Coutos de Alcobaça

A Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, criada em 1756 como empresa beneficiária de poderes de autoridade pública, além dos seus privilégios oficiais, passou a arrecadar numerosos impostos régios, diretos e indiretos, em nome da Coroa. Estes recaíam principalmente sobre a produção, transporte e comercialização de vinhos e aguardentes, mas também sobre embarcações e outros produtos.

Entre 1828 e 1832, a Companhia cobrava 18 impostos régios, incluindo o Direito Adicional, Subsídio Literário, Subsídio Militar, Imposição da cidade do Porto, Canadagem, e diversas sisas (como as de Gaia, Bouças, Gondomar, entre outras).

Apesar de muitos destes tributos terem sido instituídos como provisórios, acabaram por se perpetuar para além dos prazos legais, evidenciando a tendência à eternização dos impostos. A redução significativa de alguns tributos, em 1825, teve como objetivo impulsionar as exportações, especialmente para o Brasil.

O estudo evidencia também a relevância do alvará de 10 de novembro de 1772, que racionalizou a cobrança fiscal ao extinguir a "casinha" do Porto e transferir para a Companhia e a Mesa do Consulado da Alfândega a arrecadação de diversos direitos.

A cobrança de muitos destes impostos cessou com o fim da atuação efetiva da Companhia em 1832 e sua extinção formal ocorreu em 1834, com a consolidação do liberalismo em Portugal.

A vida aventurosa do coronel Isidoro Rodrigues Pereira, negociante, grande proprietário de fazendas e pessoa influente na vida de São Luís do Maranhão, está intimamente ligada à história da  colonização do Brasil, e nomeadamente dos territórios do nordeste e da bacia do Amazonas, de meados do século XVIII até à independência do Brasil. Proprietário de terras, negociante, coronel de cavalaria do regimento de Caxias, vereador e presidente da Câmara de São Luís do Maranhão no período conturbado em que decorreu a adesão do Maranhão ao Brasil independente, a sua vida não passou ao lado das paixões amorosas que dão sentido à vida.
A necessidade de ocupar e colonizar aqueles territórios e ter neles uma presença permanente para deles tomar posse não se justificava, nem Portugal tinha condições para alargar a África um modelo de colonização idêntico ao que aplicara no Brasil. Muito especialmente a partir da perda da influência portuguesa na Índia e no Oriente após a perda da independência em 1580. Ao mesmo tempo aquelas feitorias acabaram por se revelar determinantes para o comércio de escravos que ali chegavam vindos do interior onde eram capturados pelas autoridades locais que, deste modo, se constituíam como parte importante do negócio. Contrariamente ao que muitas se procura esquecer, a escravatura usada pelos europeus como comércio e exploração desumana de mão-de-obra só foi possível com a conivência ativa de muitos chefes africanos.
A chegada de Isidoro Rodrigues Pereira ao Maranhão, em 1779, aconteceu num momento de expansão económica, quando ainda se faziam sentir ainda em sentir de forma evidente os efeitos da ação da Companhia Geral do Comércio e Grão-Pará e Maranhão, extinta no ano anterior. O seu percurso de vida e de intervenção social de Isidoro Rodrigues Pereira a partir do registo de acontecimentos em que esteve envolvido, dos textos que escreveu e publicou, de cartas familiares, do seu testamento e muitos documentos que o tempo preservou é a linha orientador deste livro, escrito quase dois séculos depois da sua morte.

A Iberonorma – Estruturas e acessórios para moldes, Lda, constitui, no âmbito do património industrial português, um caso de estudo. A Iberonorma veio a ocupar, em 1978, as instalações da antiga fábrica de Garrafas da Martingança, fundada em 1923. A sua adaptação de fábrica de vidro a fábrica de moldes constitui um dos melhores exemplos no âmbito da preservação de um imóvel industrial.

A romaria de Pataias à Senhora de Vitória, que se realiza todos os anos no dia 15 de agosto, constitui um dos casos mais emblemáticos de preservação e manutenção de uma tradição secular no concelho de Alcobaça. Esta herança, que perdura pelo menos desde o século XVI, permite reforçar e manter vivas as memórias coletivas, sendo fundamentais para a afirmação das identidades locais 2. Não devemos esquecer que as memórias coletivas resultam da relação entre os membros de uma comunidade no passado e transmitida ao longo do tempo. Também a Nazaré realiza todos os anos, na quinta-feira da Ascensão, a sua romaria à Senhora da Vitória, sendo, em alguns aspetos, idêntica à romaria de Pataias. No decurso deste breve artigo pretende-se abordar como a romaria de Pataias evolui do ponto de vista histórico e os seus rituais associados.

O Mosteiro de Cós constitui um excelente espaço de património integrado, contando com casos notáveis e raros de património integrado, tornando o Mosteiro de Santa Maria de Cós num espaço único a nível nacional.
Os séculos XVII e XVIII foram de prosperidade, permitindo realizar obras de ornamentação consideráveis. Desta forma, a talha dourada, o azulejo e os caixotões do teto constituem um excelente exemplo de ornamentação barroca e de património integrado. Por opção, dividimos este pequeno trabalho nas várias temáticas do património integrado, com um breve contexto histórico do Mosteiro.

Neste artigo trata-se da reforma setecentista da Capela-Mor da Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Prazeres de Aljubarrota partindo dos registos do "Livro da Fábrica das Igrejas dos Coutos do Mosteiro de Alcobaça", um documento que abarca as datas compreendidas entre 1746 e 1833, ainda que aqui se tratem somente os registos dos anos que dizem respeito à dita reforma (1771-1803). Problematizam-se aqui questões relativas à antecessora da capela-mor setecentista, ao progresso/ordem dos trabalhos e à autoria.