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moree congrega estudiosos e estudiosas da imagem de diversas regiões de todo o Brasil e de outros países, com grande participação da América Latina. Esse evento tornou-se referência aos estudiosos da imagem, em diversos níveis de pesquisa (de iniciação científica a estágio de pósdoutoramento) e reúne alunos da graduação, da pós-graduação, pesquisadores nacionais e internacionais de diversas instituições, bem como, professores da rede pública de ensino e interessados nas discussões teóricas e estudos de casos provenientes da comunidade. Proporcionar espaço para a divulgação de pesquisas, ampliação de debates, mini-cursos para a capacitação docente e para jovens pesquisadores, bem como, workshops para a comunidade em geral que tenha a imagem, em diferentes suportes, como objeto de estudo é o objetivo essencial do evento. Promover o estudo sobre a imagem a partir de vários campos do saber e ampliar a disseminação de estudos acadêmicos intra e extra-universidade e comunidade em geral são os objetivos que estabelecem os suportes necessários a sua execução. O evento já se consolidou no cenário nacional por agregar estudos da imagem provenientes de várias áreas de atuação e esse Encontro se apresenta como fórum importante para a atualização e disseminação de pesquisas em vários níveis. Nessa VII edição, como podemos perceber na página inicial do site e em todas as referências às atividades desenvolvidas, optou-se por pensar o cotidiano e a potência desse espaço nas seleções dos indícios visuais que marcaram a identidade visual do evento. Agnes Heller1 (1989) já nos dizia que "A vida cotidiana é a vida do Homem inteiro, ou seja, o homem participa na vida cotidiana com todos os aspectos de sua individualidade, de sua personalidade" e, assim, no interior da vida cotidiana, homens e mulheres, velhos e crianças, desenvolvem todos os seus sentidos, suas capacidades e habilidades, exercitam seus sentimentos, paixões, idéias e pensamentos tecendo uma tapeçaria de acontecimentos e significados. 23 Anais do VII ENEIMAGEM e IV EIEIMAGEM Você poderia ter sido mais fácil "Você poderia ter sido mais fácil" surgiu a partir da articulação com o voile, na tentativa de fazer com que esse tipo de tecido expressasse o máximo de suas características físicas e sensórias com o mínimo de intervenções. Comecei pela compreensão sobre o corpo do material: peso, transparência, capacidade de caimento, movimento, tatilidade/textura. Notei, inclusive, que a percepção tátil sentida pelas mãos se difere um tanto daquela percebida pelos olhos, o voile é um tanto áspero quando em contato com a pele enquanto o olho juraria que ele é somente delicado. Passei, então, a constituir formas com o próprio tecido: queria deixar à mostra sua face, sua personalidade expressa em todas as suas características físicas. O primeiro teste para este trabalho foi constituído com o auxílio de pequenos alfinetes. O resultado me fez perceber o tecido de uma forma pouco interessante: o alfinete, segurando as partes, tornou o material mais leve, orgânico demais, com partes cedendo a todo momento. Também, os alfinetes, em qualquer situação, podem se perder, soltar uma parte do tecido que eu não queira, "perder a linha". Percebi, por meio desta experiência, que o orgânico possui um tipo específico de organização e que as minhas ações deveriam, de alguma forma, colocar em evidência aquilo que o próprio corpo do tecido sugeria. O tecido, quando disposto na verticalidade, pesa e expressa as densidades de seu próprio corpo; como todas as coisas no mundo, ele atende a lei da gravidade. Atenta a esse dado, resolvi articular com o caimento do tecido. A inserção da costura, por sua vez, acarreta uma tensão entre as partes do pano sem que elas percam a leveza. Refiro-me a tensão no sentido físico: o contato e intersecção entre dois materiais que possuem diferentes composições e características, sendo um sintético (tecido) e o outro de fibra natural (linha de algodão). O algodão que compõe a linha é derivado de fibras naturais, por isso possui maior maleabilidade e resistência; já o voile se enquadra nas fibras artificiais e sintéticas, assim, ele desfia com facilidade. Linha e tecido, quando imersos no processo de costura, sofrem interferências a todo o tempo, se atritam, tanto no campo concreto, quanto no campo sensível, como expressa Derdyk (2010, s/p) "A costura consome a matéria seca -o pano, o plástico, o papel -como um ácido corrosivo. Corrosivo porque costurar é avançar na matéria espessa do tempo." "Você poderia ter sido mais fácil", surge, também, da necessidade de evidenciar a costura como elemento próprio, autônomo, sem a obrigação de agregar as partes do tecido, a fim de construir uma peça de roupa, um objeto Anais do VII ENEIMAGEM e IV EIEIMAGEM ISBN 978-85-7846-566-7 exposição de arte moderna. Arte contemporânea, dizia, para não assustar o público com o nome de "moderno". Já a exposição dava uma boa visão panorâmica da pintura brasileira, com quadros de Portinari, Pancetti, Di Cavalcanti, Burle Marx, Guignard, Segall, Santa Rosa, Iberê Camargo e outros, fora trabalhos de estrangeiros, incluindo gravuras de Rouault, Picasso, Renoir, etc. A imprensa apoiou a mostra, o governo compareceu, o público concorreu em massa, ainda muito desnorteado. Rebêlo fez trabalho de apóstolo: passou vinte dias educando o público, a todos que dizem nada compreender sobre exposição. Fez quatro conferências e teve uma paciência que não se esperava do romancista de "Marafa". Resultado: cerca de dez mil pessoas visitaram a exposição, venderam-se cinquenta mil cruzeiros de quadros e em residência onde jamais se havia falado em pintura moderna, entraram quadros de artistas contemporâneos. Foi um sucesso e deixou raízes. (TAVARES, 1951, p. 65) É neste contexto de renovação que Poty, juntamente com outros artistas em ascensão chega a Salvador. Em um primeiro momento como participantes do "Salão Universitário Baiano de Belas Artes" ocorridos nos anos de 1951 e 1953, e em um segundo momento como colaboradores do movimento de renovação artística. (...) atraídos pelos encantos baianos, chegaram a Salvador artistas para longas temporadas, tendo muitos deles aqui fixado residência definitiva. Já na década de 1950, engrossando a fileira dos artistas modernos, chegaram Pancetti,