Design and Politics

If each policy has its own powers of the object, where is today's 'objectuality' heading? I will try to systematise some notes resulting from a dialogue with Hannah Arendt's thought, and with some other authors of political theory, regarding the (current) politics of objects.

O projeto aqui apresentado teve como objetivo desenvolver um dispositivo de conversação que utiliza formas horizontais de organização e debate em ambientes de aprendizagem. Por meio do uso de ferramentas de design enquanto práticas políticas, participativas e colaborativas, o dispositivo propõe complementar o material didático utilizado pela Universidade Livre Feminista (ULF) em suas formações. Tomando como referencial teórico os métodos de educação libertadora de Paulo Freire, assim como o conceito de dispositivo de conversação proposto por Barbara Szaniecki e Zoy Anastassakis e a experiência da utilização do design participativo como abordagem pedagógica pelas professoras Barbara Necyk e Bianca Martins, a equipe de projeto se propôs a construir um projeto para evitar a evasão de alunas nos cursos semipresenciais da ULF. A partir da oportunidade identificada em conjunto com Bibiana Serpa, mentora da ULF, o Duplo Diamante foi utilizado como metodologia para desenvolver o projeto, contando com fases de compreensão do problema, definição da oportunidade, desenvolvimento do protótipo e testagem. Não foi possível aplicar o dispositivo final no contexto identificado inicialmente. Entretanto, a aplicação do jogo em eventos e encontros sem vinculação acadêmica mostrou grande potencial de sucesso, na qual as estratégias de aprendizado colaborativo e horizontal, juntamente a linguagem simples e dinâmica do jogo, geraram bons resultados na fase de testes.

The future is not empty. 1 The future is loaded with fantasies, aspirations and fears, with persuasive visions of the future that shape our cultural imaginaries. The future bears the consequences of historical patterns and current lifestyles, deeply rooted in our embodied skills and cultural habits. The future will be occupied by the built environments, infrastructures and things that we produce today. Many of the 'images, skills and stuff' (f.ex. Scott, Bakker, and Quist, 2012) that endure and matter long after are designed, and design, more or less intentionally, takes part in giving form to futures. Some design practices take this on intentionally and explicitly-among others, genres of 'concept', 'critical' and 'persuasive' design. I have (re)positioned my own practice-based design research in relation to such genres over the years, and, increasingly, in relation to futures studies, thereby inquiring into the dilemmas of futurity. This prompts me to ask, what is at stake as we take on the future in design? In this text, I argue that design must take on temporal politics. Design futures and futures studies are typically preoccupied with questions of 'what' or 'which' future, or 'how' to get there, which are often reduced to methodological issues and a turn to some familiar approaches from the social sciences. However, if futurity represents an outside to the present, this may not be sufficient. Instead, I have been considering further questions and approaches. If the future represents a possibility of formulating an outside, of giving form and intervening a different socioeconomic reality, it becomes a political act. From this perspective, 'the future' is not a destination that might be defined and reached with the right methods, but a 'supervalence' (Grosz, 1999), an outside to an experienced present. As such, futurity represents a possibility to establish critical distance, a distance established temporally. Critical distance may not only be established in order to reexamine the present but also to imagine, materialize, intervene and live particular alternatives. This perspective on the future changes the questions that we must ask of design and how we might do design. I trace some preliminary thoughts about the temporal politics of design futures here, pointing at some examples, to (re)frame

Resumo Reunimos neste texto alguns aspectos do percurso de uma operacao investigativa que denominamos cartografica. O objetivo deste e registrar o movimento de pesquisa-escrita-pensamento no qual estamos implicados. Tal operacao esta sendo desenvolvida na pesquisa financiada pelo Ministerio do Esporte e vinculada ao Nucleo FURG da Rede CEDES: “Projetos Sociais Esportivos e a producao de uma Politica Publica de Esporte”. Nesta pesquisa analisamos a proliferacao de projetos sociais de esportes em funcionamento na cidade do Rio Grande nos anos 2010 e 2011 e suas relacoes com a producao de politicas publicas de esporte e lazer. Inicialmente apresentamos a proliferacao destes projetos na cidade como acontecimento e em seguida a escolha do caminho investigativo pela cartografia rizomatica. Do processo de cartografar destacamos a producao de algumas linhas de intensidade. Como consequencia da operacao cartografica decidimos operar com o ensaio do pensamento e da escrita sobre cada uma dest...

Was haben Design und Demokratie miteinander zu schaffen? Dieser Frage, welche die Designpraxis tatsächlich seit ihren Anfängen in der Moderne begleitet, wird in diesem Text am konkreten Beispiel des DemokratieWagens der Initiative mehr als wählen nachgehen, der als letztes Projekt der interdisziplinären Ausstellung Making Crises Visible eine praktische Antwort auf die Krise der Demokratie geben will.
Zunächst werden  die Grundbegriffe dieser Fragestellung geklärt, um in einem zweiten Schritt den konkreten Gestaltungsprozess des 20 Meter langen Linienbusses zu thematisieren. Abschließend wird der Versuch einer Antwort auf die Frage nach dem demokratischen Wesen des Designs, seiner spezifisch ästhetisch-politischen Dimension, gewagt, der zugleich die Frage beantworten soll, was gutes Design ist.

O objetivo deste artigo é abordar teorias/metodologias que se auto reconhecem enquanto cartografias que versam sobre práticas relacionadas com temas de especial interesse para pesquisas em comunicação social, tais como processos de produção de representações sociais, subjetividades e visibilidades.Para tal, primeiramente, aborda-se desafios e questões relativas a práticas atuais de pesquisa comprometida e transdisciplinar de uma perspectiva na América Latina, especialmente no Brasil. Em seguida, percorremos três abordagens cartográficas distintas, a saber: cartografias dos desejos; cartografias sociais e; cartografias da ação, a fim de fecundar e diversificar, inclusive em termos de serem mais inclusivas e éticas, pesquisas em ‘comunicação’ ou ‘estudos de mídia’.

Sou especialmente grata à minha família. Esta pesquisa desenvolvida em grande parte da área de humanas, surgiu de um rizoma inicial, da subjetividade, da minha formação. Devido a admiração por projetos realizados, desde meu avô, mãe, tia, que foram grandes colaboradores para uma sociedade mais justa, parti de conhecimentos que inspiraram as minhas escolhas, me mostraram a importância de compartilhar o que para nós é verdadeiro. Ao orientador e amigo, Prof. Dr. Arthur Hunold Lara, sempre paciente e solícito, pelo seu auxilio, disposição e por me incentivar em todos os momentos. Além de tê-lo como referência por seus projetos e pesquisas que promovem uma reflexão sobre a relação da cidade e seus Afetos. À Universidade de São Paulo, ao Programa Interunidades em Estética e História da Arte, aos funcionários Joana e Paulo pelo suporte. Ao professor Artur Matuck, pela amizade e preocupação em proporcionar encontros que foram essenciais para a minha formação. Ao Ricardo Stuani, meu marido, pelo incentivo e correção desta pesquisa, pela sua assistência antes, durante e após o nascimento da nossa filha. Sem seu companheirismo não seria possível a realização deste projeto, não ficariam completas as pesquisas que fizemos e faremos pelo mundo. Á minha filha Maria Victoria que é a minha luz, motivo da maturidade e discernimento para fechamento desta pesquisa. Á minha mãe, amiga de todos os momentos, principalmente durante estes anos de dedicação aos estudos. Também é uma referência, professora ativista, participou de projetos e me apresentou o trabalho do Mestre Paulo Freire, grande incentivadora e parceira, razão pela qual eu fui capaz de chegar até aqui. Meu pai Roberto Nery, In Memorian, a quem eu dedico meu lado criativo, me ensinou a não ter barreiras para praticar o que se deseja. Meu avô Severino, In Memorian, político que defendeu interesses sociais e criou organizações, responsável pela minha compreensão prática de atividades sociais. Á minha sogra que esteve presente durante a gravidez e no auxílio à correção gramatical deste trabalho. Á minha avó Albina que me ensinou muito, também ativista no bairro onde nasci e a tia Ivani, assistente social, aluna de Luiza Erundina, autora de projetos sociais, dos quais muitos eu pude acompanhar. Personagens fundamentais neste projeto também por terem se dedicado aos cuidados e carinho com a Maria enquanto eu escrevia. Ao meu primo Eduardo José que esteve sempre presentes em projetos e foi responsável pelo depoimento anexado a esta dissertação Ao meu tio Ademir, que desenvolve muitos projetos sociais ligados na cidade de Bragança, além de estar sempre ao meu lado em auxiliou como Doutor na correção deste trabalho. Á minha irmã Carine, sobrinha Louise, e cunhado Danillo pela paciência e amparo durante a realização da pesquisa na Austrália e por estarem sempre presentes. Á minha cunhada Renata, Renato e Larinha pelo carinho que nos receberam no Peru, foi de inestimável importância para o entendimento da cultura local, conhecimento agregado à esta pesquisa. A todos os colegas mestrandos e doutorandos do Programa Interunidades em Estética e História da Arte que se além fazerem parte nesta pesquisa, se tornaram grandes amigos, em especial ao Sandro Cajé, Daniel Perseguim, Ivi Brasil, Antônio de Pádua, Aila Regina, Fabi Mitsue, Edson Luiz e Joseane Alfer. Ao professor e amigo Marcelo Denny. Aos entrevistados, e a todos que participaram direta ou indiretamente desta pesquisa, promovendo debates e oferecendo: incentivo, apoio, suporte, interação e amizade. The right to the city is far more than the individual liberty to access urban resources: it is a right to change ourselves by changing the city. It is, moreover, a common rather than an individual right since this transformation inevitably depends upon the exercise of a collective power to reshape the processes of urbanization. The freedom to make and remake our cities and ourselves is, I want to argue, one of the most precious yet most neglected of our human rights. (HARVEY, 2010) TÍTULO Artectura: A apropriação do Espaço Urbano através da Arte Participativa, na metodologia do Diagrama de Deleuze RESUMO O processo de fusão entre a arte e a arquitetura, é chamado nesta pesquisa de Artectura, sendo esta uma experimentação de práticas realizadas no ambiente urbano. Foram investigados projetos de arte urbana com o objetivo de criar possíveis ações políticas. Atribui-se assim, ao profissional arquiteto a função de fomentador de ações, compreendendo a cidade contemporânea. Citamos projetos artísticos que partem de uma interação com o espaço urbano e criticam o poder opressivo, apontando como poderiam ou não ser contextualizados dentro da teoria do Diagrama. De acordo com Gilles Deleuze e Félix Guatarri o Diagrama possui alguns aspectos, entre eles: aspecto geo-espacial, aspecto aritmético e aspecto afetivo. Na tentativa de exemplificar uma estratégia e elucidar a teoria realizamos uma performance na cidade de Jundiaí, nos pautando nos aspectos do Diagrama. A partir da escolha do Diagrama de Deleuze foi possível criar uma abordagem baseada em processos, onde a ação é mais efetiva se entendida dentro de uma organização metodológica. Passa-se a entender o espaço urbano como fomentador de afetos e de relações sociais em uma construção da cidade a partir do olhar de quem a constitui. Convergimos diferentes áreas a fim de criar uma democratização no espaço urbano, para isso, foi investigado o controle social utilizado pelo Poder, para possibilitar maior liberdade de usos.

O exercício de projeto é guiado por uma série de considerações pragmáticas em paralelo com considerações especulativas, que podem parecer impossíveis e utópicas. Considerando o projeto como uma modelagem de problemas buscando soluções preferíveis, fica claro que considerar apenas soluções práticas equivale à restringir enormemente o potencial do projeto. Em outras palavras, desconsiderar automaticamente opções utópicas atrapalha o projeto. Entre os extremos de pragmatismo e especulação, o conceito de "utopia possível" é uma ferramenta de projeto que contempla tanto o lado prático quanto os riscos envolvidos no projeto. Tendências do design contemporâneo como design especulativo, design fiction e dispositivos de conversação mostram que o valor da utopia cresce nas situações complexas do mundo contemporâneo.

Estamos sendo monitorados e controlados por câmeras em qualquer lugar, como aeroportos, shoppings centers, restaurantes, ruas, sem sabermos para quais propósitos. Os aplicativos de reconhecimento facial trabalham com gigantescos bancos de dados para registrar, escanear e identificar rostos e suas expressões. Ainda temos autonomia para escolher se queremos ser identificados e monitorados por máquinas de inteligência artificial no espaço público? Esse artigo mapeia algumas iniciativas de resistência aos sistemas de detecção facial. Esses projetos expandem e diversificam a atuação de designers como agentes que projetam fissuras nos sistemas instituídos, através do desenho de ferramentas de distração, confusão e disfarce.

Data-driven alternative narratives are data activism communication practices. Non-expert and bottom-up groups of the datafied society are using open-source tools and data to provide evidence on social issues that have not been covered or made transparent by mainstream and official institutions. Data visualizations are decisive adversarial tools for the purposes of alternative narratives and thus data activism. Data designers assume the role of data intermediaries capable of transforming data into information and bringing it closer to the daily experience of individuals. This study states that data visualization for data activism must disclose their design process in order to communicate not only visual evidence but also the construction of the evidence, thus, democratizing the interpretation of data and its visual representations.

It is essential to recognize and promote practices in order to move towards a critical approach to the process of visual representation of data. Thus, raising knowledge about how data visualization for alternative narratives is occurring and how its construction process is proceeding. This chapter presents a taxonomy of data visualization for alternative narrative projects observing how data visualizations are executed to build up alternative narratives: by monitoring, reporting, investigating, archiving and cohering social movements. The aim of the taxonomy is to organize the exploration of the cases; it is not intended to over-label the organic development of alternative narratives, nor to impose a single classification. The taxonomy is proposed as a starting point for exploring the visual representation of data-driven alternative narratives.

O presente artigo se destina a traçar uma linhagem genealógica das ideias de tipo social e de tipo gráfico, explicitando de que modo elas constituem um dos modos privilegiados através dos quais o design incide na produção de subjetividades, interferindo nos vínculos que Michel Foucault estabelece entre sujeito e verdade. Para tal, estabelecemos de que forma aquilo que Jacques Rancière denomina Regime Estético provê o solo epistemológico e sensível a partir do qual puderam emergir tanto as duas ideias de tipo quanto o próprio design. Compreendemos que embora se trate de um pensamento historicamente situado, ele não está passível de ser circunscrito apenas ao campo do design. Assim, também trazemos exemplos das ideias de tipo sendo empregadas na criminologia, na fotografia e na arquitetura. Procuramos dissolver a dicotomia que historicamente opôs design social e formalista, encontrando um devir social na trama originária que constitui o design no bojo do Regime Estético. À luz de autores como Adrian Forty e Deyan Sudjic, explicitamos de que modo o design materializa e reproduz uma série de valores cristalizados na sociedade, tendo a ideia de tipo como via de acesso privilegiado à produção de subjetividades.

En esta conversación con Paula V. Álvarez acerca del trabajo de Santiago Cirugeda, Saskia Sassen trazr una distinción entre "diseño" y "práctica artística" para explicar esto: el diseño puede ser una mediación entre el hacer arte y el trabajo de obtener ganancias, mientras que las prácticas artísticas y culturales son más bien intervenciones que desestabilizan esa mediación de alguna forma. Si enfocamos sobre las prácticas en vez de enfocar sobre los individuos que las ejecutan, porpone Sassen, tendríamos que un mismo individuo podría desarrollar tanto prácticas artísticas como comerciales; sin embargo la subjetividad que atañe a cada una de ellas es específica, y frecuentemente, suele ser bastante distinta. Narrar ese indefinido espacio intermedio entre estos dos polos es un tipo de trabajo que podría ser político, pero no necesariamente en el sentido restringido de la palabra, como es el caso de las críticas explícitas al sistema formal político. En lugar de ello, Sassen llama "política" a la posibilidad de "hacer algo presente", de dar expresión a algo. Esto contrastaría fuertemente con el "diseño", que tiene como fin aportar mayor utilidad, lo cual hoy en día significa, cada vez más, lograr mayores ganancias. Sassen entiende como "intervenciones políticas" aquellas estrategias de narración que, en vez de consolidar lazos con el mundo del comercio, surgen, por el contrario, de un campo urbano cotidiano.

Las prácticas urbanas como proyectos políticos / Urban practices as political projects 59 CONTINGENCY: You have mentioned that certain projects exercise political power on urban spaces, such as the occupations Santiago Cirugeda has been carrying out for the past thirteen years, which, despite their humility, are compensations for the alienating experience lived in cities. Many of these projects unfold within the framework of urban art festivals and similar events. Do you think they could be considered options for constructing cities above and beyond contingency, exclusion or the extraordinary? Do you think these projects compromise critical capacity when they become part of circles that are in one way or another "commercial" ? I don't feel that this type of work is exclusionary or extraordinary. Rather, it's an added component that takes place within an assemblage of conditions. What's important is that the elements are dynamic and capable of bringing about change and transformations. To that effect, I'm interested in identifying areas that can escape the usual practices of commercialised design or even areas where practices that are not strictly commercial can be inserted… In order to explain this, I'm going to make somewhat of an artificial distinction between "design" and "artistic practice": design is a mediation between creating art and working for a profit, whereas the artistic and cultural practices that concern me here are more appropriately interventions that somehow destabilise this mediation. If we focus on the practices themselves instead of on the individuals responsible for them, then we are left with one sole individual who could develop both artistic as well as commercial practices. However, the subjectivity of each of these is specific and often tends to be quite different.

The City in the Image gathers a variety of contents that we seldom find together. A quick look at these pages will make us wonder about the enigmatic relationship between the recent and brutal transformation of the suburban landscape under the pressure of financial urbanism and the codification of the city in Western culture visual memory over the past five centuries. As we dive into the contents, Davide T. Ferrando will be proposing many other associations between topics and images that, at first glance, might seem unrelated. Whether they are the sophisticated technical images of the digital age or the elaborate images created through traditional media such as painting, engravings or the first photographs, these visual materials serve the author to explore and underpin a single idea: that urban images, far from being neutral, are always a political fact. Modeled by our perception and at the same time outlining it, urban images can be read as the visual manifestations of deeply intertwined systems of territorial, social, cultural and media-related factors. As expressions of the way we understand, represent and transform the city, they also provide a valuable tool to reconstruct the complexity of the urban realm, bringing it to a thinkable dimension. Ferrando deploys these arguments—through close and tangible examples—in three autonomous chapters that shed light on one another. In them, he enters the invisible network of matter, people and messages that lies between the flat surfaces of what is visible, raising the following question: what effects do urban images have in the understanding and the very conception of the city and the urban realm, with all the social and political burden that this entails?

O presente artigo pretende examinar a experiência da frente de ação Em Breve Aqui (EBA), projeto de extensão do Grupo de Pesquisa Indisciplinar, vinculado ao CNPQ e sediado na Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais. O Em Breve Aqui (EBA) é uma plataforma digital colaborativa que serviu como base para levantamento e registro dos vazios urbanos em Belo Horizonte. O mapeamento, realizado de forma coletiva, contou com a contribuição de colaboradores diversos desde
o segundo semestre de 2014. Pretendemos
aqui analisar criticamente os últimos dois anos do projeto, abarcando o método cartográ co como processo de pesquisa e de ativismo;
as discussões conceituais sobre o vazio e a produção do espaço urbano que o mapeamento suscitou e, principalmente, os processos de resistência positiva constituídos em redes a partir do seu surgimento.

O presente artigo aborda a cartografia como metodologia de pesquisa e como poética visual, no campo da arte contemporânea. Como método, a cartografia é apresentada sob a ótica de Deleuze e Guattari, Virgínia Kastrup, Nelson Goodman, entre outros. Já na utilização como poética visual, são citadas obras de artistas como David Renaud, Tetê Barachini, Carl Andre, Richard Long, Andrew Rogers e Guy Debord, onde a cartografia serviu de base para os projetos artísticos.

The essay tries to unfold the specificities of some design approaches developed at the SciencesPo médialab. Instead of proposing a generalizable set of methods, this experiential account is a tentative systematization of some techniques that have been tested in the lab. Describing them is like annotating an anthology of thoughts and experiments that revolve around the questions of the ‘public’and its ‘issues’. The techniques are aimed at exploring the social, technical and political issues, collecting their traces, their descriptions and their partial stories, bringing them into a space where they can be questioned. The different techniques are aligned into two epistemic movements, complementing, supporting and expanding the digital methods traditionally used in the lab. The first movement tries to produce a localized representation of the issue. The second one invites the public to get as close as possible to it.

Purpose: Within the scientific literature on social innovation, several researchers from different areas are suggesting alternatives to promote, to sustain and to disseminate social innovation. However those approaches are unable to cope with the long-term sustainability of social innovation processes and projects mostly because they do not consider the contextual and processual dimensions. The paper presents an approach to fill this gap, which means to act in ecosystem perspective.

Design / Methodology / Approach: The paper is an essay that critically explores the concepts of social innovation, design discourse, infrastructuring, seeding, and the contribution of design-driven strategies to the long-term sustainability and to the dissemination of social innovation processes, through reviewing design, management and sociology theories.

Results: Through the exploration, discussion and association of the above presented concepts, we propose an approach to promote creative social innovation ecosystems based on design-driven strategies.

Originality / value: The suggested approach takes into consideration all the different stages and dimensions of social innovation.

The great design movements in design history were, for the most part, guided by utopian, political, or at least reformist aims. They combined the question of what today is called 'material culture' with the more general question of how we want to live. Today, faced with the global challenge of creating sustainable economies and societies, design has rediscovered its ethical, social and critical tradition. However, due to their global nature, today's problems have reached an unprecedented level of complexity and inertia. These problems are deeply ingrained into global policies – and the chances to face them are the highest when employing political means. As a consequence, if design aims to contribute in these challenging domains, it has to conceive itself as political.

SUMÁRIO

Apresentação e agradecimentos [9]
Alemar S. A. Rena e Natacha Rena

1. Introdução: Design, arte e política? [15]
Eduardo de Jesus

I. METRÓPOLE

2. Quando ordenamentos visuais que se chocam obscurecem as articulações econômicas [23]
Saskia Sassen

3. Máquinas Urbanas [35]
Nelson Brissac

4. O futuro como brasilianização do mundo e do brasil [45]
Giuseppe Cocco

II. ARTESANIAS

5. O artesanato no campo expandido: as diferentes dimensões do fazer político [63]
Ana Araújo

6. Utopia, realidade e responsabilidade [79]
Christian Ullmann e Tania Cristina de Paula

7. Mi experiencia con Eloísa Cartonera [91]
Javier Barilaro

8. Diversidad en baja resolución o el rol del arquitecto en la era de los 140 caracteres [99]
Antonio Yemail

III. TECNOPOLÍTICAS

9. Design e política: uma introdução ao avesso do avesso [109]
Lucas Bambozzi

10. A era do capitalismo fofinho e seus dissidentes [115]
Giselle Beiguelman

11. Infra || super << estructuras [119]
Camilo Martinez e Gabriel Zea

12. A multidão conectada e as máquinas de resistência [129]
Alemar S. A. Rena

13. Compresión política de los laboratorios nómadas mediales no2somos + Colombia, en sus procesos pedagógicos de inmersión en las comunidades [139]
Alejandro Araque Mendoza

IV. CARTOGRAFIAS

14. A arte de viver nas linhas [157]
Peter Pál Pelbart

15. Três (anti)métodos de pesquisa para a multidão: cartografar, copesquisar, coletivizar [163]
Alemar S. A. Rena

16. Cartografias emergentes da cultura [169]
Ana Isabel Anastasia de Sá, Fernanda Quintão, Natacha Rena, Paula Bruzzi Berquó

INTRODUÇÃO

"Quais são as possíveis relações às quais o título “Design: arte e política” pode nos remeter? Certamente existe uma tensão em aproximar design de arte que torna-se ainda mais forte quando incluímos tudo isso no domínio da política. Sabemos que a relação entre arte e política vem ganhando cada vez mais espaço nas práticas artísticas contemporâneas trazendo heranças diversas das décadas de 60 e 70 e mais que isso rearticulando campos de referência do fazer artístico. Diversos teóricos vem refletindo sobre esse tópico desenvolvendo, como Rancière, novas dimensões para essa relação.

Não é o caso aqui de nos remetermos a essa tensão entre arte e design, mas no mínimo gostaria de colocar uma interrogação no final do título. Não se trata apenas de uma firula, mas sim de assumir uma dúvida, de circular uma relação tensionada, de um lado, pelos meios de produção, pelo lugar do design na vida social brasileira e especialmente pelas formas políticas que podem se desprender desse embate. De outro, pelas sofisticadas formas assumidas pelo capitalismo contemporâneo que se apropria das forças criativas moldando-as aos seus interesses e conveniências".

Design roles are expanding in society, as reflected in a growth of interest and funding for design and design research in the area of ‘social innovation’. By social innovation here, I refer to the provision of social services and resources, such as habitation, education, care, mobility and food, in which design is increasingly engaged in the complexity and dynamics of local provision of such services and resources, and in the co-production of alternatives. The question of designing for social innovation necessarily involves political questions about the role of design in how, where, by and for whom, and in what forms, wider social practices and systems, beliefs and authority, may be altered. To explore such questions, I outline methodological approaches, emergent themes and key examples from three case studies, in the US, Denmark and The Netherlands, in which designers, design methods and materials took part in issues and controversies of sustainable development. In these cases, design had roles in (re)producing or rupturing a particular ‘commons’ in terms of how and where social innovation is framed and staged, for and by ‘who’ and in ‘what’ forms.

To explore such questions, I will briefly describe and then discuss emergent themes across three cases between 2010 and 2012: ‘Amplify’ (Parsons The New School’s Design for Social Innovation and Sustainability (DESIS) Lab with partners), ‘DAIM - Design Anthropological Innovation Model’ (led by the Danish Design School and the SPIRE center at the University of Southern Denmark with Vestforbraending and partners) and ‘Living bathing practices’ (a series of projects at the Delft University of Technology in The Netherlands).

Resumo: A apresentação compreende uma breve discussão em formato de ensaio sobre o papel do design nas sociedades contemporâneas. A partir da abordagem de Foucault sobre classificações, busca-se debater o papel do design como produtor/reificador de conceitos no mundo moderno, assim como os aspectos políticos de alguns posicionamentos do designer neste mundo. Em seu "As palavras e as Coisas", Foucault desenvolve uma análise longa e complexa sobre as condições que permitiram o desenvolvimento de um modo específico de organização, produção e divulgação do conhecimento moderno e, concomitantemente, dos modos de se pensar e constituir a sociedade. Suas análises se iniciam com um Prefácio que me parece especialmente curioso. Foucault apresenta um sistema classificatório descrito por Borges 1 que, segundo este último, teria sido retirado de uma enciclopédia chinesa. Neste sistema, diferentes tipos de animais são enumerados em uma lista que "perturba todas as familiaridades do pensamento -do nosso" (Foucault, 2002: IX). Reproduzirei abaixo a referida lista: "'(...) os animais se dividem em: a) pertencentes ao imperador, b) embalsamados, c) domesticados, d) leitões, e) sereias, f) fabulosos, g) cães em liberdade, h) incluídos na presente classificação, i) que se agitam como loucos, j) inumeráveis, k) desenhados * Aluna de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Design -DAD\PUC Rio. ** Professor Doutor do Departamento de Artes e Design -DAD\PUC Rio.

A range of alternative formulations of design, such as ‘social’, ‘activist’, ‘critical’, ‘relational’, ‘humanitarian’ design, are amassing.[1] Instead of focusing on form and function, such formulations  typically focus on what design produces. At stake in the social turn within design is reconsideration of what design is about – not in terms of its objects but, and perhaps even more fundamentally, its subjects. Further, contemporary design oriented toward the public realm in multiple contexts involves a diversity of possible subjects and political subjectivities.
‘Participation’ has been an approach to addressing social questions in design. Participation has been linked, for example, to “a mindset and attitude about people” [2] and a kind of ‘design humanism’ aimed at reducing domination,[3] which meets the human ideal of mutual support for altruism, a ‘collective instinct of humanity’.[4] In a range of associated projects and practices in recent years, methodologies have been applied to involve more or different people directly in product development processes. Indeed, participation may itself be seen as the objective of design processes.[5] Concern, however, often tends towards methods for improving design objects, with certain questions about its subjects left under-examined or posed in overly general and loaded terms that might be further interrogated.
In this paper, we query participation in design in order to discuss some of the problematics of relating to ‘others’ in practices of design and design research. We argue, as do other design thinkers, for practices involving “micro-political participation in the production of space”,[6] in which design frames and stages the (re)production of social as well as spatial relations. We argue for increased reflexivity about how others participate in design and the political implications. Here, ‘the political’ refers to the issue of who is identified and represented as a subject in studies and practices of design. Concerned with the social organization of everyday life, the design role is always engaged with “confrontation of power relations and influence by the identification of new terms and themes for contestation and new trajectories for action”.[7]