
Cátia Mourão
Universidade Nova de Lisboa, CHAM - Centro de Humanidades (Centre for the Humanities), Integrated Researcher
Cátia Mourão (ORCID ID 0000-0002-2359-7327) has been awarded a PhD and MSc in Art History of Antiquity and has a degree in History/History of Art, all from Faculdade de Ciências Sociais e Humanas of the Universidade Nova de Lisboa (FCSH-UNL). Her research is focused on classical iconography and iconology, its origins and development in occidental art until our days. Her Doctoral thesis addressed the study of heteromorphic figurations (teratology, hybridism and metamorphosis in progress) in Roman Hispania's mosaics, and was passed with the highest classification by an international jury, recommended for publication and, therefore, the author¿s name was added to the Board of Honour (2010-2011). Her Master's thesis on water iconography in Roman mosaics in Portugal was supported by Science and Technology Foundation (FCT), passed with the highest classification by an international jury and published by EPAL (Lisboa, 2008). She is an Integrated Researcher of CHAM - Centro de Humanidades (FCSH-UNL) and a Collaborator Researcher of IHA - Instituto de História da Arte (FCSH-UNL); she is also a Cultural Adviser to the Portuguese Parliament, where she became the first Museum Director (2014-2017). In the academic years 2016-2017 and 2017-2018 she was an Invited Teacher (Lecturer) in Classical and Late Antique Art History in Portugal at the History of Art Department of FCSH-NOVA. She has organised scientific meetings on Art History of Antiquity, co-curated Art exhibitions and participated in free courses, academic seminars, symposia and scientific research teams in Portugal, Spain, France, Turkey, Italy and Perú with several publications.
Address: CHAM — Centro de Humanidades
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
Universidade Nova de Lisboa
Avenida de Berna, 26-C
1069-061 Lisboa
PORTUGAL
Address: CHAM — Centro de Humanidades
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
Universidade Nova de Lisboa
Avenida de Berna, 26-C
1069-061 Lisboa
PORTUGAL
less
InterestsView All (14)
Uploads
Books by Cátia Mourão
PALAVRAS-CHAVE
Arquitectura; azulejo; vitral; escultura; pintura; António Varela; Almada Negreiros; António Amaral Paiva; José Manuel Ferrão; Alquimia; Gnosticismo; Esoterismo ocidental.
SINOPSE
A moradia situada no N.º 28 da Rua de Alcolena (Restelo) foi concebida nos primórdios dos Anos 50 e resulta de uma concertação entre os seus proprietários – Maria da Piedade Mota Gomes e o poeta José Manuel Ferrão –, e três artistas seus amigos – o arquitecto António Varela, o pintor José de Almada Negreiros e o escultor António Amaral Paiva.
Esta verdadeira Mansão Filosofal constitui uma Obra de Arte única do Modernismo português, na medida em que congrega várias expressões artísticas de grande qualidade (arquitectura, azulejo, vitral e escultura), subordinadas a um coerente programa ideológico comprometido com a via gnóstica unitária da filosofia hermética.
O carácter excepcional deste conjunto foi logo reconhecido na sua época – merecendo, inclusive, destaque na Sétima Arte, na longa-metragem Perdeu-se um Marido (1956) –, e mais tarde justificou a sua integração no Inventário Municipal do Património em 1992, no Inventário DOCOMOMO Ibérico da Habitação em 2008 e a proposta de classificação como Imóvel de Interesse Municipal em 2009, malogradamente gorada pela aprovação do projecto de construção de um edifício geminado à direita.
Com este livro pretende-se não só reiterar a importância desta Grande Obra no panorama nacional, mas também contribuir para o melhor entendimento da sua Beleza intrínseca, pois tal como Almada Negreiros inscreveu no painel de azulejos da varanda inferior direita desta moradia «Todas as cousas são belas / para quem sabe entendê-las»."
PALAVRAS-CHAVE
Bestiário fantástico; híbridos; monstros; deformidades; metamorfoses; iconografia; mosaicos romanos.
RESUMO
Na presente dissertação de Doutoramento em História da Arte da Antiguidade são analisadas, do ponto de vista formal, compositivo, temático e simbólico, as figurações heteromórficas (teratologias, hibridismos, metamorfoses em progressão e algumas variantes decorativas) registadas num vasto conjunto de mosaicos da antiga Hispânia romana, território hoje correspondente a Portugal e Espanha.
Começando por distinguir as diferenças entre fenómenos reais e recriações míticas de excepção à norma morfológica de cada espécie, e por salientar as relações psicossomáticas das personagens representadas – numa correspondência entre integridade corporal e moralidade, ou corrupção física e imoralidade, e entre beleza, virtude e prémio, ou fealdade, vício e castigo, características que enfatizam o papel dos protagonistas como seres civilizados ou bárbaros e como coadjuvantes ou oponentes dos heróis na narrativa mitológica, em todo o caso promotores de uma noção de equilíbrio baseada na harmonia dos opostos –, o estudo permite não só reconhecer o valor destas criaturas como alegorias morais, mas também perceber a sua função didáctica na formação das mentalidades greco-romanas, e ainda aferir o grau de aculturação nas Províncias mais ocidentais do Império Romano.
Torna-se igualmente possível determinar as incidências de cada figura por tema e área geográfica, definir as preferências dos encomendantes e avaliar os conhecimentos dos artesãos sobre os modelos, constatar a proximidade ou o afastamento em relação a outros mosaicos extra-peninsulares e a outras formas artísticas e literárias coevas, assim como entender a evolução diacrónica e sincrónica da iconografia dos seres com morfologias imaginárias até à Idade Média.
---
KEYWORDS
Fantastic bestiary; hybrids; monsters; deformities; metamorphosis; iconography; roman mosaics.
ABSTRACT
In this doctor's degree thesis in Art History of Antiquity we analyse the formal, compositional, thematic and symbolic dimensions of the heteromorphic figurations (teratologies, hybridisms, metamorphosis in progress and some decorative variations) registered in a vast range of mosaics found in roman Hispania, nowadays corresponding to Portugal and Spain.
Beginning with a distinction between real and mythical exceptions to the morphological pattern of each specie and with an enhancement of the psychosomatic manifesttations in these figures – in a correspondence between body integrity and morality, or physical corruption and immorality, and between beauty, virtue and prize, or ugliness, vice and punishment, characteristics that emphasise the role of the protagonists as civilized or barbarian and as adjuvants or opponents to the heroes in the myths, in any case promoters of a sense of balance based on the harmony of opposites –, the study allows us not only to recognize the value of this creatures as moral allegories, but also to understand their didactical function in educational training of greco-roman ethical awareness, and even determine the degree of acculturation in the most occidental Provinces of the Roman Empire.
It is also possible to check the incidence of each figure by subject and geographical area, to know the commissioners’ preferences and assess the craftsmen’s knowledge of the models, to point out the similarities and differences from other foreign mosaics, the compliance or deviation from other coeval art and literature, and to track the diachronic and synchronic evolution of the iconography of the mythological creatures with unreal morphologies until the Middle Ages.
PALAVRAS-CHAVE
Vitral; Almada Negreiros; Eros e Psique; Apuleio; Modernismo
RESUMO
O presente ensaio constitui um novo contributo para a análise iconográfica do único vitral concebido por Almada Negreiros para uma residência particular e sobre a arquitectura deste edifício modernista sito no nº 28 da Rua de Alcolena.
. Partindo uma vez mais da dúbia representação das figuras que o compõem (o casal mitológico Eros e Psique), oferece uma leitura alternativa às anteriores – que no entanto permite chegar exactamente à mesma conclusão – e explora com maior detalhe os aspectos subjacentes à produção da obra, evidenciando a forte intervenção do encomendante e a relação simbólica entre a peça e a casa que originalmente integrou.
Para além das interpretações complementares, apresenta também um desenho inédito do artista, que embora seja anterior à obra em foco é subordinado ao mesmo tema, e mais dois estudos igualmente inéditos para o vitral, que documentam a evolução do desenho, das formas e dos sentidos. Inclui ainda algumas fotografias antigas e actuais do interior e do exterior da moradia, que evidenciam um conjunto artístico extraordinariamente rico, onde se revela a admirável unidade simbiótica entre diferentes expressões plásticas (vitral, azulejo e escultura adossada, de vulto pleno e placas incisas) reunidas e articuladas – ab initio – numa arquitectura única, de fruição duplamente privada e pública, funcional e estética, racional e emotiva, que permite uma interessante abordagem do ponto de vista da psicologia da habitação e da afirmação da residência enquanto obra de expressão cultural e social, ultrapassando claramente o próprio conceito modernista de obra arquitectónica utilitária ornamentada.
VERSÃO INTEGRAL
A versão integral deste livro, produzido pela Divisão de Edições da Assembleia da República, está disponível em formato digital nos seguintes sítios da internet:
- Fluid Design: http://www.fluid.pt/pdf/LIVROErosePsique_fluid.pdf
- Revista Artes & Leilões: http://www.arteseleiloes.com/uploads/docs/Eros_e_Psique_Catia_Mourao.pdf
DIVULGAÇÃO
A divulgação pública da obra foi feita no sítio oficial da Ordem dos Arquitectos (Secção Regional Sul - SRS), a 22 de Julho de 2009, em:
http://www.oasrs.org/conteudo/agenda/noticias-detalhe.asp?noticia=1777
PALAVRAS-CHAVE
Antiguidade; mosaicos; aquáticos; ictiográficos; Portugal.
RESUMO
O presente livro constitui a publicação da tese de Mestrado da autora e versa sobre a expressão do imaginário das águas em mosaicos da Antiguidade produzidos no limes mais ocidental da Hispânia, correspondentes ao Portugal de hoje, e intitula-se Mirabilia Aquarum em alusão às propriedades termais referidas por Plínio-o-Velho no Livro XXXI da História Natural.
Utilizados como meros elementos decorativos ou acrescidos de uma dimensão simbólica apotropaica ou iniciática, os motivos aquáticos integram composições pavimentais e parietais que revestem estruturas arquitectónicas privadas e públicas, de carácter utilitário (tanques, piscinas, impluuia) ou devocional (exedræ e templos).
A geografia do corpus ictiográfico é consideravelmente heterogénea, revelando-se mais concentrada na Estremadura e no Algarve, regiões onde a economia tinha uma estreita dependência com o mar (comércio, pesca e indústrias de salga de peixe e produção de garum). Com pontuais excepções, as representações da fauna marinha no litoral são mais verosímeis e naturalistas do que no interior, onde se verificam resultados mais incipientes e fantasiosos.
As mais antigas figurações aquáticas são datáveis de finais do século II e inícios do século III d.C. Caracterizam-se pela bicromia (tesselas pretas e brancas), por um certo arcaísmo formal (planificação e contorno definido) e pela simplicidade compositiva (geométrica ou em campo livre).
De meados do século III d.C. – quando nas províncias hispânicas se trilhavam já tardiamente os novos caminhos da actividade artística – e de todo o maduro século IV d.C., chegam-nos as melhores, mais variadas, mais naturalistas e mais extensas composições com temas aquáticos, onde predomina a policromia e o ilusionismo volumétrico. Nelas são claras as influências estéticas e técnicas dos grandes centros de produção musiva norte africanos, chegadas ao nosso território pela actual região algarvia, via Mar Mediterrâneo – meio privilegiado de transporte de pessoas e bens comerciais, culturais e artísticos –, e difundidas de Sul para Norte.
Da época paleocristã estão documentados apenas dois fragmentos que no entanto se revestem de particular importância, na medida em que ilustram especificidades conceptuais e estéticas da produção artística desse período, tais como o menor primor técnico, o menor classicismo e maior grau de empirismo formal, e a alteração do valor simbólico dos elementos representados.
Se o percurso estético e técnico desde o século II até ao século IV d.C. se caracterizou pela aproximação à mimesis physeus, pela definição dos cânones clássicos de harmonia, beleza e proporção, pelo talhamento mais regular de cada tessela (sendo geralmente mais padronizado nos fundos e mais versátil no interior das figuras) e pela cuidada preparação dos pavimentos (seguindo preferencialmente os preceitos vitruvianos), a partir de então o trajecto da arte musiva foi pautado por um afastamento relativamente a esses ideais e procedimentos anteriores. Este fenómeno de aparente retrocesso explica-se mormente pela recusa dos valores da cultura pagã por parte do cristianismo, que se afirmava num contexto de decadência religiosa, política, social, económica e cultural do Império Romano. Todavia, a reutilização de símbolos pagãos em contextos litúrgicos, depois de convertidos os seus significados, atesta a continuidade das representações e indica que não houve uma verdadeira ruptura vocabular com o mundo romano, embora a interacção semântica tenha originado novos sentidos.
---
KEYWORDS
Antiquity; mosaics; aquatic; icthyographic; Portugal.
ABSTRACT
This book publishes the autor's master's degree thesis about the expression of the waters imaginary in the mosaics of Late Antiquity produced in the occidental limes of Hispania, nowadays corresponding to the Portuguese territory, and is entitled Mirabilia Aquarum in reference to the thermal properties mentioned by Plini The Elder, in the Book XXXI of Natural History. Merely used as decorative elements or having an added apotropaic or initiatic symbolic dimension, the water motives integrate pavimental and parietal compositions which cover private and public architectural structures, of useful (tanks, swimming pools, impluuia) or devotional character (exedræ and temples).
The geography of the ictiographic musive corpus is considerably heterogeneous, with a stronger concentration in the Estremadura and in the Algarve, regions where economy held a narrow dependence with the sea (commerce, fishing and industries of fish salting and garum production). Apart from occasional exceptions, the representations of sea fauna in the coast are more liable and naturalist than the ones in inland, where results tend to look somewhat incipient and inventive.
The most ancient water figurations date back from the end of the 2nd century and beginnings of the 3rd A.D. They are characterized by the two-colour print (black and white tessellæ), a certain formal archaism (planning and definite outline) and compositional simplicity (geometrical or in free-field).
From the middle of the 3rd century A.D. - when new ways in the artistic activity began rather lately to tread on in the Province of Lusitania - and during the whole ripe 4th century A.D., emerge the best, the most varied, the most naturalist and the most extensive compositions with water subjects, where polychromy and volumetrical illusionism dominate. In these compositions, the aesthetic and technical influences of the great centres of North African musive production become apparent, reaching the current region of Algarve through the Mediterranean – privileged means of transport of people and commercial, cultural and artistic goods –, and spreading all the way from South to North.
There are only two documented fragments of the Paleochristian era; however, they have special significance in so far as they illustrate conceptual and aesthetic specificities of the artistic production of that period, such as a minor technical excellence, a minor degree of formal classicism and the modification of the symbolic value of the elements represented.
If the aesthetical and technical evolution from the 2nd to the 4th century A.D. was characterized by the approximation to the mimesis physeus, the definition of classic canons of harmony, beauty and proportion, the most regular cutting of each tessellæ (more standardized in the bases and more versatile in the interior of the forms) and the cautious preparation of pavements (for the most part, following vitruvian precepts), from then on the course of musive art was dictated by a subtraction of those ideals and previous procedures. This phenomenon of apparent retreat is mainly explained by the rejection of the values of pagan culture by the Christianism that began to establish itself in the context of religious, political, social, economical and cultural decadence of the Roman Empire. However, the reuse of pagan symbols in liturgical contexts, after converting their significances, attests the continuity of the representations and indicates that there was no real verbal rupture with the Roman world, though the semantic interaction has given rise to new meanings.
PALAVRAS-CHAVE
Parlamento; Mosteiro; Arquitectura; Neoclassicismo; Portugal.
RESUMO
Trata-se do catálogo da exposição homónima, patente ao público no Palácio de São Bento (sede do Parlamento de Portugal desde 1834) entre 9 de Outubro e 30 de Dezembro de 2003, por ocasião das Comemorações do Centenário do Hemiciclo (projectado pelo Arq. Miguel Ventura Terra em 1895, após o incêncio da anterior Sala das Sessões, adaptada pelo Arq. Joaquim Possidónio da Silva, em 1834).
Nesta obra são divulgados numerosos documentos inéditos (entre manuscritos, plantas, cortes e alçados) encontrados em diversos arquivos e bibliotecas (Arquivo Histórico Parlamentar, Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Arquivo do Arco do Cego, Arquivo Histórico do Ministrério das Obras Públicas, Arquivo da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, Biblioteca Nacional de Portugal), que constituem fontes preciosas para o conhecimento da História e da História da Arte deste edifício, cujas origens remontam ao antigo Mosteiro de São Bento da Saúde (cenóbio beneditino desactivado e nacionalizado em 1833, 1 ano antes do Édito da Extinção das Ordens Religiosas).
Book chapters by Cátia Mourão