Os agradecimentos são dos momentos mais difíceis no término de qualquer trabalho: há aqueles que foram fundamentais e aqueles que, mesmo menos visíveis, desempenharam um papel fulcral. Decerto que me esquecerei agora de alguém, mas na...
moreOs agradecimentos são dos momentos mais difíceis no término de qualquer trabalho: há aqueles que foram fundamentais e aqueles que, mesmo menos visíveis, desempenharam um papel fulcral. Decerto que me esquecerei agora de alguém, mas na minha imaginação estarão sempre presentes. Em primeiro lugar, devo agradecer à Professora Doutora Josélia Neves que me acompanha há 10 anos nesta longa caminhada: esteve ao meu lado quando, face a uma situação menos positiva, reorientou-me para esta área de trabalho que temia em abraçar. De facto, foi a escolha mais acertada tendo em conta a atratividade e a aplicabilidade do tema, assim como as minhas características pessoais e a tendência ativista que este me suscita. Esteve sempre presente nas sugestões e comentários mais positivos ou mais negativos, mas sempre construtivos, nos necessários redireccionamentos e, mais recentemente, na compulsiva leitura e revisão do trabalho final. Uma palavra de profunda consideração dirige-se à Professora Doutora Maria Teresa Roberto que, com a sua sobriedade e experiência, permitiu, a cada momento, reler a realidade deste trabalho, com uma outra perspetiva mais madura e com um otimismo duradouro que ainda hoje perdura. Tenho de agradecer aos ativistas pela incessante luta pelos direitos das pessoas com deficiência ao longo de séculos de desigualdades e tratamentos menos justos, que nunca desistiram de reivindicar igualdade de direitos e oportunidades num mundo que ainda permanece de grandes assimetrias sociais. Uma palavra especial aos funcionários da Biblioteca Municipal de Bragança, da Biblioteca Adriano Moreira, em Bragança, e da Biblioteca da Escola Agrária do Instituto Politécnico de Bragança, que me seguiram neste percurso e me brindaram com a sua amabilidade e humor. Às minhas colegas, e ao meu amigo e mentor de longa data Kevin Charles Rowe, do Departamento de Línguas Estrangeiras da Escola Superior de Educação de Bragança, assim como à atual e anterior Direções que sempre me incentivaram e mesmo exigiram amigável e legitimamente o término desta fase de trabalho. Ao Transmedia Portugal e a todos os seus membros, em especial à minha amiga Cláudia Ferreira, pela disponibilidade em ouvir as minhas ideias e em sugerir percursos diferentes, assim como o salutar (e animado) intercâmbio de experiências investigativas distintas. Dos meus amigos, destaco a minha amiga Paula Forte que, num momento de cansaço e desistência então quase certa, me chamou à razão, numa fé quase cega nas minhas capacidades. Sem ela, decerto hoje não estaria aqui. Aos meus pais que sempre investiram fortemente no desenvolvimento progressivo da minha educação e apoiaram as minhas ânsias de mais e mais, com paciência e espaço. Aos três homens da minha vida -Sérgio, Hugo e Gabriel -que simplesmente estiveram comigo, aceitando tudo com um amor incondicional. Tradução Audiovisual; Deficiência Visual; Audiodescrição; Acessibilidade Museológica; Audioguias e Guias Descritivos. Este trabalho de investigação inscreve-se no âmbito da Tradução Audiovisual (TAV), na abordagem descritivista, multimodal e multidisciplinar. Mais particularmente, enquadra-se nas soluções de acessibilidade propostas pela TAV, sob a forma da audiodescrição. A audiodescrição como forma de descrição tem vindo a ser aplicada a diversos contextos culturais e de lazer, nomeadamente ao cinema, teatro, música e ópera e também em museus e galerias, que atingiu um dos seus pontos altos nos anos 80 e 90 do século XX nos Estados Unidos e no Reino Unido. Em espaços tendencialmente visuais como é o caso dos museus, a audiodescrição assume-se como fundamental para o acesso de visitantes cegos ou com baixa visão, mas não pode ser exclusiva, ou seja, a mediação entre estes espaços e os visitantes realiza-se de acordo com diferentes formas de comunicação, tal como os materiais informativos (legendas dos objetos em exposição, textos de parede, folhas de sala, panfletos e brochuras diversos) em letra ampliada ou em Braille, as visitas guiadas, os audioguias ou guias descritivos, os materiais táteis e as experiências manipulativas, integradas ou não nas atividades dos serviços educativos. A acessibilidade museológica para públicos com deficiência/incapacidade visual afigura-se, assim, como mais complexa, exigindo uma abordagem holística que envolva os diversos aspetos mencionados. Desta forma, foi com base nos pressupostos teóricos subjacentes aos Estudos de Deficiência, dos Estudos da Tradução Audiovisual e dos Estudos Museológicos que se desenvolve a dimensão empírica deste trabalho de investigação, compreendendo uma vertente de estudo de caso (de investigação fenomenológica)levantamento das instituições que oferecem guias descritivos em Portugal, visita de uma amostra representativa de instituições e sua consequente caracterização -e uma vertente de estudo de corpus -análise qualitativa de um conjunto de 35 comentários áudio. Partindo desta dimensão empírica, pretende-se caracterizar as práticas de acessibilidade de uma amostra de instituições históricas e culturais em Portugal em função de critérios institucionais, técnicos e macroestruturais, assim como os guias descritivos destas instituições que compõem o corpus de trabalho, em função da sua conformidade (ou não) a um conjunto de critérios microestruturais.