. Do ponto de vista temporal, como recorda Lepetit, ela é composta por uma complexidade e uma v. 7, n. 10 jan/ago (2015)

História, Jun 1, 2011
mesmo nome e, apesar de muito "famigerada noutro tempo", como diz Frei Gaspar da Madre de Deus, a... more mesmo nome e, apesar de muito "famigerada noutro tempo", como diz Frei Gaspar da Madre de Deus, acaba, no século XVIII, "tão desconhecida que nem o nome primitivo conserva para memória de sua antiga existência". A primeira tentativa de mudança ocorreu em 1681, por obra do marquês de Cascais, donatário da capitania, que contou com a resistência da câmara de São Vicente. Após a restauração da capitania em 1765 o Morgado de Mateus, novo governador da capitania restaurada, transfere definitivamente o governo, a Sé, a junta de fazenda, a guarnição e a provedoria para São Paulo. A Marinha perde definitivamente o governo para o Sertão de serra acima. O objetivo deste artigo é compreender como a cidade de São Paulo adquiriu sua dominância em relação às demais vilas, chegando a renomear a própria capitania, colocando no esquecimento a anteriormente famigerada São Vicente.
Boletín americanista, 2014
Resumen: En el año 1774 una mujer mística y pobre, un fraile arquitecto y futuro santo, y un gobe... more Resumen: En el año 1774 una mujer mística y pobre, un fraile arquitecto y futuro santo, y un gobernador ilustrado forman un impensable consorcio para la construcción de un convento de mujeres en la pequeña ciudad de São Paulo, en el interior de Brasil, si bien ya había en la ciudad otro convento de mujeres. Esa historia revela un poco las estrategias de supervivencia de las mujeres pobres en el Brasil colonial, así como los cambios que sufre la América portuguesa en el período de la ilustración católica del todopoderoso ministro marqués de Pombal. En este artículo presentamos el proceso de creación del Convento de la Luz, en la actualidad Museo de Arte Sacro de São Paulo, y su inserción en el espacio urbano de la ciudad, así como el papel que alcanza la mística religiosa en la vida de algunas mujeres del ultramar portugués .
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literatura de viagem que retrata a visita a lugares
sagrados, túmulos de santos, locais de culto,
que tem como função purificar os pecados do
peregrino e colocá-lo em contato com o divino.
No século XIX dois viajantes recuperam um
gênero em decadência para tratar de um outro
tipo de experiência do sagrado, a transformação
do próprio ser e a recomposição de uma
autobiografia problemática. Este artigo trata
da forma como François Chateaubriand e Flora
Tristan mobilizam o gênero da peregrinação
para criar uma nova forma narrativa, a Viagem
Romântica Literária.