Tenure Track Position Federal University of Rio de JaneiroFine Arts SchoolCinema, arte contemporânea, estudos pós-coloniais, decoloniais, anti-coloniais, feminismos interseccional, curadoria
Esse breve ensaio, esse título, parte em busca de outras definições e categorias (im)possíveis ca... more Esse breve ensaio, esse título, parte em busca de outras definições e categorias (im)possíveis capazes de pensar uma forma de nomear as experiências que temos hoje com processos artísticos produzidos por indivíduos racializados.
Falar de um cinema racializado tem como ponto de partida uma reflexão sobre o conceito de raça e como essa categoria tem transformado nossas formas de ver e fazer cinema já que os regimes de representação euro-centrados fundados pelo lastro da modernidade-colonialidade entraram em colapso a partir da crise do Ocidente, no contexto pós II Guerra e a consequente emergência de sujeitos políticos racializados em muitas frentes do saber.
Concetualização, curadoria dos dados, análise formal, aquisição de financiamento, investigação, m... more Concetualização, curadoria dos dados, análise formal, aquisição de financiamento, investigação, metodologia, administração do projeto, recursos, software, supervisão, validação, visualização, redação do rascunho original, redação -revisão e edição _____________________________________________________________ Propomos pensar o legado intelectual de Angela Davis a partir de uma perspectiva decolonial. Ressaltamos que, assim como a luta pelos direitos civis e o fim da segregação racial nos Estados Unidos ajudaram a consolidar o movimento negro no Brasil, a circulação de ideias anticoloniais durante as lutas pela descolonização dos países africanos, nas décadas de 1950 e 1960, foi crucial para a circulação de ideias abolicionistas e movimentos antirracistas nos Estados Unidos e no exterior.
Começamos por aqui com o intuito de contextualizar o interesse renovado em cinemas cujas trajetór... more Começamos por aqui com o intuito de contextualizar o interesse renovado em cinemas cujas trajetórias têm permanecido à margem, embora cada vez mais em tensão com as linguagens, políticas e modos de produção do cinema acadêmico, clássico ou tradicional.
Introducao: A presente proposta de oficina tem por objetivo dar continuidade e assim, divulgar as... more Introducao: A presente proposta de oficina tem por objetivo dar continuidade e assim, divulgar as atividades desenvolvidas no “Projeto UFRJ 2020”. Este foi um projeto idealizado pela professora Michelle Sales – EBA/UFRJ em parceria com a Decania do Centro de Tecnologia – UFRJ e tratou-se de um ciclo de exposicoes que dialogavam de maneira critica com a ideia de universidade do futuro, tendo como base o plano diretor criado pela propria universidade ao final da primeira decada dos anos 2000. Proximo a completar 90 como universidade, a UFRJ publicou um ambicioso plano diretor, com uma serie de metas a serem cumpridas ate 2020, o ano de seu centenario. Com o cumprimento deste plano, a universidade pretendia superar desafios que ja lhe sao historicos, como a nao autonomia universitaria, orcamentos insuficientes, o isolamento entre as unidades, mais vagas no alojamento, melhorar o acesso e a locomocao interna no campus do Fundao assim como a construcao de novos predios e reforma de antig...
Este texto nasce da experiência de uma mulher que se move pelas raízes e rotas relacionadas com... more Este texto nasce da experiência de uma mulher que se move pelas raízes e rotas relacionadas com movimentos impostos pelo colonialismo, semeados nos enredos de antigos itinerários que ligam Fortaleza, Rio de Janeiro e Lisboa (pelos quais já passei)-bem como a Guiné-Bissau, Macau e Porto (onde Vanessa Fernandes viveu)-e isso fez-me entrar em contacto com o seu trabalho, já do outro lado do Atlântico. Nascida na Guiné-Bissau, a condição de migrante de Vanessa tem um forte impacto no seu olhar e torna impossível compreender o seu trabalho de uma perspetiva "local" ou "transnacional", mas sempre numa relação entre ambas, como pretendemos desenvolver. Recentemente, e em linha com uma dinâmica global, o campo cultural português tem sido confrontado com a emergência de políticas de reparação, contrariando práticas eurocêntricas e racistas ainda muito presentes na esfera académica, bem como a emergência de uma geração de artistas portugueses consolidados de ascendência africana, que questionam a memória, o trauma e o legado colonial. Vanessa Fernandes pertence a uma geração chave de artistas afrodescendentes em Portugal que inclui nomes como: Mónica de Miranda, Raquel Lima e Izabel Zuaa. Esta é uma geração que está atualmente a revigorar várias linguagens artísticas, das artes visuais à literatura e teatro. Por outro lado, é importante abordar a forma como os membros desta geração estão a mudar o ambiente cultural português, questionando o legado colonial de muitas maneiras através das suas obras. * Pesquisador, professor e curador independente. Professor associado na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Coordenador da rede de Investigação Cinemas Pós-Coloniais e Periféricos no Brasil e em Portugal.
Um dos eixos estruturantes do Dossiê Corpo, Violência e Trauma nas Dobras do Sul Global diz respe... more Um dos eixos estruturantes do Dossiê Corpo, Violência e Trauma nas Dobras do Sul Global diz respeito a uma crítica ao projeto da modernidade, tendo em conta que este significou, no plano da ficção
Um dos eixos estruturantes do Dossiê Corpo, Violência e Trauma nas Dobras do Sul Global ... more Um dos eixos estruturantes do Dossiê Corpo, Violência e Trauma nas Dobras do Sul Global diz respeito a uma crítica ao projeto da modernidade, tendo em conta que este significou, no plano da ficção e através do acúmulo material produzido pelo colonialismo que o consolidou, arroubos e fantasias de superioridade e de supremacia branca. Enquanto imagem e representação, o colonialismo e a colonialidade – “o lado mais escuro da modernidade” (MIGNOLO, 2017) – funcionaram como uma estátua oca diante da qual multidõesestiveram forçadas a idolatrar. O colonialismo representou mais do que uma tecnologia de exploração e acúmulo, mais do que um dispositivo, tendo sido “(...) também um complexo, uma pirâmide de certezas, umas mais ilusórias do que outras: a potência do falso” (MBEMBE, 2014, p. 19).
Os passos errantes de Herberto Helder no exílio e na poesia do cinea ta Manoel de Oliveira. s e t... more Os passos errantes de Herberto Helder no exílio e na poesia do cinea ta Manoel de Oliveira. s e t Michelle Sales 1-PUC-RIO Resumo: A obra cinematográfica do cineasta português Manoel de Oliveira tem atravessado diversas esferas da nação e da cultura portuguesa. O objetivo maior deste artigo é apontar intersecções existentes entre o livro de contos do poeta Herberto Helder Os passos em volta e alguns filmes do mencionado diretor, demonstrando como os dois autores abordam temas semelhantes nas suas obras, tais quais: o exílio, a viagem e a condição de estrangeiro.
Esta conversa é motivada pelo desejo de pensar um espaço de troca entre Brasil, Portugal e África... more Esta conversa é motivada pelo desejo de pensar um espaço de troca entre Brasil, Portugal e África tendo em conta os desdobramentos, contradições e críticas do pensamento pós-colonial. Transitando livremente entre o cinema, artes visuais e plataformas discursivas, tentamos vislumbrar os tópicos de agitação no campo das artes e do debate público em nome de formas emancipatórias, contra práticas e simbologias de matriz colonial.
Texto que tem interesse em comentar a obra Diva (2020)da artista pernambucana Juliana Notari a pa... more Texto que tem interesse em comentar a obra Diva (2020)da artista pernambucana Juliana Notari a partir de um olhar feminista decolonial.
Editorial vol. 41 n. 1Corpo, Violência e Trauma nas dobras do Sul Global Fernando Resende (UFF)Mi... more Editorial vol. 41 n. 1Corpo, Violência e Trauma nas dobras do Sul Global Fernando Resende (UFF)Michelle Sales (UFRJ e PPG Multimeios Unicamp)Pablo Costa (UFC) Gaia Giuliani (CES, Universidade de Coimbra)Em artigo recente, Vladimir Safatle (2021) alerta para o fato de que o marco inaugural do século XXI não teria sido o 11 de setembro, mas sim a autoimolação de Mohamed Bouazizi, na Tunísia, em 2010. Para o filósofo brasileiro o gesto de Bouazizi teria inaugurado uma revolução molecular centrada no corpo, o que, segundo ele, é já uma das marcas do século que hoje atravessamos. O termo, porém, ganhou evidência a partir do twitter de Álvaro Uribe, ex-presidente da Colômbia, sobre as manifestações populares que aconteceram na América Latina durante a pandemia do Covid 19, conclamando a população contra uma “revolução molecular dissipada”. Este conceito, com largo repertório entre os políticos de extrema direita, foi recuperado por Safatle (2021), em sua análise sobre as formas como as ficções, os símbolos e as imagens que estruturam o poder colonial são reproduzidos tendo como mote a perpetuação da violência como um fim em si mesma.
: No filme Bacurau (2019), observamos a forma sofisticada e coletiva através
da qual a população ... more : No filme Bacurau (2019), observamos a forma sofisticada e coletiva através da qual a população isolada recusa as re-atualizadas formas com as quais o colonialismo e o imperialismo interno e externo seguem extraindo valor dos territórios e das vidas. Haraway (2016), ao observar o estágio atual da Terra, intitulado Antropoceno, convoca para que façamos com que seja tão curto quanto possível através da reconstituição de “refúgios”. Percebermos Bacurau como resposta a esse convite na sinergia que traça entre a ancestralidade e o futuro, nas relações de gênero e sexualidade não totalmente resolvidas, mas bastante ampliadas, e no uso blasé de tecnologias digitais. Nesta comunicação, analisaremos tanto o filme, como iremos propor uma digressão: pensar uma sequência para o filme necessária no Brasil de hoje, dois anos depois. Tanto no filme quanto em nossos devaneios sobre um Bacurau 2, desdobramos como entram em cena novas/velhas maneiras de lidar com a vida que reafirmam a ligação com a ancestralidade, a terra e os corpos. Propomos ensaiar Bacurau - o filme e nossa digressão ao pensar sua sequência dois anos depois - na chave de uma nova/antiga estética que tem se tornado visível no campo das artes, elaborando refúgio menos como resistência e mais como recusa, e cura menos como lidar, e sim como tomar de volta o que foi roubado, especialmente o nosso futuro.
O livro Ibero-América entre a Tradição e a Modernidade reúne um conjunto de textos que foram, inc... more O livro Ibero-América entre a Tradição e a Modernidade reúne um conjunto de textos que foram, incialmente, apresentados no XIII Colóquio Tradição e Modernidade que se celebrou entre os dias 12 e 14 de novembro de 2018 em Coimbra, integrando o conjunto de realizações acadêmicas realizadas em comemoração aos vinte anos do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra – CEIS20.Esta obra reflete ao longo dos textos que o compõe, parte dos temas discutidos no Colóquio de 2018. Nesse particular o tema da identidade da Ibero-América se torna uma constante e se apresenta, portanto, em parte significativa dos artigos que compõe a obra.
Num sistema mundo moderno-colonial, imaginar e capturar o olhar das mulheres é, em si, um trabalh... more Num sistema mundo moderno-colonial, imaginar e capturar o olhar das mulheres é, em si, um trabalho urgente. Não só porque o sexismo não é um epifenómeno do colonialismo, mas porque é um aparelho estruturante do mundo patriarcal e sexista moderno-colonial em que (ainda) vivemos. Propomo-nos pensar na descolonização sexista através de uma entrevista com Maíra Zenun, cocriadora da Mostra Internacional de Cinema na Cova, em Portugal para pensarmos sobre o que está em exibição em Portugal e como descolonizar as telas de cinema. Palavras-chave: cinema negro, descolonização, despatriarcalização
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Falar de um cinema racializado tem como ponto de partida uma reflexão sobre o conceito de raça e como essa categoria tem transformado nossas formas de ver e fazer cinema já que os regimes de representação euro-centrados fundados pelo lastro da modernidade-colonialidade entraram em colapso a partir da crise do Ocidente, no contexto pós II Guerra e a consequente emergência de sujeitos políticos racializados em muitas frentes do saber.
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da qual a população isolada recusa as re-atualizadas formas com as quais o colonialismo
e o imperialismo interno e externo seguem extraindo valor dos territórios e das vidas.
Haraway (2016), ao observar o estágio atual da Terra, intitulado Antropoceno, convoca
para que façamos com que seja tão curto quanto possível através da reconstituição de
“refúgios”. Percebermos Bacurau como resposta a esse convite na sinergia que traça
entre a ancestralidade e o futuro, nas relações de gênero e sexualidade não totalmente
resolvidas, mas bastante ampliadas, e no uso blasé de tecnologias digitais. Nesta
comunicação, analisaremos tanto o filme, como iremos propor uma digressão: pensar
uma sequência para o filme necessária no Brasil de hoje, dois anos depois. Tanto no
filme quanto em nossos devaneios sobre um Bacurau 2, desdobramos como entram em
cena novas/velhas maneiras de lidar com a vida que reafirmam a ligação com a
ancestralidade, a terra e os corpos. Propomos ensaiar Bacurau - o filme e nossa
digressão ao pensar sua sequência dois anos depois - na chave de uma nova/antiga
estética que tem se tornado visível no campo das artes, elaborando refúgio menos como
resistência e mais como recusa, e cura menos como lidar, e sim como tomar de volta o
que foi roubado, especialmente o nosso futuro.