Books by Monografias Antropologia & Arqueologia UFMG

Monografias Antropologia & Arqueologia , 2024
Este trabalho se propõe a analisar momentos importantes da vida de pessoas que se deparam com o H... more Este trabalho se propõe a analisar momentos importantes da vida de pessoas que se deparam com o HIV e suas reações a partir destes. A partir de uma análise etnográfica das narrativas autobiográficas de meus interlocutores, seja por diálogos informais, seja por entrevistas semiestruturadas, realizei análises focadas nos modos de pensar, nas ações e nas relações sociais por eles narradas e vividas. A busca pela compreensão da produção das subjetividades a partir da experiência com o HIV e das várias agências que estão nesse processo guiou todo este trabalho, de modo que se torna mais claro como associação entre o HIV e as sexualidades dissidentes estão ainda intrinsecamente presentes no contexto sociocultural vivido pelos meus interlocutores e também por mim. É apresentado na introdução desta monografia uma descrição autoetnográfica de uma experiência vivida por mim, experiência esta que foi motivadora e basilar para a criação de hipóteses, as quais busquei perceber se estavam ou não presentes também na vida dos interlocutores. Pode-se perceber como na experiência com o HIV subjetividades marcadas por sofrimentos são produzidas, mas também percebe-se a produção de subjetividades engajadas com causas coletivas e fortalecidas na busca de mudança sociocultural. Mudanças estas que dizem respeito ao esclarecimento acerca do HIV e a desconstrução de discriminações e preconceitos experienciados por muitos.

Monografias Antropologia & Arqueologia , 2025
O presente trabalho de monografia busca entender a relação entre imigrantes árabes e seus descend... more O presente trabalho de monografia busca entender a relação entre imigrantes árabes e seus descendentes com a etnicidade e a comida. O objetivo da pesquisa foi traçar um elo entre a memória e os vestígios materiais, principalmente a comida árabe servida em restaurantes e lanchonetes que visitei durante meu trabalho de campo.
Especificamente em Belo Horizonte, os árabes, assim denominados nesta pesquisa enquanto categoria analítica - sem perder de vista a diversidade de nacionalidades que ela comporta - se estabeleceram, em um primeiro momento, principalmente, na Rua dos Turcos, hoje chamada Rua dos Caetés - importante rua comercial localizada no centro da cidade.
Nesse contexto, procurei desenvolver uma etnoarqueologia senso-afetiva, visitando restaurantes e lanchonetes árabes, para aprender com os interlocutores um pouco do que significa a comida em suas vidas e como ela age na manutenção de sua etnicidade árabe. Assim, foi possível estabelecer um paralelo do meu próprio vínculo com o Líbano, que se dá através de meu bisavô materno, experimentando uma reconexão com minhas raízes.
Além disso, procurei esclarecer a profunda conexão entre comida e refúgio, evidenciando como essa relação carrega sentimentos, memórias, parentesco, tradições culinárias, histórias, territórios entre outros aspectos culturais. Motivada pelas entrevistas realizadas, ampliei o debate buscando demonstrar a importância da comida tanto para os estudos sobre etnicidade quanto para a própria comunidade árabe utilizando como suporte filmes e documentários que enriqueceram a análise.
Diante disso, ficou evidente que nós, enquanto seres encorpados no mundo, criamos memórias das comidas que nos são apresentadas. Estas vão muito além da ideia de subsistência que se convencionou buscar nos vestígios alimentares na Arqueologia que se interessa exclusivamente pelo universo material. Para além da materialidade, as memórias estão guardadas na oralidade, na relação com o território, na formulação de identidade e em relações de alteridade.

Monografias Antropologia & Arqueologia , 2025
O presente trabalho investiga a interseção entre necrocidadania e o trabalho da Antropologia Fore... more O presente trabalho investiga a interseção entre necrocidadania e o trabalho da Antropologia Forense, com foco específico no desastre ambiental de Brumadinho, ocorrido em janeiro de 2019. O conceito de necrocidadania, que aborda a forma como a vida e a morte dos cidadãos
são geridas e reconhecidas em situações de desastre, é analisado à luz das práticas antropológicas forenses que visam identificar e restituir a identidade das vítimas. A monografia explora como as abordagens antropológicas podem influenciar a compreensão e a gestão da necrocidadania em contextos de desastres ambientais e a implicação destas práticas na justiça e na recuperação de identidades, assim como, seu papel no luto das famílias. A pesquisa examina também, em conjunto, as implicações éticas e sociais do trabalho forense e a forma como ele pode refletir ou desafiar as políticas de gestão de crises e justiça na atualidade.

Monografias Antropologia & Arqueologia , 2025
Esta pesquisa analisa fragmentos de cerâmicas arqueológicas da tradição Tupiguarani provenientes ... more Esta pesquisa analisa fragmentos de cerâmicas arqueológicas da tradição Tupiguarani provenientes do sítio Florestal II (Local 7, Ituêta-MG), com ênfase nos processos de transformação pós-deposicional e nas complexas relações multiespécies estabelecidas com esses materiais. Partindo de uma perspectiva arqueológica-antropológica, os fragmentos cerâmicos são concebidos como paisagens dinâmicas onde se entrelaçam marcas da ação humana e processos ecológicos contínuos.
O estudo detalha a ocupação dos fragmentos por diversos organismos – líquens, fungos, raízes, briófitas, insetos, aranhas e larvas de mariposas – que reinterpretam as características materiais das cerâmicas. Os resultados nos provocam a pensar sobre noções convencionais de deterioração, propondo que essas transformações biológicas representam continuidades do processo de existência do material. Conclui-se defendendo uma arqueologia multiespécies que incorpore ativamente esses processos nas pesquisas, e que desenvolva protocolos de conservação que considerem tanto a preservação dos traços humanos quanto a documentação dessas novas camadas de significado biológico.

Monografias Antropologia & Arqueologia , 2025
Este trabalho tem o objetivo de descrever e analisar o processo de confecção de roupa de orixá, t... more Este trabalho tem o objetivo de descrever e analisar o processo de confecção de roupa de orixá, tendo como base o trabalho etnográfico e a pesquisa antropológica. O trabalho explora a importância das roupas para a construção e perpetuação de identidade, resistência e conexão espiritual. Desta maneira, busca entender como cada parte da produção dessas roupas é fundamental para a criação de significado, expressão simbólica e ligação espiritual por meio destas vestimentas, assim como na sua utilização. Em diálogo com a antropologia econômica, a pesquisa aborda as problemáticas existentes nesse mercado, as quais envolvem religiosidade, conflitos monetários e as singularidades de processos manufaturados. Ao priorizar a análise dessas técnicas, o trabalho busca entender suas especificidades relacionadas ao trabalho artesanal e aos encontros que se realizam ao longo da criação desses artefatos religiosos.

Monografias Antropologia & Arqueologia , 2025
O presente trabalho apresenta a trajetória das Cozinhas Solidárias do Movimento dos Trabalhadores... more O presente trabalho apresenta a trajetória das Cozinhas Solidárias do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais. A nível nacional, as Cozinhas Solidárias do MTST nasceram em resposta à pandemia do coronavírus, contudo, a cozinha sempre ocupou um espaço central na história das lutas do movimento. A partir de uma experiência de campo engajada, onde estou presente como militante e pesquisadora, e por meio de relatos etnográficos, busco entender os múltiplos significados que uma cozinha pode carregar, assim como os significados específicos da Cozinha Solidária dentro do contexto do movimento. Esse trabalho também incorpora e reflete sobre a minha experiência e vivência afetada no campo, explorando como essa dimensão se entrelaça intrinsecamente com a minha prática antropológica. A partir da minha atuação junto ao Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, reflito sobre os potenciais da Antropologia Engajada e da sua prática.

Monografias Antropologia & Arqueologia , 2025
Entre as margens da história oral e da validação acadêmica, este trabalho se debruça sobre a (des... more Entre as margens da história oral e da validação acadêmica, este trabalho se debruça sobre a (des)folclorização dos saberes tradicionais, sobretudo os de matriz africana e indígena, que por muito tempo foram silenciados sob o véu da fantasia ou da curiosidade folclórica. O objetivo é compreender como esses saberes ancestrais foram silenciados nas estruturas formais, ao passo que foram apropriados e ressignificados sob a lógica de uma identidade nacional homogênea. Diante disso, propõe a literatura – quando escrita por mãos não brancas – como ponte, cura e território fértil para resgatar e afirmar essas vozes. Mais do que falar sobre representatividade, trata-se de reivindicar o direito ao saber, à memória e à autoria, deslocando essas narrativas do campo da ornamentação nacional para o da epistemologia. Ancorado em autores como Antonio Bispo dos Santos, Ailton Krenak, Rodney William e Lélia Gonzalez, o estudo adota uma metodologia descritiva e explicativa, com abordagem qualitativa, buscando compreender, por meio da análise de obras literárias e referenciais teóricos, os caminhos de uma educação que ainda resiste em se abrir para outras formas de conhecimento. As Leis nº 10.639/2003 e nº 11.645/2008 são marcos legais que tornam obrigatória essa abertura, mas sua implementação exige muito mais que currículo: exige escuta, sensibilidade e vontade de reconstruir o olhar. Neste percurso, o texto se propõe a ser também semente, uma tentativa de romper com o esquecimento e cultivar outras formas de existir e
saber, de forma plural, justa e antirracista.
Monografias Antropologia & Arqueologia , 2025
Esta monografia propõe uma "Antropologia Contra binária" como método epistêmico para investigar a... more Esta monografia propõe uma "Antropologia Contra binária" como método epistêmico para investigar a criação de mundos possíveis por corpes racializades, dissidentes de gêneros e de sexualidades no contexto do Slam Transcestral, em Belo Horizonte. A partir de uma pesquisa híbrida de arte e antropologia, com base contra colonial, contemplando as etnografias do particular enquanto antropólogue-slammer, discute-se aqui como o artivismo e o akuirlombamento levam à fabricação de novos mundos inimagináveis em resistência à necropolítica. Por meio de um corpo político e cultural, pessoas-agentes de arte transbordam esse mundo por diferentes territórios. Por fim, o trabalho valoriza o resgate da ancestralidade pré-atlântica e defende a apropriação de recursos como etnoficção e cinema para reformular relações de poder colonialista e hegemônico.

Monografias Antropologia & Arqueologia, 2025
Um dos principais ensinamentos das epistemologias negras é que podemos a partir da nossa experiên... more Um dos principais ensinamentos das epistemologias negras é que podemos a partir da nossa experiência – que muitas vezes não é única – desenvolver saberes e conhecimentos outros sobre o mundo, sem que isso perca anconsistência ou legitimidade sobre aquilo que se deseja refletir, compreender ou teorizar. Nesse sentido, as reflexões apresentadas nesse trabalho passam pela minha corporeidade atravessada pelo período pandêmico, em que enquanto entregadora de mercadorias sobre duas rodas, passo a entregar diferentes mercadorias na região metropolitana de Belo Horizonte. Nisso, desde então direciono o meu olhar atento, antropológico, a partir dessa posicionalidade, que possibilita perspectivas múltiplas para esse grupo dos entregadores de mercadorias sobre duas rodas, do contexto urbano, em que me proponho a refletir sobre modos de existência, relações de trabalho, relacionalidades, temporalidades, relações entre humanos e não humanos, plataformização, bem como sobre a agência desses sujeitos, enquanto corporeidades que são capazes de criar possibilidades outras diante de cenários de crise, a partir de nossa capacidade inventiva de dar sentido e atribuir significado aos nossos próprios contextos de existência.

Monografias Antropologia & Arqueologia , 2025
Esse trabalho analisa o conflito urbano em torno da Mata do Jardim América, localizado na região ... more Esse trabalho analisa o conflito urbano em torno da Mata do Jardim América, localizado na região oeste de Belo Horizonte, a partir de uma abordagem antropológica que articula as disputas por território, o direito à cidade e a dimensão emocional envolvida na resistência popular. O estudo tem como objetivo compreender como um fragmento de área verde urbana torna-se campo de luta simbólica, política e afetiva diante do da especulação imobiliária. A partir de entrevistas, observação direta e análise documental, propus contar a trajetória do movimento SOS Mata do Jardim América, com destaque para a atuação de lideranças locais e os processos de mobilização comunitária através de atos culturais, atos e entrevistas. O trabalho fundamenta-se nos aportes da antropologia urbana, das emoções e contribuições de conceitos pertinentes como; ecologia política, biopolítica, racismo ambiental entre outros buscando compreender as formas de pertencimento, micropolítica e resistência que emergem em contextos de desigualdade ambiental (Ferdinand, 2021). Ao evidenciar como os moradores e ativistas reconfiguraram afetivamente o espaço urbano e enfrentam as lógicas de invisibilização estatal, o estudo contribui para pensar o território não apenas como espaço físico, mas como construção social carregada de sentidos, memórias e direitos historicamente negados.

Monografias Antropologia & Arqueologia , 2025
A Lapa do Caboclo faz parte de um afloramento quartzítico que fica na porção meridional da Serra ... more A Lapa do Caboclo faz parte de um afloramento quartzítico que fica na porção meridional da Serra do Espinhaço. Ela incorpora contextos arqueológicos de diferentes antiguidades que, assim como todos os contextos anteriores à invasão colonial, fazem parte de uma vasta História Indígena de longa duração. A região de Diamantina tem vários sítios com relações fortes entre si, e a Lapa do Caboclo, em específico, é e foi povoada por pinturas, materiais líticos, vestígios vegetais e por outros seres muito potentes e completamente singulares: pessoas enterradas e compostas por ossos, tintas, couros, trançados, penas, resinas e cascas de árvore. Essas pessoas foram exumadas da Lapa entre os anos de 2004 e 2014 e se encontravam em uma camada datada entre aproximadamente 680 e 1220BP . Elas passaram por processos de sepultamento que tiveram duas etapas, a primeira delas envolveu a desconstrução passiva de seus corpos (até que restassem somente os ossos); a segunda, intervenções diretas que rearranjaram e construíram novos corpos com novas substâncias, integrando seres diversos. O presente trabalho tem a intenção de conversar com a etnologia indígena que vêm sendo produzida nas últimas décadas, para estabelecer um diálogo filosófica e cientificamente bem situado e respeitoso com as pessoas sepultadas na Lapa e a bibliografia anteriormente produzida junto delas. A partir da mediação de textos de etnólogas e etnólogos, alguns conceitos como corpo, pessoa, morte e suas performances são acionados, de acordo com ciências de povos indígenas falantes de diversas línguas e que vivem em diferentes regiões do que hoje é o Brasil, para a criação de um arcabouço teórico menos eurocentrado para esta interlocução.

Monografias Antropologia & Arqueologia , 2024
Este trabalho se propõe a pesquisar os processos que tornaram possível o resgate e a transformaçã... more Este trabalho se propõe a pesquisar os processos que tornaram possível o resgate e a transformação de uma figura vista como lendária e fantasmagórica, Maria Papuda, em uma figura com existência real e inspiradora de lutas, Maria do Arraial. Utilizando como principal
referencial teórico o antropólogo Michel Rolph-Trouillot, que aborda como o poder influencia o que é lembrado e o que é esquecido na construção da história, analisando como certos eventos e vozes são silenciados ou marginalizados, enquanto outros são enfatizados, busco apresentar três momentos na história de Maria. O primeiro é o contexto histórico que permitiu o apagamento de sua história de vida, com o fim do Curral del Rei e o surgimento de Belo Horizonte. Em seguida, apresento como se deu a construção de uma personagem lendária, feiticeira, através do acionamento de preconceitos raciais e sociais, resultantes da perspectiva elitista, eugenista e higienista em que se dá a transição do século XIX para o século XX. Por fim, forneço uma análise e avaliação de conjunturas sociais e políticas atuais que permitiram que sua figura fosse resgatada e ressignificada, ou seja, reconstruída, de uma forma que conecta passado e presente.
Monografias Antropologia & Arqueologia , 2025
O foco central deste trabalho é propor uma reflexão e uma discussão sobre a transformação de assa... more O foco central deste trabalho é propor uma reflexão e uma discussão sobre a transformação de assassinos em série em “ícones pop” – personagens da cultura “true crime” (crimes reais) que saem de seus nichos e são postos em um cenário mercadológico crescente da cultura popular: o interesse pelo macabro. Em um mundo como o nosso, que transforma a violência sanguinária em lucro e espetáculo, não é surpreendente que as maiores aberrações criminosas sejam alvo de coberturas completas e esmiuçadas e um fascínio pelo mórbido, acompanhado pelo medo, pela raiva, indignação e, em alguns casos, até pela excitação. A produção de documentários, séries, filmes e reportagens com detalhes sórdidos que brincam no limiar da ética nos mostra a mudança, marcada por indivíduos que muitos odeiam amar e amam odiar, no consumo da violência.
Monografias Antropologia & Arqueologia , 2025
Por meio desta pesquisa busquei compreender os discursos que sustentam as práticas simbólicas mat... more Por meio desta pesquisa busquei compreender os discursos que sustentam as práticas simbólicas materiais e imateriais relativas à morte, tendo o cemitério público Cristo Rei, de Dores do Indaiá MG, como o sítio de investigação da contemporaneidade. Para alcançar esse objetivo, recorri à perspectiva etnoarqueológica como referencial teórico metodológico; passei horas e mais horas entre os túmulos do cemitério da minha infância, caminhando, observando, fotografando e entrevistando. Com a pesquisa, é possível afirmar que as cosmologias pautam as práticas em torno do evento da morte. No caso do sítio estudado, ficou evidenciado o discurso religioso cristão, especialmente católico, como predominante na materialidade da necrópole e nas relações dos vivos com os mortos.
Monografias Antropologia & Arqueologia , 2025
As palavras costuradas a seguir tratam-se de um esforço em construir um caminho analítico imbrica... more As palavras costuradas a seguir tratam-se de um esforço em construir um caminho analítico imbricando a proposição de Sueli Carneiro a respeito do que nomeou como Dispositivo da Racialidade junto a repertórios teórico-metodológicos da Arqueologia a fim de tensionar a caridade enquanto um aparato que diante do sistema da branquitude é acionado na manutenção de privilégios. Desta maneira, o percurso a ser discorrido volta-se para os arranjos discursivo-materiais que produziriam esta dinâmica, com enfoque especial para os contextos ligados à noção de Assistência ao Menor.

Monografias Antropologia & Arqueologia , 2025
Nesta pesquisa, foco na construção da boneca Barbie como objeto cultural capaz de determinar sign... more Nesta pesquisa, foco na construção da boneca Barbie como objeto cultural capaz de determinar significados de corpos e vivências para infantes designadas meninas ao nascer ao longo do tempo. Objetivo analisar os processos pelos quais a boneca passou e como a materialidade ali presente se fez elemento essencial para a composição de autoestima, além de como a variabilidade de corpos distintos requer também uma representatividade que foi alcançada, inevitavelmente, por um viés capitalista da empresa. Para isso, busco desenvolver um panorama da história da boneca e de sua influência a partir de estudo bibliográfico aprofundado e críticas a respeito de processos midiáticos e noções de como isso afeta infâncias, e o que seria uma criança. Como resultado, apresento uma breve análise do discurso que é feito através da materialidade e das mídias (como filmes), além de todas as colocações ditas anteriormente. Concluindo, aponto que, apesar da visão mercadológica e capitalista da Barbie, esta pode ser usada pelas crianças (aqui incluo meninas e meninos) como forma de apropriar a diversidade e amplificar as formas de identificação sempre se adequando aos contextos sociais em que se inserem.

Monografias Antropologia & Arqueologia , 2024
Trata-se de uma proposta de etnografia colaborativa com mulheres Yanomami sobre cuidados para a c... more Trata-se de uma proposta de etnografia colaborativa com mulheres Yanomami sobre cuidados para a construção do ser humano Yanomami. O texto está centrado na análise de cosmovisões Yanomami sobre a gestação, parto e pós-parto. Trata-se de uma etnografia colaborativa construída em momentos de reuniões com mulheres de diversas regiões da Terra Indígena Yanomami. Na primeira parte analisamos os cuidados na concepção Yanomami que transcendem as dimensões puramente fisiológicas, inserindo-se em um intrincado sistema de relações entre corpos, materialidades, subjetividades e alteridades. Substâncias como sêmen, sangue e chibé, aliados a dinâmicas de parentesco e cuidado, moldam a pessoa, destacando a complexidade deste cuidado. Na segunda parte descrevemos as dinâmicas do triplo resguardo no fazer gente Yanomami. Esse período envolve cuidados específicos, como sentar-se ao fogo e normas alimentares de convivência que permitem enxugar e fortalecer o corpo. Além disso, o recém-nascido é inserido em um contexto que demanda relacionar-se com força e coragem com alteridades fortes, como árvores de vida longa e formigas, distinguindo-se como um parente. Práticas que entrelaçam cuidado, cosmologia e território revelam que a construção da pessoa Yanomami está voltada a eliminar a moleza e fortalecer atributos como a firmeza e a coragem.

Monografias Antropologia & Arqueologia , 2025
Esta monografia analisa a roda de samba como um local de intensa significação cultural, no qual a... more Esta monografia analisa a roda de samba como um local de intensa significação cultural, no qual ancestralidade, memória e identidade se entrecruzam, constituindo um abundante patrimônio cultural imaterial. Por meio de uma abordagem etnográfica, centrada em observação participante e entrevista, este estudo busca compreender a relação entre a roda de samba, ancestralidade e a cultura afro-brasileira, observando as práticas musicais, ritos e simbologias presentes nas rodas do Bar do Cacá, em Belo Horizonte.
O estudo demonstra que a roda de samba é um espaço de conexão com a ancestralidade, onde a memória é preservada e transmitida de geração em geração através da oralidade. Música, dança e os rituais presentes nas rodas atuam como mecanismos de fortalecimento da identidade negra e de resistência às opressões históricas. A pesquisa evidencia que a roda de samba é mais do que uma mera expressão artística, tornando-se também um local de construção de significados, afirmação da identidade e luta por direitos.

Monografias Antropologia & Arqueologia , 2024
Tomando o nome como um fio condutor e aparato de algumas tramas da cisgeneridade, nesta etnografi... more Tomando o nome como um fio condutor e aparato de algumas tramas da cisgeneridade, nesta etnografia apresento algumas controvérsias envolvendo burocracias bem como permanência estudantil trans* e travesti na Universidade Federal de Minas Gerais. A partir de minha atuação política e localização enquanto mulher travesti, sou guiada a uma rede de informações mais relações que me aproximam dos processo de retificação e requerimento de nome social, as quais me colocaram frente a um problema principal: Qual o impacto da descentralização dos sistemas de registros de dados pessoais na permanência discente trans* e travesti?
Engajada em algumas entrevistas, relatos e conversas, quase todas guiadas pela questão do nome, começo a perceber que semânticas e informações diferentes têm coexistido, entretanto, de forma a viabilizar brechas à transfobia institucional. Mais do que apontar culpados ou uma exposição de dores e violências, nesta pesquisa busco entender alguns processos constitutivos da cisgeneridade e sua relação com as instituições, em especial àquelas em relações tutelares ao nome. A partir de uma busca de lastro histórico legislativo tangente ao nome e educação para pessoas trans* e travestis, contrasto as experiências entre novembro de 2023 e julho de 2024 no espaço universitário, com intuito de evidenciar como as burocracias apresentam uma executabilidade relativa.
Ensaio, no presente texto, reflexões que investem em responsabilizações coletivas, sem deixar de reconhecer a necessidade de resguardo das proporções e encarando de forma honesta como cistemas operam violências marcadamente interseccionais. Uma pesquisa que acontece na/pela controvérsia do nome, e antes de respostas, apresenta reflexões a partir de casos marcadamente imbricados com a cisgeneridade, ao passo que enaltece às experiências trans* e travestis enquanto potencial diagnóstico para pensar permanência estudantil e acesso ao nome.

Monografias de Antropologia e Arqueologia, 2024
Cruzeiro Esporte Clube é um time de futebol fundado e sediado na cidade de Belo
Horizonte, capita... more Cruzeiro Esporte Clube é um time de futebol fundado e sediado na cidade de Belo
Horizonte, capital de Minas Gerais. Fundado em 2 de janeiro de 1921 já foi Palestra
Itália, revelou Ronaldo Fenômeno para o mundo, conquistou inúmeros títulos,
transformou a vida de milhares de pessoas, alegrou casas familiares nos domingos e
quartas feiras ao longo dos anos, moveu e ainda move torcedores alucinados em
todos os lugares do mundo e o mais importante: se tornou um sentimento.
O sentimento azul e branco, cores do time, está representado em bandeiras, camisas,
bonés e, muitas vezes, em peles. As materialidades do time atravessam seus
inúmeros torcedores desde que nascem, os sentidos se entrelaçam às memórias
construídas através do afeto e as relações são pautadas por sentimentos em comum.
Sendo uma homenagem e uma forma de passar pelo luto, esta pesquisa se trata de
uma Arqueologia sensorial em conjunto com uma Arqueologia das torcidas e uma
Arqueologia do coração, a partir de entrevistas estruturadas feitas com torcedores,
buscando compreender como o sentimento e as materialidades são intrínsecos um
ao outro, essencialmente dentro de um grupo específico como torcedores de um time
de futebol.
Nos gramados de Minas Gerais, o Cruzeiro Esporte Clube se tornou imortal e
conquistou milhões de torcedores, que têm suas vidas moldadas pelo time, seu humor
interligado às vitórias ou derrotas, suas memórias atravessadas por afeto e suas
relações pautadas pelas materialidades.
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Books by Monografias Antropologia & Arqueologia UFMG
Especificamente em Belo Horizonte, os árabes, assim denominados nesta pesquisa enquanto categoria analítica - sem perder de vista a diversidade de nacionalidades que ela comporta - se estabeleceram, em um primeiro momento, principalmente, na Rua dos Turcos, hoje chamada Rua dos Caetés - importante rua comercial localizada no centro da cidade.
Nesse contexto, procurei desenvolver uma etnoarqueologia senso-afetiva, visitando restaurantes e lanchonetes árabes, para aprender com os interlocutores um pouco do que significa a comida em suas vidas e como ela age na manutenção de sua etnicidade árabe. Assim, foi possível estabelecer um paralelo do meu próprio vínculo com o Líbano, que se dá através de meu bisavô materno, experimentando uma reconexão com minhas raízes.
Além disso, procurei esclarecer a profunda conexão entre comida e refúgio, evidenciando como essa relação carrega sentimentos, memórias, parentesco, tradições culinárias, histórias, territórios entre outros aspectos culturais. Motivada pelas entrevistas realizadas, ampliei o debate buscando demonstrar a importância da comida tanto para os estudos sobre etnicidade quanto para a própria comunidade árabe utilizando como suporte filmes e documentários que enriqueceram a análise.
Diante disso, ficou evidente que nós, enquanto seres encorpados no mundo, criamos memórias das comidas que nos são apresentadas. Estas vão muito além da ideia de subsistência que se convencionou buscar nos vestígios alimentares na Arqueologia que se interessa exclusivamente pelo universo material. Para além da materialidade, as memórias estão guardadas na oralidade, na relação com o território, na formulação de identidade e em relações de alteridade.
são geridas e reconhecidas em situações de desastre, é analisado à luz das práticas antropológicas forenses que visam identificar e restituir a identidade das vítimas. A monografia explora como as abordagens antropológicas podem influenciar a compreensão e a gestão da necrocidadania em contextos de desastres ambientais e a implicação destas práticas na justiça e na recuperação de identidades, assim como, seu papel no luto das famílias. A pesquisa examina também, em conjunto, as implicações éticas e sociais do trabalho forense e a forma como ele pode refletir ou desafiar as políticas de gestão de crises e justiça na atualidade.
O estudo detalha a ocupação dos fragmentos por diversos organismos – líquens, fungos, raízes, briófitas, insetos, aranhas e larvas de mariposas – que reinterpretam as características materiais das cerâmicas. Os resultados nos provocam a pensar sobre noções convencionais de deterioração, propondo que essas transformações biológicas representam continuidades do processo de existência do material. Conclui-se defendendo uma arqueologia multiespécies que incorpore ativamente esses processos nas pesquisas, e que desenvolva protocolos de conservação que considerem tanto a preservação dos traços humanos quanto a documentação dessas novas camadas de significado biológico.
saber, de forma plural, justa e antirracista.
referencial teórico o antropólogo Michel Rolph-Trouillot, que aborda como o poder influencia o que é lembrado e o que é esquecido na construção da história, analisando como certos eventos e vozes são silenciados ou marginalizados, enquanto outros são enfatizados, busco apresentar três momentos na história de Maria. O primeiro é o contexto histórico que permitiu o apagamento de sua história de vida, com o fim do Curral del Rei e o surgimento de Belo Horizonte. Em seguida, apresento como se deu a construção de uma personagem lendária, feiticeira, através do acionamento de preconceitos raciais e sociais, resultantes da perspectiva elitista, eugenista e higienista em que se dá a transição do século XIX para o século XX. Por fim, forneço uma análise e avaliação de conjunturas sociais e políticas atuais que permitiram que sua figura fosse resgatada e ressignificada, ou seja, reconstruída, de uma forma que conecta passado e presente.
O estudo demonstra que a roda de samba é um espaço de conexão com a ancestralidade, onde a memória é preservada e transmitida de geração em geração através da oralidade. Música, dança e os rituais presentes nas rodas atuam como mecanismos de fortalecimento da identidade negra e de resistência às opressões históricas. A pesquisa evidencia que a roda de samba é mais do que uma mera expressão artística, tornando-se também um local de construção de significados, afirmação da identidade e luta por direitos.
Engajada em algumas entrevistas, relatos e conversas, quase todas guiadas pela questão do nome, começo a perceber que semânticas e informações diferentes têm coexistido, entretanto, de forma a viabilizar brechas à transfobia institucional. Mais do que apontar culpados ou uma exposição de dores e violências, nesta pesquisa busco entender alguns processos constitutivos da cisgeneridade e sua relação com as instituições, em especial àquelas em relações tutelares ao nome. A partir de uma busca de lastro histórico legislativo tangente ao nome e educação para pessoas trans* e travestis, contrasto as experiências entre novembro de 2023 e julho de 2024 no espaço universitário, com intuito de evidenciar como as burocracias apresentam uma executabilidade relativa.
Ensaio, no presente texto, reflexões que investem em responsabilizações coletivas, sem deixar de reconhecer a necessidade de resguardo das proporções e encarando de forma honesta como cistemas operam violências marcadamente interseccionais. Uma pesquisa que acontece na/pela controvérsia do nome, e antes de respostas, apresenta reflexões a partir de casos marcadamente imbricados com a cisgeneridade, ao passo que enaltece às experiências trans* e travestis enquanto potencial diagnóstico para pensar permanência estudantil e acesso ao nome.
Horizonte, capital de Minas Gerais. Fundado em 2 de janeiro de 1921 já foi Palestra
Itália, revelou Ronaldo Fenômeno para o mundo, conquistou inúmeros títulos,
transformou a vida de milhares de pessoas, alegrou casas familiares nos domingos e
quartas feiras ao longo dos anos, moveu e ainda move torcedores alucinados em
todos os lugares do mundo e o mais importante: se tornou um sentimento.
O sentimento azul e branco, cores do time, está representado em bandeiras, camisas,
bonés e, muitas vezes, em peles. As materialidades do time atravessam seus
inúmeros torcedores desde que nascem, os sentidos se entrelaçam às memórias
construídas através do afeto e as relações são pautadas por sentimentos em comum.
Sendo uma homenagem e uma forma de passar pelo luto, esta pesquisa se trata de
uma Arqueologia sensorial em conjunto com uma Arqueologia das torcidas e uma
Arqueologia do coração, a partir de entrevistas estruturadas feitas com torcedores,
buscando compreender como o sentimento e as materialidades são intrínsecos um
ao outro, essencialmente dentro de um grupo específico como torcedores de um time
de futebol.
Nos gramados de Minas Gerais, o Cruzeiro Esporte Clube se tornou imortal e
conquistou milhões de torcedores, que têm suas vidas moldadas pelo time, seu humor
interligado às vitórias ou derrotas, suas memórias atravessadas por afeto e suas
relações pautadas pelas materialidades.