O fazer do semioticista à luz de Luiz Tatit
2021, Estudos semióticos
https://doi.org/10.11606/ISSN.1980-4016.ESSE.2021.180191…
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Abstract
É possível supor que o trabalho do pesquisador envolve dois tipos de fazer. De um lado, confrontados com o objeto empírico, lançamos mão do aparelho teórico e o recortamos, dividimos, tipologizamos e o organizamos. De outro lado, ocupamo-nos da teoria e do método: fabricamos. Categorias e ferramentas são produtos desse fazer que constrói e que serão usados naquele outro fazer primeiro.
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Ciência da Computação Tecnologias Emergentes em Computação, 2020
O artigo a seguir tem como objetivo a análise da obra de animação gráfica “ Over The Garden Wall” sob o ponto de vista da Semiótica Aplicada, levando em conta os conceitos de gramática especulativa e fenomenologia, elaborados por Charles Peirce, relacionando- -os com a obra acima. Analisaremos quais elementos presentes na obra se caracterizam como signos semióticos e como estes auxiliam no complemento da narrativa. Nosso principal objeto de estudo será o plano de fundo e suas cores durante o decorrer da obra e como o mesmo aprofundam a narrativa segundo a semiótica de Peirce.
2021
O presente artigo apresenta uma reflexão sobre o filme “O livro de Eli” à luz de teorias vinculadas à Semiótica. O trabalho levanta as seguintes questões: de acordo com a mensagem do longa-metragem analisado, a leitura (de livros), mais especificamente uma leitura ponderada da Bíblia, sem fanatismos, seria capaz de gerar uma sociedade de paz? Além disso, o que é possível inferir com o significado dos signos apresentados no filme? Para tanto, este estudo problematiza acerca da importância dos livros e da leitura na sociedade contemporânea para, em seguida, desaguar em uma apreciação crítica da mencionada obra a partir de instrumentos obtidos na produção de Charles Peirce e Algirdas Greimas. Como resultado, o presente estudo demonstra algumas estratégias dos produtores da mencionada obra cinematográfica no sentido de enfatizar aspectos inter-relacionados ao poder, à leitura e à fé
Como sói acontecer aos movimentos intelectuais que propõem rupturas contun- dentes, o estruturalismo assumiu algumas posturas radicais, dentre elas, a “desp- sicologização” da linguagem. Esse gesto fundador, entretanto, não tardou a ser contestado por diversas disciplinas que o consideravam demasiado redutor para lidar com objetos das humanidades. Com vistas a superar essa demanda, os estudos semióticos assistiram a diversas reformulações que parecem ter como núcleo a exigência do aumento da espessura do sujeito, como é o caso da “virada modal” ou da “virada fenomenológica”. Aproveitando a “nova roupagem” que o alargamento do escopo dos conteúdos sub- jetivos foi paulatinamente emprestando à categoria de sujeito, esta tese desenvolve uma tipologia de sujeitos. Nela, são consideradas as relações entre as diversas instâncias subjetivas implicadas nos discursos. A tipologia proposta visa a dar conta da complexidade relacional do sujeito, considerando seu ser enquanto resultado das inter-relações que estabelece com os sujeitos a sua volta (enunciado), com os sujeitos que o determinam (enunciação) e com os sujeitos que internalizou para constituir seus valores. Inspirados nas instâncias da segunda tópica de Freud (id, ego, e superego), os valores internalizados pelo sujeito são semioticamente traduzidos por um conflito de base que esta tese postula como subjacente aos sujeitos, consistindo na destinação a dois destinadores antagonistas. Um deles, regido pelas modalidades do querer e do poder, responde pela instância do id e é chamado de destinador da extroversão, ao passo que o destinador da introversão rege as modalidades do dever e do saber e responde pela instância do superego. No centro, o sujeito, o ego, trabalha como o mediador dessa batalha inglória entre desejos internos e necessidades socialmente determinadas. A partir desse conflito de base, a tipologia pretende mostrar que a predisposição a um ou outro dos destinadores opostos produz como efeito de sentido diferentes “personalidades” de base (extrovertidas, do tipo moderado ou extremo, ou introver- tidas, do tipo moderado ou extremo), as quais, submetidas a situações semelhantes, tendem a agir de modo diferente. Considera-se ainda a quebra de expectativa das tendências (os acontecimentos) desses sujeitos e seu decorrente efeito de sentido. Com base na tipologia, foi selecionado um córpus composto por quatro textos, cada qual correspondente a um dos quatro tipos de sujeito. Foi estabelecido como critério de seleção os textos em que os tipos de sujeito são atores do enunciado que estabelecem sincretismo atorial com os narradores. Esse preceito pretendeu dissociar as subjetividades dos sujeitos da enunciação e do enunciado, ainda que se trate do “mesmo” indivíduo. Embora haja coincidências entre eles, elas nunca são plenas, tampouco são os mesmos critérios de análise empregados para estudar um e outro. Foi elaborada, pois, uma diferenciação entre a metodologia de análise dos sujeitos do enunciado e da enunciação, sendo estes abordados via estratégias de textualização. Partindo da grade tipológica de quatro sujeitos-tipo, esta tese visa a apresentar um exame das inter-relações entre sujeitos, ou melhor, da relação intersubjetiva que se dá nos textos, com a finalidade de contribuir para o aumento da espes- sura dessa categoria de análise, talvez injustamente preterida nos primórdios dos desenvolvimentos semióticos.
Revista do GEL, 2019
In semiotics, the notion of “ideology” as it is conceived in Marxist discourse theories does not exist and would seem inappropriately redundant depending on the adopted point of view. It is evident that the concept of ideology was refused in objects of analysis and research problems by the first wave of semiotic studies performed by A. J. Greimas. With rare exceptions, this first wave was concerned with literary objects of analysis that were disconnected of their time and their explicit socio political dimensions. In the 1980s, when semiotics had become more systematically interested in objects of analysis related to the mass media, the term “ideology” fell into disuse, victim of its polysemy caused by certain discursive practices of analyses; therefore, it has never been an operative concept in semiotic studies, except for its understanding as a pursuit of an object of value by the narrative subjects. In the present paper, we will outline a brief history of the semiotics and the concept of “ideology”, reflecting about how early Brazilian semiotics (E. Lopes, J. L. Fiorin and D. P. de Barros) dealt with this issue, anticipating concerns which European semiotics rediscovered more recently in its contemporary practice.
The article consists of an epistemological and historical study about the historiography of the semiotics of discourse and has the objective of proposing a critical reading of the way by which semioticians have focused on semiotics history. From reflections developed within the scope of the history of linguistic ideas (S. Auroux) and the frame of historical and conceptual studies of semiotics (J.-C. Coquet, M. Arrivé, A. Hénault, H. Parret, E. Landowski, C. Zilberberg, S. Badir, among others), it analyzes historical approaches on the semiotics of discourse, concerning its objectives, its methodology and its object, distinguishing two types of historical works that remain current until the moment amongst semioticians (that of the chronicler and that of the innovators) and, at the same time, proposes the minimum fundamentals of a meta-historiography of semiotic inspiration.
Este trabalho procura mostrar quais os contributos da semiótica social para a compreensão de alguns traços da relação entre política contemporânea e os meios de comunicação. Partiremos da ideia de que a introdução às tecnologias de comunicação e informação, juntamente com o desenvolvimento de várias técnicas de comunicação política e marketing político, convergem para a acentuação da grande complexidade semiótica dos discursos políticos. Desta forma, iremos recorrer à análise de episódios recentes que envolveram políticos portugueses e às suas repercussões na opinião pública portuguesa. Pretendemos, assim, contribuir para um mais esclarecimento da relação entre a política contemporânea e os meios de comunicação na atualidade em sociedades democráticas, particularmente, na sociedade portuguesa.
Estudos Semióticos, 2021
A semiótica brasileira, que hoje pode até mesmo ser reconhecida como uma “escola” de pensamento independente, tem sido exercida “com inteligência, sensibilidade, emoção e gosto particulares” (Schwartzmann; Portela, 2017, p. 65), não se limitando a objetos clássicos, mostrando-se sempre receptiva e aberta ao diálogo interdisciplinar com outras correntes linguísticas e com outras áreas do conhecimento. Reconhecendo justamente essa tendência na semiótica brasileira, e buscando contribuir com o avanço dessas reflexões entre semiótica e vida social, o Grupo de Trabalho de Semiótica da ANPOLL elegeu esse tema para nortear o biênio 2018-2020. No âmbito do Grupo de Trabalho, foram gestados os artigos que aqui se apresentam. Pudemos reunir cinco eixos de discussão da semiótica contemporânea, como tem sido desenvolvida no Brasil, os quais fazem avançar questões que nos são próprias, seja de um ponto de vista teórico, seja do ponto de vista dos objetos que continuam a desafiar a teoria: (1) o...
Intexto
A aventura crítica da semiótica percorre as principais teses sobre a semiótica e a comunicação conforme trabalhadas na primeira etapa da pesquisa Semiótica Crítica, denominada Por uma teoria das materialidades na comunicação. Nela, o Grupo de Pesquisa Semiótica e Culturas da Comunicação procurou discutir as potencialidades e limites de uma perspectiva comunicacional não somente fundamentada nos trabalhos fundadores da semiótica (Saussure, Peirce) e desenvolvida em seus modelos estruturalistas (como em Jakobson, Barthes, Hjelmslev e Lotman), mas também revisitada pelos textos que operaram uma desconstrução do estruturalismo pelo interior dos postulados deste próprio estruturalismo (Derrida, Kristeva, Deleuze, Guattari). O artigo apresenta esta proposta pelos modos como a pesquisa trabalhou com dez desconstruções ligadas a conceitos e problemas teóricos centrais ao debate das materialidades da comunicação: semiótica, comunicação, materialidades, presença, fenômeno, representâmen, meio...

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