Books by Leandro Durazzo

UFRN, 2019
Este trabalho busca investigar algumas dinâmicas políticas e de elaboração indígena de conhecimen... more Este trabalho busca investigar algumas dinâmicas políticas e de elaboração indígena de conhecimentos entre os Tuxá de Rodelas, intensificadas a partir de seu engajamento no processo de autodemarcação do território de Dzorobabé, em Rodelas-BA. Para os Tuxá, Dzorobabé é considerado território ancestral, tradicional e historicamente relacionado aos índios rodeleiros da região do Submédio São Francisco, antepassados de quem se compreendem descendentes. Ao mesmo tempo que intensifica dinâmicas de organização social e política, a autodemarcação oportuniza aos Tuxá uma reabitação no território considerado cosmologicamente forte, pela presença desses mesmos antepassados – brabios, gentios, mestres encantados. Esta tese apreende certos dinamismos postos em ação quando da autodemarcação, iniciada em 2017, e reflete sobre formas de trato com a ciência tuxá, isto é, seu complexo de práticas e conhecimentos rituais que compõe base para a concepção indígena de mundo, bem como para as políticas e planejamentos educacionais elaborados pelos professores tuxá no âmbito de sua educação escolar indígena. Etnograficamente, buscamos delinear as correlações entre política indígena no processo de reabitação do território com dimensões de entendimento do complexo ritual da ciência e suas práticas político-rituais. Os arranjos políticos – divisões em grupos político-familiares, troncos que compõem atualmente o Conselho Tuxá – apontam modos específicos de relacionamento com o território, quer em sua ocupação material, quer nos relacionamentos imateriais com a dimensão da ciência no lugar. Também evidenciam a multiplicidade de grupos políticos entre os Tuxá de Rodelas, seja na Aldeia Mãe, seja na área urbana da cidade, e que se reorganizam em torno da autodemarcação a fim de que a ocupação do território possibilite novas afirmações políticas e acesso a recursos – representatividade política, acesso à terra, entre outros. Acompanhando os primeiros seis meses (agosto de 2017 a fevereiro de 2018) de autodemarcação, nossa etnografia busca descrever processos de negociação entre distintos grupos político-rituais, atentando para as dimensões materiais e imateriais que a reabitação em Dzorobabé promove. Observamos como a circulação de diferentes grupos político-rituais no território cosmologicamente forte evidencia distintas formas de se acercar dessa força, e estabelecer tratos possíveis com a ciência e com os conhecimentos que a ela se relacionam. No limite, estudamos dois modos de educação indígena que a relação com a ciência favorece: um, que chamamos de pedagogia da mata, elabora relações cosmopolíticas e rituais com os entes encantados e com os conhecimentos que deles advém; outro, acionado sobretudo por professores indígenas, transita por repertórios pedagógicos (indígenas e não-indígenas) em estreita relação com conteúdos aprendidos por meio da ciência, em contextos não-escolares, aí incluídos os rituais. O reforço dos repertórios e das políticas pedagógicas por meio do recurso à ciência permite-nos compreender como, entre outros projetos, vem ocorrendo entre os Tuxá de Rodelas uma tentativa de revitalização linguística baseada em múltiplos documentos e fontes: a própria comunicação com os brabios e mestres encantados – cuja coetaneidade em Dzorobabé estimula – e também textos do período colonial como o catecismo bilíngue em português e Dzubukuá, idioma da família cariri, tronco macro-jê, historicamente falado por povos da região. Ao território ancestral, assim, soma-se a noção de uma língua ancestral que nos permite traçar múltiplos acionamentos de uma territorialidade tuxá que permeia terra (pela autodemarcação), conhecimentos (pelas práticas rituais e pela ciência) e educação escolar (pelo horizonte de fortalecimento étnico e revitalização linguística que o projeto do Dzubukuá assume atualmente). Palavras-chave: Territorialidade; Política indígena; Ritual; Conhecimento; Educação.

Esta dissertação estuda a poesia de Jorge de Lima, especificamente a fase religiosa que cobre os ... more Esta dissertação estuda a poesia de Jorge de Lima, especificamente a fase religiosa que cobre os livros Tempo e Eternidade, A túnica inconsútil e Anunciação e encontro de Mira-Celi. Através de um exercício hermenêutico buscamos esclarecer as relações simbólicas entre as imagens de profecia e transcendência e seus substratos imaginários. Assim, vemos como a poesia e a tradição cristã a que se vincula o poeta compõem uma constelação de símbolos, imagens e significados próprios, atualizando conteúdos socioculturais anteriores e lançando-os em novas expressões poéticas. Na esteira metodológica da Antropologia do Imaginário, de Gilbert Durand, empreendemos um exercício mitocrítico e apontamos, na órbita da musa Poesia, o potencial criativo e interrelacional que Jorge de Lima apresenta quando coloca sua obra no caminho de Deus e do Cristo.
Esa tesina estudia la poesía de Jorge de Lima, específicamente la fase religiosa compuesta por los libros Tempo e Eternidade, A túnica inconsútil y Anunciação e encontro de Mira-Celi. Por medio de un ejercicio hermenéutico buscamos aclarar las
relaciones simbólicas entre imagenes de profecía y trascendencia y sus sustratos imaginários. Así sabemos como la poesía y la tradición cristiana del poeta componen
una constelación de símbolos, imagenes y significaciones propios, actualizando contenidos socioculturales anteriores y lanzandolos en nuevas expresiones poéticas. En
las huellas metodológicas de la Antropología del Imaginário, de Gilbert Durand, hechamos un ejercicio mitocrítico y enseñamos, en la órbita de la musa Poesía, el potencial creativo que Jorge de Lima presenta cuando pone su obra en el camino de Dios y del Cristo.
Caríssimos leitores, ouvintes, amigos: entre os dias 16 e 30 de setembro de 2012, durante a quinz... more Caríssimos leitores, ouvintes, amigos: entre os dias 16 e 30 de setembro de 2012, durante a quinzena que antecede o dia do Tradutor, propusemos um convite e desafio. Pela internet, fazer convergir o máximo possível de traduções próprias, traduzindo qualquer fonte de qualquer língua que achássemos, nós tradutores, válidas de serem conhecida em português.
Papers by Leandro Durazzo

Línguas indígenas no Nordeste brasileiro: esboço político-linguístico de seus processos de valorização
Revista del CESLA: International Latin American Studies Review
Apresentamos um redesenho do mapa linguístico brasileiro, propondo um mapa sociolinguístico inici... more Apresentamos um redesenho do mapa linguístico brasileiro, propondo um mapa sociolinguístico inicial de línguas indígenas presentes no Nordeste do Brasil. Para isso, consideramos a pluralidade linguística e cosmológica que caracteriza a região etnológica do Nordeste, historicamente considerada de baixa distintividade, tese que contestamos. O campo de estudo que propomos deriva da ação de negação colonial que foi imposta a uma região e seus falantes. Com isso, sugerimos algumas características linguísticas válidas também para línguas de estados brasileiros de outras regiões, mas que se concentram muito mais fortemente no Nordeste. Discutimos em seguida o campo de estudo Línguas Indígenas do Nordeste Indígena, apresentando justificativas para que esse campo ganhe força e categorias próprias, vindas principalmente das comunidades indígenas.
Policromias - Revista de Estudos do Discurso, Imagem e Som, Sep 29, 2021
Resumo O Nordeste indígena brasileiro costuma ser considerada região etnológica onde, à exceção d... more Resumo O Nordeste indígena brasileiro costuma ser considerada região etnológica onde, à exceção de grupos do Maranhão e dos Fulni-ô de Pernambuco, nenhuma língua nativa permanece viva. Entretanto, em anos recentes, sobretudo a partir da inserção de sujeitos indígenas nos
Apresentamos, de maneira detalhada, os objetivos e as justificativas da elaboração de um dossiê c... more Apresentamos, de maneira detalhada, os objetivos e as justificativas da elaboração de um dossiê cujo foco são as iniciativas de revitalização linguística de comunidades originárias do Nordeste, do Espírito Santo e de Minas Gerais. Discutimos, em especial, como redes de relacionamento intraétnicos e interétnicos se mobilizam no contexto das comunidades abordadas; a questão dos encantados e dos ancestrais e a sua relação com as propostas de revitalização linguística; o contexto etnolinguístico das comunidades originárias; discussão de termos, de conceitos êmicos e de conceitos científicos homônimos; e uma promoção de conceitos resultantes das experiências de trabalho com as línguas originárias
Retomadas Linguísticas Indígenas No Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo: Um Mapeamento Etnográfico
Diante do “levante linguístico indígena”, que vem ocorrendo no Nordeste e nos estados vizinhos de... more Diante do “levante linguístico indígena”, que vem ocorrendo no Nordeste e nos estados vizinhos de Minas Gerais e Espírito Santo, o artigo tem como objetivo chamar atenção para dois aspectos importantes da etnografia dos povos ameríndios da região que possuem grande repercussão para os processos de retomadas linguísticas: as relações cosmopolíticas com os “encantados”, mestres mais-que-humanos guardiões da “ciência” indígena, e com os territórios, entendidos como documento linguístico das línguas de oralidade. A partir dos casos etnográficos dos Tuxá de Rodelas-BA (Família Kariri) e Anacé de Caucaia-CE, o artigo propõe a caracterização da região como área etnolinguística das línguas encantadas e o território como principal documento linguístico das línguas em processo de retomada.

Tradução: A Escrita contra a cultura, de Lila Abu-Lughod
Equatorial, 2018
Neste artigo a antropóloga Lila Abu-Lughod discute e critica as proposições anunciadas pelo livro... more Neste artigo a antropóloga Lila Abu-Lughod discute e critica as proposições anunciadas pelo livro Writting Culture, editado por James Clifford e Marcus Fisher. A autora propõe que os antropólogos e as antropológas passem a escrever contra o conceito de cultura, enfatizando um tipo de etnografia do particular que seja capaz de fugir da cristalização das diferenças e das generalizações. O artigo também é uma reação a ausência de feministas e pesquisadores de multipla origem étnica e regional no conjunto de capítulos publicados por Clifford e Fisher que inauguraram por sua vez todo um movimento teórico na antropologia comumente conhecido como antropologia pós-moderna. O texto de Abu-Lughod, tão influenciador quanto o livro de Clifford e Fisher, marca um importante momento teórico e etnográfico para a disciplina, ao enfatizar e mostrar a posicionalidade do conhecimento para além da parcialidade enunciada pelos autores pós-modernos.
A cosmopolitical education: Indigenous language revitalization among Tuxá people from Bahia, Brazil
Globalizations

The aim of this thesis is to understand some political processes and Indigenous ways of knowledge... more The aim of this thesis is to understand some political processes and Indigenous ways of knowledge among Tuxá people, improved by their involvement with a territorial autodemarcação (autodemarcation) of Dzorobabé land. Accordingly to them, Dzorobabé is their ancestral territory, traditionally and historically related to their ancestors in the region of Submédio São Francisco river. At once auto-demarcation highlights both sociopolitical organization and the dwelling process of living in a strong cosmological place, where the ancestors-brabios, gentios, mestres encantados-are present. This re-dwelling offers different ways to engage with Tuxá's ciência (science), i.e., their complex of ritual practices and knowledges that structures their worldview, besides their political and educational planning within Indigenous school education. By the means of an ethnography, the thesis aims to comprehend the correlation between different Tuxá political-ritual groups and their ways to engage with ciência in the context of Dzorobabé autodemarcation during its first six months (August 2017 to February 2018). Political arrangements-division of political groups of families which constitute the current Conselho Tuxá (Tuxá Council)-point to specifics ways of relating with territory, both in its tangible and intangible dimensions. They also highlight the multiplicity of political groups among Tuxá in Rodelas, which reorganize themselves around the project of auto-demarcation to occupy the territory and reach future access to resources-political representativity, access to the land etc. Furthermore, we describe a twofold process of re-dwelling Dzorobabé. First, the political negotiations aiming to divide particular areas of the autodemarcation site to different groups, as well as sharing the responsability for the common spaces. Second, the different ways of engaging with the cosmological force of Dzorobabé that varies accordingly to different political-ritual groups dwelling the territory-and handling with its ciência. Given these points, we also study two ways of Indigenous education benefited by their contact with ciência: on the one hand there is what we call a wilderness pedagogy, cosmopolitically and ritually related to enchanted beings and the knowledge that comes from them; on the other hand there is a circulation through pedagogic repertoires (both Indigenous and non-Indigenous), a movement done especially by Indigenous teachers in close relation to the knowledge coming from the ciência besides school context. Focusing on the strengthening of educational and political repertoires by resorting to the ciência, we are able to understand how a number of projects come to be outlined, as for example the current revitalization of an Indigenous idiom. This revitalization is based upon different sources, both the direct communication with brabios and mestres encantados-which is enhanced by their coevalness in Dzorobabé-and the resort to colonial period documents, for instance the bilingual Portuguese-Dzubukuá catechism. The latter is a Karirian language of Macro-Jê stock which was spoken by native peoples around the region. Besides the ancestral territory, then, we can find the notion of an ancestral language that allows us to follow a multiple path of Tuxá territoriality, involving land (for the auto-demarcation), knowledge (for the ritual practices and the ciência) and school education (for the perspectives of ethnic strengthening and language revitalization promoted by the current Dzubukuá project).
Estudos de Sociologia, 2021
In the Islamic conception, non-human animals form communities -which resemble that of human anima... more In the Islamic conception, non-human animals form communities -which resemble that of human animals. Through excerpts from the main sources of Islam, the Our'an, as well as the narratives of the life of the Prophet Muhammad, this article studies the relations between humans and non-humans as supported by Islamic tradition. Considering the doctrinal and ontological elements arranged in such sources, we point to the possibility’ of a non-anthropocentric and non-speciesist reading of the Qur'an, which reveal anthropological issues compatible with aspects of the so-called "ontological turn We may conclude that the tradition of Islam does not suggest that humans develop knowledge about animals only, but that they’ learn from animals, given the pedagogical potential of this relationship for a better understanding of the human condition.

Este texto reflete sobre parentesco a partir de elementos indígenas do Nordeste brasileiro, suas ... more Este texto reflete sobre parentesco a partir de elementos indígenas do Nordeste brasileiro, suas relações pragmáticas e metafóricas com outros estratos do ambiente habitado, onde convivem humanos, mais-que-humanos (os entes encantados) e onde ações cosmopolíticas se realizam. Pela ampliação da categoria antropológica, em que instâncias não-humanas estabelecem relações de significação nos sistemas de parentesco, exploramos dois casos indígenas: os processos de fazer parentes e dar continuidade ao grupo étnico Tremembé (CE), na relação com o ritual do torém e com o mocororó, bebida preparada do caju; e a metaforização étnica e cosmopolítica de cacique Xikão do povo Xukuru do Ororubá (PE), assassinado em 1998 e plantado para que desse nascessem novos guerreiros. No limite, estes casos contribuem para entendermos modos de existência sócio-cosmológicas e interespecíficas, experiências de territorialidades, dando-nos elementos indígenas para pensarmos modos de vida alternativos em um perí...
Revista Texto Poético, 2013
Por meio de poemas apontaremos duas posturas distintas no que se refere à conduta com relação à v... more Por meio de poemas apontaremos duas posturas distintas no que se refere à conduta com relação à vida. De um lado, poemas de Jorge de Lima, poeta alagoano do início do século XX, cristão, homem de ciência; de outro, Wang Wei, mandarim, poeta andarilho, chinês do século VIII, que mantém fortes relações com o budismo Chan/Zen e a ideia do Tao. Veremos como horizontes mentais distintos estabelecem compreensões distintas, e como o discurso evidencia estruturas cognitivas completamente independentes.

Vivência: Revista de Antropologia, 2019
A partir do histórico recente dos Tuxá de Rodelas, povo indígena habitante da margem baiana do ri... more A partir do histórico recente dos Tuxá de Rodelas, povo indígena habitante da margem baiana do rio São Francisco, refletiremos acerca dos impactos sócio-territoriais acarretados por grandes empreendimentos como barragens, hidrelétricas e deslocamentos compulsórios, mas também dos reflexos cartográficos que tais deslocamentos produzem na autorrepresentação dos sujeitos afetados. Para isso, analisamos brevemente o cenário de remoção dos Tuxá em finais dos anos de 1980, quando da construção da hidrelétrica de Itaparica e do subsequente enchimento de seu lago. A hidrelétrica inundou áreas próximas e encobriu totalmente a terra indígena tuxá existente até aquele momento, a Ilha da Viúva, ilha sanfranciscana mantida pelo povo como local de produção agropecuária para subsistência e também como espaço preferencial de práticas rituais. Em seguida, tratamos de alguns usos acadêmicos que pesquisadores tuxá têm realizado de materiais cartográficos antigos, como os mapas históricos da região pro...
Numen, 2019
Este texto procura esclarecer os sentidos de uma noção psicanalítica bastante específica, mas tam... more Este texto procura esclarecer os sentidos de uma noção psicanalítica bastante específica, mas também presente na literatura sobre a teoria do imaginário, a saber, a noção de perlaboração. A fim de apresentar seu significado para além da explanação teórica, ilustraremos o procedimento perlaborativo com uma técnica análoga, vinda da literatura budista. Nossa intenção é demonstrar como uma prática de auto-cultivo, oriunda de uma consolidada tradição religiosa, apresenta dinâmicas psíquicas presentes também em certa tradição científica ocidental – ampliando, com isso, certas abordagens simbólicas de uma antropologia do imaginário com relação a processos de equilibração psíquica. Através dessa comparação, por fim, poderemos evidenciar de maneira mais efetiva alguns procedimentos e efeitos de ambas as tradições.

HORIZONTE, 2015
Este texto pretende apresentar uma das tendências contemporâneas que o budismo vem assumindo ao l... more Este texto pretende apresentar uma das tendências contemporâneas que o budismo vem assumindo ao longo das últimas décadas, sobretudo no Ocidente, em face às mudanças trazidas a cabo pelo contexto globalizado e dinâmico das sociedades atuais. Tal tendência, a progressiva secularização de suas tradições e práticas, bem como a abertura à crítica e à refutação histórico-bibliográfica, ganha aqui seu catalisador na pessoa de Stephen Batchelor, renomado estudioso budista, ex-monge em diferentes ordens tradicionais-nomeadamente a tibetana e o zen da Coreia-e um dos mais destacados defensores da perspectiva secular do budismo contemporâneo. Buscaremos, ao longo desta comunicação, indicar o diálogo potencial que o budismo seculare as perspectivas secularizantes sobre as tradições culturais ortodoxas-apresenta com relação à temática pósreligional, como enunciada pela Associação Ecumênica de Teólogos do Terceiro Mundo e por Marià Corbí. Recorremos, para tal, a referências hermenêuticas modernizadoras e seculares da prática do Dharma, como advogada por Batchelor, entre outros.

Espaço Ameríndio, 2020
Um conjunto amplo de trabalhos que intersectam os campos da etnologia indígena e das relações hum... more Um conjunto amplo de trabalhos que intersectam os campos da etnologia indígena e das relações humano-animal têm produzido importantes debates antropologia contemporânea. No Brasil, sobremaneira, o debate se concentra sobre material empírico amazônico com o qual se tensiona ontologia e epistemologia com o questionamento dos limites do humano em relação a outros seres e modo como se organizam em mundos. Neste trabalho, iniciamos uma reflexão a partir de pesquisa sobre o Nordeste indígena e de como aspectos destacados de suas sócio-cosmologias - fluxos, trocas e contatos ontológicos - nos levar a pensar em uma rede de trocas complexas e multidirecionais que poderia apresentar uma “nova cartografia social” indígena onde figura, também, de modo mais ou menos consciente, uma nova cosmografia social que complexifica e expande o campo das relações entre humanos e outros mais que humanos na antropologia.

This paper aims to present one of the contemporary trends on Buddhism, specially from the last de... more This paper aims to present one of the contemporary trends on Buddhism, specially from the last decades in West, for its encounter with the globalized and dynamic context of present societies. This Buddhist trend, the progressive secularization of its traditions and practices, not to mention its increasing acceptance of historicaltextual refutation, finds in Stephen Batchelor - a former monk in two different Buddhist traditions, Tibetan and Korean Zen - a catalyzer and a well-known advocate of secular perspective to the contemporary Buddhism. Here we will present the potential dialogue between the Secular Buddhism - besides the secularizing perspectives over orthodox cultural traditions - and the post-religional subject, as proposed by Maria Corbi and the Ecumenical Association of Third World Theologians. For the purposes of this paper we will focus on the modernizing and secular hermeneutics on Dharma practice, as defended by Stephen Batchelor and others.
Resumo: Este artigo estuda a poesia como transmissão de um estado poético vivenciado. Jorge de Li... more Resumo: Este artigo estuda a poesia como transmissão de um estado poético vivenciado. Jorge de Lima, pela via da poesia como linguagem essencialque busca reproduzir no leitor a própria experiência do sentimento poético-, traz à realidade a vivência integradora do homem com o meio-cósmico, social, religioso. Traçando paralelos com as noções de objeto transicional (Winnicott) e mito como objeto transicional coletivo (Green), o objetivo central deste artigo é compreender o modo pelo qual, poeticamente, Jorge de Lima cria uma experiência linguística criativa, que equilibra e relaciona as motivações subjetivas do poeta com as implicações objetivas da realidade externa, sociocultural.
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Books by Leandro Durazzo
Esa tesina estudia la poesía de Jorge de Lima, específicamente la fase religiosa compuesta por los libros Tempo e Eternidade, A túnica inconsútil y Anunciação e encontro de Mira-Celi. Por medio de un ejercicio hermenéutico buscamos aclarar las
relaciones simbólicas entre imagenes de profecía y trascendencia y sus sustratos imaginários. Así sabemos como la poesía y la tradición cristiana del poeta componen
una constelación de símbolos, imagenes y significaciones propios, actualizando contenidos socioculturales anteriores y lanzandolos en nuevas expresiones poéticas. En
las huellas metodológicas de la Antropología del Imaginário, de Gilbert Durand, hechamos un ejercicio mitocrítico y enseñamos, en la órbita de la musa Poesía, el potencial creativo que Jorge de Lima presenta cuando pone su obra en el camino de Dios y del Cristo.
Papers by Leandro Durazzo