Resumo A questão principal deste artigo é sobre a origem da consciência em humanos. Supondo que a consciência tenha evoluído, como todas as outras faculdades cognitivas, se cogita que o seu desenvolvimento seja semelhante ao das funções...
moreResumo A questão principal deste artigo é sobre a origem da consciência em humanos. Supondo que a consciência tenha evoluído, como todas as outras faculdades cognitivas, se cogita que o seu desenvolvimento seja semelhante ao das funções cognitivas e que as suas vantagens evolutivas sejam concernentes às da comunicação. Para tanto, se propõe a conexão entre a comunicação animal, a linguagem em humanos e a consciência, especificamente, a relação entre os níveis intermediários de consciência e a comunicação em animais não-humanos, e entre os níveis avançados de consciência e a linguagem em animais humanos, considerando as perspectivas evolucionista e cognitivista da consciência. Palavras-chave: comunicação animal, linguagem, emoções, consciência e cognição. 1. Introdução Uma hipótese alternativa afirmaria que na evolução da consciência, os seus graus intermediários possibilitariam a emergência da linguagem, a partir de sistemas de comunicação complexos e que, posteriormente, a consciência adquiriu alto grau de complexidade favorecida co-evolução da linguagem. Assim como a consciência não é um processo, os tipos de consciência intermediária e avançada não são categorias rígidas, sendo que haveriam muitas escalas entre o ponto final de um tipo e o início de outro (PHILIP LOW ET. AL. 2012). Alguns pesquisadores em neurociências, em ciências cognitivas e em filosofia da mente tentaram esculpir esses diferentes tipos de consciência, apesar das imensas dificuldades, trazem uma recompensa prática: permite propor que os degraus mais baixos da escala de consciência não são apenas humanos, estão presentes em várias espécies não humanas que têm cérebros complexos o suficiente para construí-los (EDELMAN & SETH, 2009). Block (1995) tenta tornar precisa a distinção entre o acesso à consciência e a consciência fenomênica. Em estudos com pacientes cegos (blindsight patients), ele procurou revelar a falácia no raciocínio que o paciente cego não tem consciência dos estímulos no campo visual prejudicado, porque, o paciente não usa as informações que ele tem a respeito desses estímulos nas representações de alta ordem (HOR). A função da consciência fenomênica é aproveitar as informações para usar na ação orientadora com finalidade adaptativa para o organismo, enquanto que, o acesso à consciência seria associado às (HOR) e mantidos por 1 Doutorando do PPGF da PUCRS, CAPES/PROEX,
diogo.massmann@edu.pucrs.br.