POR UMA ESCOLARIZAÇÃO INDÍGENA PLURIVERSAL
2025, LÍNGUA E CULTURA GUARANI E KAIOWÁ NA EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA: PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIFERENCIADOS
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Abstract
Prefácio ao livro LÍNGUA E CULTURA GUARANI E KAIOWÁ NA EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA: PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIFERENCIADOS, enfatizando a necessidade de pensar bi-/multilinguismo e de se enfatizar o papel relevante da tradução como forma de valorizar e enriquecer tanto as línguas indígenas quanto a língua portuguesa.
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2018
Dissertacao apresentada ao Programa de Pos-Graduacao Interdisciplinar em Estudos Latino Americanos da Universidade Federal da Integracao Latino-Americana, como requisito parcial a obtencao do titulo de Mestre em Estudos Latino-Americanos. Orientadora: Profa. Dra. Laura Janaina Dias Amato
Dissertação de mestrado pelo TRADUSP/USP, 2019
Esta pesquisa propôs-se a investigar a história da tradução de cantos e narrativas Tupi-Guarani traduzidos para o português de 1970 até 2019 por meio de um levantamento dividido em três etapas. Primeiramente, partiu-se de um levantamento bibliográfico propriamente dito, focado na pesquisa bibliográfica em acervos digitais e físicos para a construção de um corpus de traduções, complementado com informações extratextuais relacionadas aos textos e a seus respectivos tradutores e tradutoras. O corpus construído foi então organizado e sistematizado por meio de etiquetas em um software de gerenciamento de referências bibliográficas; as etiquetas, por sua vez, constituíram as categorias de análise das informações levantadas e foram desenvolvidas com base na proposta de análise historiográfica de Lieven D’hulst (2001, 2010), subsidiadas pelos estudos metodológicos em história da tradução de Anthony Pym (POUPAUD; PYM; TORRES SIMÓN, 2009; PYM, 2014). A terceira e última etapa focou na realização de um mapeamento quantitativo das traduções, bem como dos tradutores e tradutoras a elas relacionados. O levantamento resultou em um corpus de 851 traduções, das quais 800 são traduções originais e 51 são retraduções. São 628 narrativas e 223 cantos distribuídos em 48 entradas bibliográficas, divididas em 33 livros, nove teses e dissertações, três artigos de periódicos, dois materiais didáticos e um documento, produto de projeto de documentação linguística. Foram identificados 31 tradutores e tradutoras indígenas (21 homens e 10 mulheres) e 24 não indígenas (13 homens e 11 mulheres), além de 13 intérpretes indígenas assistentes que auxiliaram os tradutores e tradutoras durante o processo de tradução dos cantos e narrativas coletados de forma oral. Cabe ressaltar que tradutores, tradutoras e intérpretes indígenas estiveram presentes em número maior do que o verificado, visto que algumas publicações mencionaram sua presença, porém não especificaram a quantidade de sujeitos nem seu gênero. Palavras-chave: levantamento; tradução; Tupi-Guarani; canto; narrativa; artes verbais.
Nestas notas de pesquisa, faço um breve histórico do processo de escolarização na reserva indígena de Dourados/MS, durante o período entre 1940 e 1970. Associo esse processo às relações dos Kaiowá e dos Ñandeva com a alteridade, a partir de reflexões sobre a noção de pessoa dos Kaiowá Guarani e dos Guarani Ñandeva. Utilizo o modelo de Eduardo Viveiros de Castro (1984) sobre a "abertura para o Outro" na constituição da pessoa dos povos Tupi-Guarani. Partindo desse modelo, busco compreender as motivações que levaram os Kaiowá Guarani e Guarani Ñandeva da reserva de Dourados a incorporar o modelo educativo da sociedade nacional da agência indigenista Serviço de Proteção ao Índio (SPI) e da escola da Missão Evangélica Caiuá (MEC) em sua vida cotidiana, no período entre 1940 e 1970, assim como perceber as suas consequências indesejáveis. Palavras-chave: Escolas. Kaiowá. Guarani e Terena. Noção de Pessoa.
Revista Maracanan, 2021
Os historiadores propuseram problemas candentes à história dos processos de formação geopolítica e cultural dos territórios e das populações das regiões de fronteira do Brasil Meridional. Esses problemas vêm sendo amplamente analisados nos estudos de história ambiental, da colonização e dos movimentos sociais, de etnohistória indígena, de etnolinguística indígena e nos estudos arqueológicos. Entretanto, os temas da cultura escrita e das práticas intelectuais indígenas parecem ainda não consolidados no interior desses estudos, não obstante seja cada vez mais possível de serem analisados a partir de novos problemas que podem ser colocados à documentação e à bibliografia já conhecida ou aos novos acervos documentais que se formam nos arquivos. Tendo isso em vista, e considerando que os estudos da cultura escrita e da história intelectual precisam superar o olhar eurocêntrico, que negligenciou, em grande medida, entre outras, as práticas intelectuais indígenas, neste artigo é proposta u...
Revista de Literatura, História e Memória, 2023
Spreading as some action of the diverse. From the power of words in performance, from the impossibility of recovering it, possibility in inconsistency. The subject of the poem when also a participant, the way of meaning (MESCHONNIC, [1990(MESCHONNIC, [ ] 2010)). The people in the language.
2014
Jesus, autor e consumador da minha fé e ao Espírito Santo, meu ajudador. Aos meus pais, serei eternamente grata por todo amor, apoio e paciência. Mãe, sem as suas orações eu não teria chegado até aqui, você tem sido fundamental na minha vida. É minha melhor amiga! E, pai, eu ainda me lembro dos conselhos que me dava sobre os meus estudos quando eu era criança. Amo vocês com amor eterno! Aos meus amados irmãos, Leonardo e Ludmila, minhas duas metades, partes essenciais da minha vida. Vocês são presentes de Deus para mim! À minha avó querida, Maria Lúcia; obrigada pelo carinho. E à minha avó Sebastiana, que tem me acompanhado dia após dia com seu amor, cuidado e proteção. Não sei o que seria de mim sem a senhora! À minha orientadora, professora Dr.ª Edenize Ponzo Peres, por me aceitar como sua orientanda em um período difícil, e pela paciência e compreensão dispensados a mim. Professora, eu nunca serei suficientemente grata por ter me proporcionado, com tanta competência, uma orientação firme e segura. Que Deus ilumine os seus caminhos, prometo que não me esquecerei dos seus conselhos de mãe! Ao pastor Odias de Souza, à sua família e a todos da congregação ADK, especialmente meus líderes Marta e Natan, pela compreensão, apoio e oração. Aos meus queridos alunos da EBD por viverem este sonho comigo, e a todos que me ajudaram em oração; agradeço a Deus por ter vocês comigo. Aos caciques das aldeias Guarani no Espírito Santo, em especial ao cacique Pedro da Silva, por abrirem as portas das aldeias e permitirem que eu realizasse este trabalho. Ao cacique Toninho, por me conceder o valioso "sim" quando tudo parecia perdido, e ao seu filho Vander, pela disposição em me ajudar e simpatia. Ao guarani Marcelo, meu primeiro contato com as aldeias, e ao Filipe S. Fermino por me ceder seu trabalho e por tirar minhas dúvidas quando precisei. À professora Dr.ª Catarina Vaz Rodrigues, por ter acreditado em mim e me incentivado a participar do processo seletivo do mestrado. Ao primo Gustavo, por me auxiliar em minhas idas ao Rio de Janeiro e por acreditar em mim sempre. Sou sua fã! Ao amigo Bhernard Lourenço, a quem muito admiro; agradeço pela amizade e pelo imenso carinho dispensados a mim! Aos informantes guarani, que cederam um pouquinho do seu tempo para que este trabalho pudesse ser concretizado. Às minhas amigas Queila, Juliana Taques e Aline Novais. Queila, você é mais que minha amiga, é minha irmã! Obrigada por acreditar em mim mais do que eu mesma e por seu apoio incondicional, eu agradeço a Deus por sua vida! Ju, você tem espaço cativo no meu coração, obrigada pela irmandade e companheirismo! Que nós duas possamos inventar ainda muitas coisas juntas! Aline, eu não acreditaria se me contassem que um dia seríamos tão próximas! Você não tem ideia do quanto é importante para mim também! Amo vocês! Ao querido amigo Vinícius S. Simões, meu favoritíssimo, como você cresceu na minha vida! Obrigada pela disposição em me ouviruma tarefa nada fácil!e pela companhia quase diária. Hoje eu gosto ainda mais de literatura por sua causa! Nunca se esqueça de que estará sempre em meu coração, "Excelentíssimo"! À Roberta; minha linda, como foram preciosas as suas palavras de apoio nessa etapa final! E à Lohana, minha filha de coração. Vocês estão em minhas orações, meus amores! Às professoras Dr.ª Marta P. Scherre e Dr.ª Virginia B. B. Abrahão pelas importantes considerações feitas no meu exame de qualificação e aos professores Dr.ª Beatriz P. Christino e Dr. Santinho F. de Souza, por aceitarem participar da minha defesa em um prazo tão corrido. Aos professores, amigos e colegas do Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos, em especial à Camila e à Elizana, pelos anos de convivência e com os quais eu aprendi muito. A todos que me apoiaram em minha visita às aldeias: Jakeline, Kelly, Nathalia, André, Evandro, Fernando, Priscila, Aline Ramos e, especialmente, à minha tia Elza por não medir esforços para me ajudar a conseguir as entrevistas. Sem vocês, nada disso seria possível! Muito obrigada! Ao pastor José Luiz Lisboa e a todos do Ministério Rocha Eterna, vocês sempre farão parte da minha vida. À Ivone e à Maria Áurea pela solidariedade. À minha diretora Cybele e a toda equipe da EEEM Guarapari; vocês são mais que colegas de trabalho, são uma extensão da minha família. Ao Diego pela disposição em tirar minhas dúvidas. Que seja você o próximo, meu amigo! Às "meninas" Katiuscia e Sílvia pelas caronas, pela companhia nos congressos e pelos momentos de descontração. Vocês são demais! À Luciana, a secretária mais maravilhosa que o PPGEL já teve. Obrigada por tudo, Lu! Aos meus alunos carinhosos que tornaram meus dias mais alegres nos períodos de tensão. Não vou citar nomes, para não correr o risco de esquecer alguns! E, por fim, a todos os meus amigos que, de uma forma ou de outra, me auxiliaram com palavras de força e esperança. Louvo a Deus por suas vidas! Todos os brancos e todos os filhos caçulas (Mbya) de Nhanderu vivem hoje no mundo, todos. Mas as pessoas, etavaekuéry (aqueles que são muitosos brancos) e os Guarani, não devem se estranhar. Devem se entender, todos (...). Mas o sistema do jurua (jurua rekopa) não deve ser seguido, meus pequenos filhos. Nhanderu deu este conselho: nossos filhos e filhas legítimos, unidos no mundo, com um só pensamento deverão ficar. (Maria Tataxĩ Roa Retee) Estima-se que restam hoje cerca de 50 mil índios Guarani no Brasil, que se situam, principalmente, na faixa litorânea que vai desde os estados do sul até o território capixaba, o Espírito Santo. Considerando que essa comunidade se mantém bilíngue, o presente trabalho objetiva discutir se, na situação de contato entre o Guarani e o Português, a primeira língua está ou não cedendo lugar à segunda. Para alcançar esse objetivo, foi formado um banco de dados de fala por meio de entrevistas realizadas nas aldeias, que versaram sobre as tradições históricas, a família, a religião, a economia e o meio ambienteaspectos considerados por eles como as principais armas de resistência desse povo. A análise tomou por base os pressupostos da Sociolinguística/Contato Linguístico, com teóricos como Weinreich (1953), Fishman (1968;, Appel e Muysken (1996), Coulmas (2005) e outros, que discutem temas pertinentes à pesquisa em questão: o contato linguístico e a manutenção/substituição de línguas minoritárias. Acredita-se que, apesar do contato com o português pela venda de artesanatos, pela mídia e pela atuação da escola e sua ação integralizadora, prevista pelo Estatuto do Índio, o Guarani mantém a sua língua materna -ainda que estigmatizada -devido à forte religiosidade que norteia todo o seu modo de vida. Ele entende a palavra como um dom e confere a ela um poder mítico de conexão com o mundo espiritual, o que, ao mesmo tempo, confere extrema importância à língua minoritária e favorece a sua preservação, enquanto marca importante da cultura e identidade desse povo.
LaborHistórico, 2023
Animus - Revista Interamericana de Comunicação Midática, 2020
O artigo apresenta a experiência de co-criação de um livro bilíngue (em Guarani e Português), produzido em colaboração com o povo Kaiowá do território retomado de Guaiviry Yvy Pyte Ojere (Mato Grosso do Sul/Brasil) e suas lideranças espirituais e intelectuais. Metodologicamente, vale-se da co-presença em longa duração via etnografia multissituada como estratégia afectiva e intersubjetiva que, ao mesmo tempo em que descreve a experiência de comunicação entre mundos ( e não a descrição de um mundo sob a óticade outro), opera como encontro de saberes. As relações entre oralidade e escrita, as escolhas editoriais bem como os esforços de tradução linguística são tomados como fóruns cosmopolíticos com vistas à produção de diálogos interepistêmicos, sublinhando umgesto de descolonização do livro a partir de sua apropriação contra-colonial
REMATEC
Neste artigo, apresentamos algumas reflexões sobre as escolas indígenas Guarani e Kaiowá, e o papel que estas assumem na vida destas comunidades, com a finalidade de situar o contexto dos processos de educação escolarizada para os indígenas. Tomamos como referência, para a apresentação do cenário da Educação Escolar Indígena entre os Guarani e Kaiowá de Mato Grosso do Sul, o diálogo com diversos trabalhos realizados por pesquisadores tanto indígenas quanto não indígenas, quem com suas atividades contribuem na análise das políticas culturais presentes no campo da educação escolar indígena. A partir destas pesquisas, apresentamos algumas considerações sobre o papel da escola na vida dos professores indígenas e os conhecimentos presentes nos cenários de formação destes sujeitos, na atual perspectiva de educação escolar indígena intercultural e bilíngue. Optamos por buscar a compreensão sobre alguns aspectos do processo de escolarização e dos impactos deste na vida dos povos indígenas, ...
Revista PERcursos Linguísticos, 2023
Este trabalho busca discutir e problematizar como a tradução foi empregada de forma a esconder, marginalizar, subalternizar e domesticar as línguas, as histórias, as narrativas e as epistemologias indígenas, influenciando os modos com os quais concebemos o narrar da história. Intenta-se, com isso, refletir sobre a possibilidade de se reposicionar a tradução, a fim de enxergar no ato tradutório uma transformação regulada e sobredeterminada por diversos fatores, a qual expõe as diferenças e implica necessariamente lidar com relações assimétricas de poder. A partir do conceito de reescrita (LEFEVERE, 1992), os processos tradutórios são debatidos pela apresentação de produções indígenas contemporâneas, enquanto formas de se recontar e recuperar narrativas que foram silenciadas ao longo do tempo. Como resultado, o conjunto de obras apresentadas indica a abertura de brechas que desafiam as narrativas hegemônicas e permitem o surgimento de novas formas de se conceber a história, ao se reposicionar a tradução.

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