Books by Alessandra Vannucci

Vannucci, A. (a cura di) Di lei attaccatissimo D.Pedro. Epistolario tra Adelaide Ristori e l'ultimo imperatore del Brasile. Perugia, Morlacchi, 2022
Di lei attaccatissimo D.Pedro. Epistolario tra Adelaide Ristori e l’ultimo imperatore del Brasile... more Di lei attaccatissimo D.Pedro. Epistolario tra Adelaide Ristori e l’ultimo imperatore del Brasile. A cura e con introduzione di Alessandra Vannucci. Perugia, Ed. Morlacchi, collana Spettacolo, 2022.
Se io scrivessele tutto ciò che una amicizia di quasi cuaranta anni m’ispirerebbe, non riuscirebbe come nella prima occhiata, che tanto ardentemente desidera il di lei attaccatissimo D.Pedro 10/9/1890, da Baden-Baden
Adelaide Ristori fu la grande attrice che inaugurò la rotta transatlantica, trionfando per mezzo secolo nei teatri di tutto il mondo; è noto che al culmine della carriera fu scherzosamente proclamata "la Colomba” dell'arte drammatica italiana. Meno noto il titolo di "regina delle scene" che, dal 1869, data della sua prima tournée in Sud America, ricevette dall’ultimo Imperatore del Brasile, D. Pedro II. Per vent’anni, fino alla morte di lui (1891) i due coltivarono un’intensa amicizia, per lo più epistolare. Si scrivevano di letteratura, di conoscenze comuni e viaggi; poi di spettacoli, di stili di recitazione, di nuove attrezzerie e novità di repertorio. Qui si presenta la corrispondenza, corredata da fotografie e da note che contestualizzano due personalità tanto notevoli, tra fatti e personaggi a loro contemporanei. Furono osservatori d’eccellenza di un’epoca di monarchie al declino, senza che questo spegnesse l’accesa curiosità per le politiche del presente e l’immaginazione del futuro; li legava un sentimento di cui la Ristori scrisse, nei Ricordi, che «né tempo, né lontananza hanno potuto scemare nell’anima mia».

Samon Noyama e Gustavo Delaqua (org), Boal e a filosofia. Curitiba, editora CRV, 2023
Muitos estudos recentes ou recentemente republicados, para ocasião do cinquentenário de Maio de 6... more Muitos estudos recentes ou recentemente republicados, para ocasião do cinquentenário de Maio de 68, convidam a historiografia brasileira a repensar as relações entre fatos ocorridos no Brasil na virada da década de 1960 para 1970 e sua fixação na memória histórica da dita “contra cultura” nacional e internacional. Neste ensaio, vou me ater ao campo da historiografia do teatro, embora considerando o impacto político de qualquer fato artístico, especialmente teatral por acontecer em dimensão pública; e vou tratar de fatos ocorridos em território brasileiro e fora dele, seguindo as rotas do exílio ao qual alguns artistas foram forçados. Entre estes, especialmente Augusto Boal. O recorte proposto (1968-72) serve ao propósito de ressaltar, no contexto amplo dos movimentos produtores de um pensamento contra cultural, a forma singular com que artistas e intelectuais de diversas nacionalidades conseguiram articular no Brasil, naqueles poucos anos, um debate consistente acerca de quais práticas experimentais poderiam resistir à onda cultural conservadora que vinha sendo defendida, com modos repressivos, pelo regime militar recém-instalado no governo do país. A singularidade deste debate se dá justamente pelo fato de que a fase mais vibrante da rebelião juvenil pós-68 se deu, no Brasil, em plena ditadura.
Pirandello tra presenza e assenza. Per la mappatura internazionale di un fenomeno culturale, 2020
conferenza tenuta a Zurigo nel 2019 e raccolta come capitolo del libro pubblicato nel 2020 da Pao... more conferenza tenuta a Zurigo nel 2019 e raccolta come capitolo del libro pubblicato nel 2020 da Paola Casella e Thomas Klinkert presso Peter Lang, Zurich

International Women Stage Directors.1 ed.Illinois : UI Press, 2013,, 2013
Women directors conquered Brazilian theatre starting in the 1980s, dealing with both cultural and... more Women directors conquered Brazilian theatre starting in the 1980s, dealing with both cultural and logistical obstacles, such as the clearing of time for artistic activity from the day's domestic work and earning a living wage. The rigid social morality, the reason for most women's withdrawal from the arts during the twentieth century, persisted even after the end of the military dictatorship in 1985, yet in the twenty-first century the same driving force seems to heighten the creativity, charisma, and diversity that are characteristic of the women who stand out in the field of theatre direction. One common factor that seems to be an advantage for women directors is either foreign nationality or training abroad, either in Europe during the 1970s or in the United States for those who emerged later. In addition, the public recognition of early women directors was influenced by the fact that many were wives and daughters of recognized male artists, in contrast to the modern situation, in which success arises from several different and highly individual paths. While the beginning of the twenty-first century is characterized by a strong policy of equal opportunity in all public and private spaces, the theatre seems to continue to present a traditional resistance to equal opportunity, much more so than in the other arts.

pp. 83 ensaio em italiano sobre: No contexto de auto-afirmação nacional que segue à unificação da... more pp. 83 ensaio em italiano sobre: No contexto de auto-afirmação nacional que segue à unificação da Itália, os grandes atores italianos se encarregaram de uma específica missão patriótica. Ao empreender tournées intercontinentais, privilegiando como destino a América Latina, pretendiam divulgar uma idéia de nação de valores, culta e dotada de excepcional talento artístico. É no Brasil que a atriz italiana Adelaide Ristori se consagra “rainha da cena” pela notoriedade adquirida nos palcos do mundo inteiro e, ainda, em virtude de sua amizade com o Imperador Dom Pedro II. Uma amizade cultivada por vinte anos de correspondência e raríssimos, mas significativos encontros. A tarefa ética assumida pela Ristori como atriz encarregada da emancipação de sua classe e da formação da consciência nacional na Itália, resultava de extremo interesse para o Imperador, pois mostrava em cena sua idéia do Brasil como nação a ser construída através de um projeto cultural de re-europeização.
O ensaio apresenta, em italiano, pesquisa publicada em português no livro UMA AMIZADE REVELADA. Correpondência entre o Imperador Dom Pedro II e Adelaide Ristori, a maior atriz de seu tempo
Organiz. e pref. Alessandra Vannucci
Rio de Janeiro: Edições Biblioteca Nacional, 2004
284 pg., ilustr. col., 22 X 28 cm.
Uma colaboração entre Fundação Biblioteca Nacional (Rio de Janeiro), Museu Imperial (Petrópolis) e Museo Biblioteca dell’Attore (Genova).
Descrição: O volume apresenta a versao bilingue (original italiano e portugues) do epistolario entre o Imperador Dom Pedro II e Adelaide Ristori, grande atriz tragica italiana conhecida como a "rainha da cena" do seu tempo. O volume è ricamente ilustrado com imagens inéditas, rarissimas e em otimo estado de conservaçao. O aparato apresenta uma breve introduçao biografica (T. Viziano) um amplo prefacio assinado pela organizadora, Alessandra Vannucci, notas historicas e teatrais, a transcriçao integral das cartas em italiano e a transcriço das criticas que Machado de Assis dedicou à atriz na época de sua primeira viagem ao Brasil.
"Atraves do excelente ensaio da organizadora, ficamos conhecendo a mecanica das grandes companhias, as rivalidades entre as estrelas, a disputa pelo mercado, as negociacioes dos agentes que antecediam cada uma dessas viagens e as técnicas de divulgaçao do espetaculo [...] era toda uma industria cultural que antecipa a de hoje" (Isabel Lustosa, Paginas de amizade e historia, O Globo, Prosa e Verso, 19.2.2005)

Reggio Emilia : Edizioni Diabasis,, 2018
L’autrice, genovese che da dieci anni investiga “espatri” culturali – in specie teatrali – tra l’... more L’autrice, genovese che da dieci anni investiga “espatri” culturali – in specie teatrali – tra l’Italia e l’America Latina, ha dedicato diversi studi al tema dell’immaginario del viaggio, sia attraverso la raffinata narrazione di viaggianti illustri (come la divina attrice Adelaide Ristori nell’epistolario scambiato con l’Imperatore del Brasile, Dom Pedro II) e sia attraverso le testimonianze precarie ed involontarie dei viaggiatori di terza classe (come nello spettacolo Partenze, scritto insieme a Laura Sicignano, realizzato da Teatro Cargo per GeNova04 Capitale Europea della Cultura).
Le sue ricerche, pubblicate da istituzioni prestigiose come la Fundação Biblioteca Nacional di Rio de Janeiro (Uma amizade revelada, 2004) l’hanno resa assidua frequentatrice dell’Archivio Ligure per la Scrittura Popolare dove ha “scovato” e scelto di commentare il diario di Giuseppe Banfi, manovale lombardo che nel 1857 salpa da Genova per Rio de Janeiro a bordo del Bricche Rosa.
Una volta giunto alla Corte di Dom Pedro II, ove l’opera e la lingua italiana eran tenute in gran conto, s’impiega come corista del Teatro Imperiale – frattanto studiando al locale Conservatorio – e accumula una piccola fortuna cantando come baritono nelle chiese. Nel 1858, derubato di tutti i suoi risparmi, parte per il Paranà con una cassetta piena di “bigiotteria d’oro” e, nel tentativo di vender la merce, s’avventura per 200 leghe nel favoloso Brasile. Oltrepassa la selva di Curitiba e Campo Largo, scala il sinistro Passo dos Garapatos e guada tre fiumi nella Serra da Ribeira, raggiunge Ponta Grossa e Castro sulla divisa di montagne che separano il Paranà dall’attuale Stato di São Paulo, dove giunge tre mesi e mezzo più tardi. Scopre un selvaggio ma anche mistico Eldorado. Mentre l’avventura tra cespugli giganteschi, piogge torrenziali, nebbiosi sottoboschi ed infernali vallate fangose lo affascina e terrorizza, la storia vera del suo viaggio umano, alle prese con brasileiri veementi, apatici indigeni, donne procaci ed italiani all’arrembaggio ovunque, lo fa riflettere. L’incontro tra culture, nell’isolamento del viaggio al cuore del paese, produce un bagaglio di equivoci, reciproche diffidenze, grate scoperte e invenzioni che andrebbero sprecate se il viaggiatore non se ne facesse narratore. Rientrato in Italia, Banfi trascrive il suo diario nei canoni del romanzo di formazione: ne sgorga questa sorprendente cronaca del filosofico incontro tra barbari europei e indigeni gentili.
Il diario di Banfi, conservato nell’Archivio Ligure della Scrittura Popolare, è preceduto da un esteso saggio dell’autrice (Un baritono ai tropici) ed ha meritato l’onore della prefazione di Emilio Franzina, tra i massimi studiosi italiani di Storia delle Migrazioni. Antonio Gibelli (Direttore della collana e dell’Archivio, dip. Storia Contemporanea, Università di Genova) e Fabio Capocaccia (CISEI) presentano l’iniziativa nella nuova serie editoriale Dal porto al mondo che predilige narrazioni di viaggio, diari ed epistolari di emigranti.
Le illustrazioni sono gentilmente cedute dalla Fundação Biblioteca Nacional e dagli eredi Banfi.
Historias de uma geraçao de diretores no Brasil. Sao Paulo : Perspectiva, 2014, 2014
capitulo sobre a trajetoria de Gianni Ratto entre Italia e Brasil, publicado em VANNUCCI, A. A mi... more capitulo sobre a trajetoria de Gianni Ratto entre Italia e Brasil, publicado em VANNUCCI, A. A missao italiana. Historias de uma geraçao de diretores italianos no Brasil. Sao Paulo: Perspectiva, 2014, pp. 233-249

Quale remota ma potente seduzione ancora esercita, sul lettore contemporaneo, l'America vista o s... more Quale remota ma potente seduzione ancora esercita, sul lettore contemporaneo, l'America vista o sognata da viaggiatori ed emigranti dei tempi in cui, per raggiungerla, ci voleva più d'un mese di navigazione transatlantica? Certo è che diari, lettere e memorie di viaggio saltati fuori dai vecchi bauli, di qua e di là dell'oceano, per restituirci intatto il profumo della vita nell'altro tempo e luogo, non finiscono mai d'alimentare l'archivio immaginario sul viaggio come metafora dell'esistenzametafora che pare resistere ad anacronismi. Forse, che il tono sia eroico come nell'epopea delle lussuose traversate narrate da viaggianti illustri, grandi attori o divi dell'opera; oppure che sia il tono minore e quasi involontario delle testimonianze buttate giù in un italiano spesso precario dai viaggiatori della terza classe, è in queste microstorie che il lettore più percepisce la Storia come esperienza di vita, come vicissitudine.
Papers by Alessandra Vannucci

Journal Journal Of Italian Cinema And Media Studiesv. 10, p. 187-202, 2022
The journey to Brazil undertaken by a generation of young Italian directors initiated a phase of ... more The journey to Brazil undertaken by a generation of young Italian directors initiated a phase of artistic renewal in São Paulo during the 1950s. This article reveals the connections between the projects and theatre, television and cinema productions of some of the protagonists of that extraordinary adventure by tracing the power plays that marked the period. As they understood, it was a time when one would believe in the possibility of implementing a modern theatre supported by the state and an art cinema, expected to be adored by a public and which still had to be formed. These goals united a generation and motivated its migration to the other side of the Atlantic. It was a 'mission' based on the belief that the arts, especially the performing arts, should be tools for the democratic emancipation of the public and not just occasions for its entertainment. Their tasks, illusions, disappointments and legacies are inscribed in plays and films, which I illustrate in this article.

ANAIS DE FILOSOFIA CLÁSSICA, vol. 13 nº 26, 2019, 2019
Le cosmogonie antiche alimentano l'immaginario popolare attraverso i secoli. Così, possiamo assoc... more Le cosmogonie antiche alimentano l'immaginario popolare attraverso i secoli. Così, possiamo associare al mito tragico dello smembramento e ritorno di Dioniso a riti propiziatori legati al culto della fertilità vegetale e al ciclo delle stagioni agricole. Come altri personaggi mascherati nella pratica spettacolare dei Comici dell'Arte (sec. XVI), Arlecchino richiama figure psicopompe, ovvero in transito tra regno infero e regno superiore, come il re degli elfi Herl Koning (una delle possibili etimologie del nome) che guida il corteo delle anime nella mitologia nordica e lo stesso Dioniso, istigatore della mania carnevalesca. Arlecchino non solo testimonia la sua derivazione infernale nel resto di corno che porta in testa, ma evoca un anteriore stato vegetale nelle toppe che tingono il suo saio (inizialmente bianco come quello del suo compare Pulcinella) di colori primaverili. La maschera è dunque residuo (satirico, nella tradizione italiana) di un sapere ancestrale che comprende il rapporto tra vita e morte come un ciclo di eterno ritorno che pare rifuggire le disposizioni della divina provvidenza. PAROLE-CHIAVE: Teatro di mascara; mitologia.
RESUMO: As antigas cosmogonias alimentam o imaginário popular através dos séculos. Assim, podemos associar o mito trágico do esquartejamento e retorno de Dionísio a ritos propiciatórios ligados ao culto da fertilidade vegetal e ao ciclo das estações agrícolas. Como outras personagens mascaradas nos espetáculos da Commedia dell'Arte (século XVI), Arlequim lembra figuras psicopompas, ou seja, em trânsito entre o reino inferior e o reino superior, como o rei dos elfos Herl Koning (uma das possíveis etimologias do nome) que guia a procissão de almas na mitologia nórdica e o próprio Dionísio, instigador da mania carnavalesca. Arlequim não só testemunha sua derivação infernal no resto de chifre que tem na cabeça, mas também evoca um estado vegetal anterior nas manchas que tingem seu hábito (inicialmente branco como o de seu companheiro Polichinelo) de cores primaveris. A máscara é, portanto, um resíduo (satírico, na tradição italiana) de um saber ancestral que inclui a relação entre vida e morte como como um ciclo de eterno retorno que parece afastar as disposições da divina providência.

Journal of Italian Cinema & Media Studies, 2022
The journey to Brazil undertaken by a generation of young Italian directors initiated a phase of ... more The journey to Brazil undertaken by a generation of young Italian directors initiated a phase of artistic renewal in São Paulo during the 1950s. This article reveals the connections between the projects and theatre, television and cinema productions of some of the protagonists of that extraordinary adventure by tracing the power plays that marked the period. As they understood, it was a time when one would believe in the possibility of implementing a modern theatre supported by the state and an art cinema, expected to be adored by a public and which still had to be formed. These goals united a generation and motivated its migration to the other side of the Atlantic. It was a ‘mission’ based on the belief that the arts, especially the performing arts, should be tools for the democratic emancipation of the public and not just occasions for its entertainment. Their tasks, illusions, disappointments and legacies are inscribed in plays and films, which I illustrate in this article.

Revista Sala Preta, 2015
Na trajetória do Living Theatre, companhia teatral de origem norte-americana, desde 1964 nômade... more Na trajetória do Living Theatre, companhia teatral de origem norte-americana, desde 1964 nômade por opção, a viagem ao Brasil de 1970 a 1971 proporcionou, por meio de experiências extremas de opressão – como a detenção –, a descoberta de novas táticas de ativismo estético-político. Focando um processo teatral que não aconteceu como espetáculo, mas provocou uma espetacular auto exposição dos dispositivos de repressão do regime militar, o artigo se propõe analisar estruturas constitutivas daquela fase da história da nação.
ENG: In the trajectory of the Living Theatre, an American theater compa-ny nomadic by choice since 1964, the trip to Brazil in 1970 to 1971 provided through extreme experiences of oppression – such as de-tention – the discovery of new strategies of aestethic-politic activism. Focusing on a theatrical process that did not happen as a show, but sparked a spectacular self-exposure of the military dictatorship re-pression devices, the paper aims to analyse constituent structures of that stage of Brazilian history.Keywords: Living Theatre, public acts, Brazil, military dictatorship.1968: o teatro está nas ruasThe plot is the revolution1(Paradise Now, 1971)Entoando um mantra libertário, uma caravana de espectadores toma de assalto o Palácio dos Papas, onde alguns deles agarram-se nas grades e se lançam, aterrissando em redes de braços; o coreógrafo Maurice Béjart des-camisado, em coletiva de imprensa, ameaça não dançar na data programada 1. A trama é a revolução.
Construindo coletivos pela igualdade de gênero: diferentes formas de interlocução
Anais do(a) Anais da Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural

Sala Preta, Dec 26, 2017
A passagem da Companhia Theatro d' Arte pelos palcos brasileiros, no triênio (1925-1928) em que P... more A passagem da Companhia Theatro d' Arte pelos palcos brasileiros, no triênio (1925-1928) em que Pirandello assumiu sua direção, provocou um debate rico de contaminações e polêmicas que perseveraram muito além do modernismo, acompanhando a fama do italiano ao longo da modernização do teatro no Brasil. Este ensaio enfoca a saída do literato do recinto das letras para entrar na arena do espetáculo, coincidindo com a sua empreitada latino-americana. Similarmente a outros ilustres viajantes, como Marinetti, que visitou o Brasil no ano anterior, em 1926, suas palestras e entrevistas (especialmente a que concedeu ao jovem Sérgio Buarque de Holanda) deram ocasião para percepções especulares do processo cultural brasileiro, cujo imaginário se definia também por contágio do olhar dos viajantes. A pesquisa contribui para a agenda de eventos em homenagem ao 150º aniversário do nascimento do autor.

O Eixo e a Roda: Revista de Literatura Brasileira
Resumo: O ensaio analisa a atividade dos clubes recreativos italianos em São Paulo, a partir do f... more Resumo: O ensaio analisa a atividade dos clubes recreativos italianos em São Paulo, a partir do final do século XIX, quando a cidade se transforma de vila colonial em metrópole industrial e sofre o impacto das grandes migrações. A fuga dos trabalhadores das plantações para a cidade, onde conseguem articular formas de resistência à exploração através do associacionismo voluntário (jornais, sindicatos e teatro) alimenta um clima de discriminação, culminando em perseguição racial. A emancipação política é conquistada através da arte, principalmente nos palcos. Nas peças deste repertório, os valores patrióticos e nacionalistas do Risorgimento, que haviam alimentado uma primeira fase da literatura emigrante, são paulatinamente substituídos pela utopia internacionalista da sociedade “sem pátria e sem patrões”.Palavras-chave: teatro italiano no Brasil; amadorismo teatral; emigração.: We analyze some of the Italian recreational clubs activities in São Paulo, from the end of the 19th century...

RESUMO A viagem ao Brasil do Living Theatre em 1970 e 71, na fase mais brutal do regime militar, ... more RESUMO A viagem ao Brasil do Living Theatre em 1970 e 71, na fase mais brutal do regime militar, proporciona ao grupo, através da experiência extrema de uma realidade de opressão e miséria, novos caminhos seja estéticos como existenciais para a sua utopia revolucionária não violenta. A ideia de " saturar " uma cidade de teatro, resgatando a memória dos muros e resignificando cada bairro, cada praça, cada monumento mobiliza um campanha teatral participativa que, pensada para as ruas de Ouro Preto, é impedida pela prisão decretada para a maioria dos integrantes do grupo. Mesmo assim, a opção pela rua, alias pelo Teatro de Rua como ritual de cura e libertação das energias, define todo o futuro do grupo no percurso da performance urbana como Ato Público, isto é, dispositivo revelador das estruturas sociais e capaz de transforma-las. Esta opção inspira uma mudança radical no trabalho do Living, influenciando em seguida comunidades teatrais no mundo inteiro. ABSTRACT The trip to Brazil of The Living Theatre em 1970-71, the most brutal military regime, offers to the group through the extreme experience of oppression and misery, new aesthetics and existential paths throughout his revolutionary non-violent utopia. The plan of " saturating " a city of theater, designed for the street of Ouro Preto, is prevented by imprisonment of most members of the group. Even so, the choice for the open space, for Street Theatre as a ritual of healing and life, defines the Living Theatre's future way as urban performance or Public Act, that is, a device to reveal social structures and transform them. This option draws a radical change in the work of Living, them influencing theater communities worldwide.
Percevejo on line, 2017
Alessandra Vannucci investiga a trajetória do Living Theatre com ênfase no período em que a compa... more Alessandra Vannucci investiga a trajetória do Living Theatre com ênfase no período em que a companhia se estabeleceu no Brasil, nos anos 70. Neste artigo, a autora procura traçar as rotas poéticas que a companhia construiu nos seus processos laboratoriais de criação para materializar a sua utopia revolucionária não-violenta: táticas de resistência ao poder e ao Estado.
Ariel semestrale di drammaturgia dell'Istituto Studi Pirandelliani, 2019

FLORES L. e SOMMER, M (org) caderno desilha 2 . Rio de Janeiro editora Circuito ISBN 978-85-9582-052-4, 2019
Toda fuga, no mapa ancestral da vida humana que os mitos descrevem, aponta para um ato de fundaçã... more Toda fuga, no mapa ancestral da vida humana que os mitos descrevem, aponta para um ato de fundação: Eneias, em fuga de Troia incinerada, funda Roma; o povo judeu, em fuga da escravidão do Egito, funda Israel. Afastando-se de tudo que antes lhe pertencia, os fugitivosexilados desterrados emigrantes -entendem que o lugar de onde eles vêm já não existe. Retornar é impossível; nenhum retorno, mesmo que venha a ser possível, compensa o luto que em algumas línguas tem denominação específica na palavra nostalgia (do grego nostos+algia, ou seja, "dor do retorno"). Nesta via de mão única, qualquer tentativa de integrar-se ao novo território atende primeiramente a um instinto de sobrevivência, que satura o cotidiano de uma pujança incomum. Kristeva (1994, 26) define como "economia do gasto sem limites" esta postura de superinvestimento em si mesmo, como força de trabalho que tende a articular-se de forma confiante na retórica assimilacionista do Estado-nação. Brota disso um nacionalismo específico, uma retórica otimista do imigrante "salvo" pela terra que lhe dá refúgio. Aqui, neste presente onde deverá ser possível construir um futuro, tudo será feito melhor do que lá, no passado para onde não há retorno. Esta fantasmagoria temporal absolve os viajantes -exilados desterrados emigrantes -do trauma do abandono e afaga sua nostalgia. Deixando um lugar que não existe mais, constroem para si um lugar que não existe ainda.

Machado de Assis em linha. 2019, vol.12, n.26, pp.26-46. ISSN 1983-6821, 2019
Machado de Assis was a theater spectator in the Brazilian court of the Second Empire, a position ... more Machado de Assis was a theater spectator in the Brazilian court of the Second Empire, a position he left a trail of in chronicles, serial novels, censorship reports, short stories and novels. His work as a critic was part of a broad intellectual campaign to cultivate theatre audiences, a mission he would later leave behind out of apparent disappointment over the path his desired reform of the national scene took. From 1865, devoted to fiction, he wrote only occasionally about theatre, making an exception for his hyperbolic reviews of the first Brazilian season (1869) of the Italian actress, Adelaide Ristori, internationally acclaimed as "the queen of the scenes". This essay aims to inventory Machado's ideas on the theater and his habits as a spectator by studying his observations on the actress's work, hitherto disregarded by specialists.
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Books by Alessandra Vannucci
Se io scrivessele tutto ciò che una amicizia di quasi cuaranta anni m’ispirerebbe, non riuscirebbe come nella prima occhiata, che tanto ardentemente desidera il di lei attaccatissimo D.Pedro 10/9/1890, da Baden-Baden
Adelaide Ristori fu la grande attrice che inaugurò la rotta transatlantica, trionfando per mezzo secolo nei teatri di tutto il mondo; è noto che al culmine della carriera fu scherzosamente proclamata "la Colomba” dell'arte drammatica italiana. Meno noto il titolo di "regina delle scene" che, dal 1869, data della sua prima tournée in Sud America, ricevette dall’ultimo Imperatore del Brasile, D. Pedro II. Per vent’anni, fino alla morte di lui (1891) i due coltivarono un’intensa amicizia, per lo più epistolare. Si scrivevano di letteratura, di conoscenze comuni e viaggi; poi di spettacoli, di stili di recitazione, di nuove attrezzerie e novità di repertorio. Qui si presenta la corrispondenza, corredata da fotografie e da note che contestualizzano due personalità tanto notevoli, tra fatti e personaggi a loro contemporanei. Furono osservatori d’eccellenza di un’epoca di monarchie al declino, senza che questo spegnesse l’accesa curiosità per le politiche del presente e l’immaginazione del futuro; li legava un sentimento di cui la Ristori scrisse, nei Ricordi, che «né tempo, né lontananza hanno potuto scemare nell’anima mia».
O ensaio apresenta, em italiano, pesquisa publicada em português no livro UMA AMIZADE REVELADA. Correpondência entre o Imperador Dom Pedro II e Adelaide Ristori, a maior atriz de seu tempo
Organiz. e pref. Alessandra Vannucci
Rio de Janeiro: Edições Biblioteca Nacional, 2004
284 pg., ilustr. col., 22 X 28 cm.
Uma colaboração entre Fundação Biblioteca Nacional (Rio de Janeiro), Museu Imperial (Petrópolis) e Museo Biblioteca dell’Attore (Genova).
Descrição: O volume apresenta a versao bilingue (original italiano e portugues) do epistolario entre o Imperador Dom Pedro II e Adelaide Ristori, grande atriz tragica italiana conhecida como a "rainha da cena" do seu tempo. O volume è ricamente ilustrado com imagens inéditas, rarissimas e em otimo estado de conservaçao. O aparato apresenta uma breve introduçao biografica (T. Viziano) um amplo prefacio assinado pela organizadora, Alessandra Vannucci, notas historicas e teatrais, a transcriçao integral das cartas em italiano e a transcriço das criticas que Machado de Assis dedicou à atriz na época de sua primeira viagem ao Brasil.
"Atraves do excelente ensaio da organizadora, ficamos conhecendo a mecanica das grandes companhias, as rivalidades entre as estrelas, a disputa pelo mercado, as negociacioes dos agentes que antecediam cada uma dessas viagens e as técnicas de divulgaçao do espetaculo [...] era toda uma industria cultural que antecipa a de hoje" (Isabel Lustosa, Paginas de amizade e historia, O Globo, Prosa e Verso, 19.2.2005)
Le sue ricerche, pubblicate da istituzioni prestigiose come la Fundação Biblioteca Nacional di Rio de Janeiro (Uma amizade revelada, 2004) l’hanno resa assidua frequentatrice dell’Archivio Ligure per la Scrittura Popolare dove ha “scovato” e scelto di commentare il diario di Giuseppe Banfi, manovale lombardo che nel 1857 salpa da Genova per Rio de Janeiro a bordo del Bricche Rosa.
Una volta giunto alla Corte di Dom Pedro II, ove l’opera e la lingua italiana eran tenute in gran conto, s’impiega come corista del Teatro Imperiale – frattanto studiando al locale Conservatorio – e accumula una piccola fortuna cantando come baritono nelle chiese. Nel 1858, derubato di tutti i suoi risparmi, parte per il Paranà con una cassetta piena di “bigiotteria d’oro” e, nel tentativo di vender la merce, s’avventura per 200 leghe nel favoloso Brasile. Oltrepassa la selva di Curitiba e Campo Largo, scala il sinistro Passo dos Garapatos e guada tre fiumi nella Serra da Ribeira, raggiunge Ponta Grossa e Castro sulla divisa di montagne che separano il Paranà dall’attuale Stato di São Paulo, dove giunge tre mesi e mezzo più tardi. Scopre un selvaggio ma anche mistico Eldorado. Mentre l’avventura tra cespugli giganteschi, piogge torrenziali, nebbiosi sottoboschi ed infernali vallate fangose lo affascina e terrorizza, la storia vera del suo viaggio umano, alle prese con brasileiri veementi, apatici indigeni, donne procaci ed italiani all’arrembaggio ovunque, lo fa riflettere. L’incontro tra culture, nell’isolamento del viaggio al cuore del paese, produce un bagaglio di equivoci, reciproche diffidenze, grate scoperte e invenzioni che andrebbero sprecate se il viaggiatore non se ne facesse narratore. Rientrato in Italia, Banfi trascrive il suo diario nei canoni del romanzo di formazione: ne sgorga questa sorprendente cronaca del filosofico incontro tra barbari europei e indigeni gentili.
Il diario di Banfi, conservato nell’Archivio Ligure della Scrittura Popolare, è preceduto da un esteso saggio dell’autrice (Un baritono ai tropici) ed ha meritato l’onore della prefazione di Emilio Franzina, tra i massimi studiosi italiani di Storia delle Migrazioni. Antonio Gibelli (Direttore della collana e dell’Archivio, dip. Storia Contemporanea, Università di Genova) e Fabio Capocaccia (CISEI) presentano l’iniziativa nella nuova serie editoriale Dal porto al mondo che predilige narrazioni di viaggio, diari ed epistolari di emigranti.
Le illustrazioni sono gentilmente cedute dalla Fundação Biblioteca Nacional e dagli eredi Banfi.
Papers by Alessandra Vannucci
RESUMO: As antigas cosmogonias alimentam o imaginário popular através dos séculos. Assim, podemos associar o mito trágico do esquartejamento e retorno de Dionísio a ritos propiciatórios ligados ao culto da fertilidade vegetal e ao ciclo das estações agrícolas. Como outras personagens mascaradas nos espetáculos da Commedia dell'Arte (século XVI), Arlequim lembra figuras psicopompas, ou seja, em trânsito entre o reino inferior e o reino superior, como o rei dos elfos Herl Koning (uma das possíveis etimologias do nome) que guia a procissão de almas na mitologia nórdica e o próprio Dionísio, instigador da mania carnavalesca. Arlequim não só testemunha sua derivação infernal no resto de chifre que tem na cabeça, mas também evoca um estado vegetal anterior nas manchas que tingem seu hábito (inicialmente branco como o de seu companheiro Polichinelo) de cores primaveris. A máscara é, portanto, um resíduo (satírico, na tradição italiana) de um saber ancestral que inclui a relação entre vida e morte como como um ciclo de eterno retorno que parece afastar as disposições da divina providência.
ENG: In the trajectory of the Living Theatre, an American theater compa-ny nomadic by choice since 1964, the trip to Brazil in 1970 to 1971 provided through extreme experiences of oppression – such as de-tention – the discovery of new strategies of aestethic-politic activism. Focusing on a theatrical process that did not happen as a show, but sparked a spectacular self-exposure of the military dictatorship re-pression devices, the paper aims to analyse constituent structures of that stage of Brazilian history.Keywords: Living Theatre, public acts, Brazil, military dictatorship.1968: o teatro está nas ruasThe plot is the revolution1(Paradise Now, 1971)Entoando um mantra libertário, uma caravana de espectadores toma de assalto o Palácio dos Papas, onde alguns deles agarram-se nas grades e se lançam, aterrissando em redes de braços; o coreógrafo Maurice Béjart des-camisado, em coletiva de imprensa, ameaça não dançar na data programada 1. A trama é a revolução.