Videos by Luane Bento dos Santos
Neste vídeo, o professor de Matemática Bruno Penedo aborda a possibilidade de ensinar matemática ... more Neste vídeo, o professor de Matemática Bruno Penedo aborda a possibilidade de ensinar matemática a partir das geometrias dos trançados. Este conteúdo pode ser trabalhado em todas as séries da Educação Básica. Excelente para inserir a legislação de história e cultura africana e afro-brasileira (Lei Federal 10.369/2003).
Estética negra é identidade, política e conhecimento.
Referências
GILMER, G. Mathematical patterns in African-American hairstyles.
SANTOS, Luane Bento dos. Para além da estética uma abordagem etnomatemática para a cultura de trançar nos grupos afro-brasileiros (Dissertação de Mestrado em Relações Étnico-raciais)
CEFET, Rio de Janeiro, 2013, 105p.
_____.Conhecimentos etnomatemáticos produzidos por mulheres negras trançadeiras. Revista da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN), v. 9, n. 22, 2017.
_____.As matemáticas das negras que ninguém vê: saberes emancipatórios tecidos por trancistas afro. Portal Geledés, 17/07/2020 12 views
Apresentação da disciplina Seminários Temáticos, ministrada pela Professora Dr. Simone Moraes.
Cu... more Apresentação da disciplina Seminários Temáticos, ministrada pela Professora Dr. Simone Moraes.
Curso De Licenciatura em Matemática da UFBA.
Vídeo produzido por Kelly Brandão 14 views
Papers by Luane Bento dos Santos

CÂMARA DE VEREADORES SÃO PAULO, 2025
PROJETO DE LEI 01-00638/2025 da Vereadora Keit Lima (PSOL)
Declara o trançado como patrimônio ima... more PROJETO DE LEI 01-00638/2025 da Vereadora Keit Lima (PSOL)
Declara o trançado como patrimônio imaterial do Município de São Paulo, reconhecendo sua relevância histórica.
A valorização e o reconhecimento do trançado vem de práticas cotidianas de perpetuação do conhecimento produzido no dia a dia da prática do trançado. A inclusão nos calendários municipais, como, por exemplo, na Lei nº 17.993 de 2023, é apenas uma das demonstrações da importância das trancistas culturalmente para a população paulistana. O trançado está em muitos lugares como, por exemplo, nas escolas, nas atividades das comunidades que compõem e também nas pesquisas desenvolvidas nas universidades. O trançado nas escolas está presente na aplicação da disciplina de História e Cultura Africana, quando da aplicação da Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, com a exposição de formas de resistência e de valorização da cultura negra. As comunidades também desenvolvem projetos, como, por exemplo, (i) Identidade e Afro Incentivo, (ii) Trançado Raízes, (iii) Oficina de Tranças-Programa Sasf Liga Solidária, (iv) Dupla Honra, e (v) Penteados Mari.

Revista Periferia, 2025
Resumo: No campo das Ciências Sociais os debates das relações étnico-raciais têm uma longa tradiç... more Resumo: No campo das Ciências Sociais os debates das relações étnico-raciais têm uma longa tradição de estudos. É considerado um dos temas que fundaram a área no Brasil. Entretanto, no que se concerne à articulação dos temas recomendados pelas diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-raciais e história e cultura africana, afro-brasileira (Lei federal 10.639/2003) existe ainda obstáculos para a inserção nos currículos de licenciaturas da área. Observa-se que os cursos de licenciaturas ainda priorizam uma formação docente com ênfase em epistemologias e paradigmas eurocêntricos, hegemônicos, sobretudo, com obras de autores e autoras do grupo étnico-racial branco. Neste contexto, o artigo tem por objetivo contribuir para as reflexões acerca da inserção dos conteúdos relativos à Educação para as Relações Étnico-raciais, História e Cultura Africana e Afro-brasileira na formação docente e no Ensino de Sociologia da Educação Básica. Para isso, será apresentado dados relacionados à experiência docente em um curso de licenciatura de uma instituição de ensino superior federal na cidade do Rio de Janeiro. A abordagem teórica está fundamentada em trabalhos do campo da Educação para as Relações Étnico-raciais (ERER) e Ensino de Sociologia. Além disso, utiliza-se trechos de escritos do diário de campo da pesquisadora. Argumenta-se que a implementação das ações afirmativas no nível superior para a população negra trouxe um impacto no que se refere a produção de conhecimento.

EDUFMA, 2024
A proposta deste texto é abordar os saberes ancestrais africanos de trançar cabelos afro por uma ... more A proposta deste texto é abordar os saberes ancestrais africanos de trançar cabelos afro por uma perspectiva da etnomatemática. A arte de trançar cabelos é uma manifestação cultura bastante presente nas comunidades negras. Na realidade são formas de cuidado ancestral e manifestação de afetividade. Este texto é decorrente da palestra “Entrelaçando saberes ancestrais do trançar para a aplicação da Lei federal 10.639/2003”. A atividade teve como foco mostrar como os saberes tradicionais de entrelaçar os cabelos afro se constituem como elementos de autoafirmação da identidade negra, signos de memória social, técnicas e práticas complexas de artesania capilar que podem ser utilizadas para aplicação da Lei federal de história e cultura africana e afro-brasileira na Educação Básica (Lei de n.10.639/2003) em disciplinas
como matemática, química, física, sociologia, história e artes. Desse modo, pretende-se apresentar as relações culturais, sociais e políticas que estão contidas no entrelaçar dos cabelos, bem como as articulações existentes entre Brasil e África e o saber matemático presente no ofício das trancistas e trançadeiras afro
Santillana e Moderna Editora, 2024

Seminário Nacional de Sociologia e Política da UFPR, 2024
O debate das relações étnico-raciais na área das Ciências Sociais tem uma longa tradição de estud... more O debate das relações étnico-raciais na área das Ciências Sociais tem uma longa tradição de estudos. Contudo, no que se refere à articulação dos temas recomendados pelas diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-raciais e história e cultura africana,
afro-brasileira e indígena (Lei federal 11.645/2008) há ainda obstáculos para a inserção nos currículos de licenciaturas da área. Nota-se que os cursos de licenciaturas ainda priorizam uma formação docente com ênfase em epistemologias e paradigmas eurocêntricos, hegemônicos,
sobretudo, com obras de autores e autoras do grupo étnico-racial branco. Neste contexto, o trabalho tem por objetivo contribuir nas reflexões acerca da inserção dos conteúdos relativos à educação para
as relações étnico-raciais, história e cultura africana e afro-brasileira na formação docente e no ensino de sociologia da educação básica. A proposta do trabalho é discutir sobre a escolha da temática étnico-racial como tema a ser ministrado na regência por um significativo grupo de
estudantes do curso de licenciatura em Ciências Sociais de uma Instituição de Ensino Superior Pública (IES), localizada na cidade do Rio de Janeiro (RJ). O referencial teórico do trabalho é da área de educação para as relações raciais e de ensino de sociologia. A metodologia usada é revisão de literatura, levantamento bibliográfico
APRESENTAÇÃO DE TRABALHO PARA 13 SEMINÁRIO NACIONAL DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA DA UNIVERSIDADE FEDE... more APRESENTAÇÃO DE TRABALHO PARA 13 SEMINÁRIO NACIONAL DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ-UFPR, 06/05/2024
Palestra "Educação antirracista, culturas de periferias e criminalização das drogas e da pobreza"... more Palestra "Educação antirracista, culturas de periferias e criminalização das drogas e da pobreza". A mesa compôs a programação do Seminário Final do projeto Jovens Investigadores em Juventude e Saúde Fiocruz, 2a edição, no dia 26 de abril de 2023, na Fiocruz Manguinhos, Rio de
Janeiro-RJ. O presente projeto faz parte da Agenda Jovem Fiocruz, vinculada à Coordenadoria de Cooperação Social da Presidência da Fiocruz.
AULA MINISTRADA PARA A DISCIPLINA EDUCAÇÃO POPULAR E MOVIMENTOS SOCIAIS SOB CONDUÇÃO DA PROFA. DR... more AULA MINISTRADA PARA A DISCIPLINA EDUCAÇÃO POPULAR E MOVIMENTOS SOCIAIS SOB CONDUÇÃO DA PROFA. DRA. JOYCE LOUBACK NO CURSO DE PEDGOGIA DA UFRJ
RESISTÊNCIA e estética a arte de trançar cabelos como valorização da identidade negra

Revista Áskesis, 2023
Este ensaio tem por objetivo discorrer acerca da inserção da temática étnico-racial na regência d... more Este ensaio tem por objetivo discorrer acerca da inserção da temática étnico-racial na regência do estágio supervisionado do curso de licenciatura em Ciências Sociais. No campo das Ciências Sociais, o debate das relações étnico-raciais tem uma longa tradição de estudos. Contudo, no que se refere à articulação dos temas recomendados pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (Lei federal 10.639/2003) existem ainda alguns obstáculos para a inserção nos currículos de licenciaturas da área. Nota-se que os cursos de licenciaturas ainda priorizam uma formação docente com ênfase em epistemologias e paradigmas eurocêntricos, hegemônicos, sobretudo com obras de autores e autoras do grupo étnico-racial branco. Neste contexto, o artigo tem por objetivo contribuir nas reflexões acerca da inserção dos conteúdos relativos à educação para as relações étnico-raciais, história e cultura africana e afro-brasileira na formação docente e no ensino de sociologia da educação básica.
EDITORA BAOBÁ, 2024
projeto contou com fomento da Pró-reitoria de Extensão e Cultura (Proexc) e a Pró-reitoria de Ass... more projeto contou com fomento da Pró-reitoria de Extensão e Cultura (Proexc) e a Pró-reitoria de Assistência Estudantil
De acordo com a Dra. Luane Santos (2021): "As trancistas afro são trabalhadoras que promovem, jun... more De acordo com a Dra. Luane Santos (2021): "As trancistas afro são trabalhadoras que promovem, junto aos usuários dos penteados afro, uma estética afirmativa negra. Elas transformaram as tranças e outros penteados afro em objeto de trabalho, assim como em componentes de afirmação da identidade negra. O trabalho desenvolvido por elas traz pistas importantes para a compreensão das relações étnico-raciais e, sobretudo, da construção da autoestima de mulheres e homens negros."
Dispõe sobre o exercício da profissão de trancista O Congresso Nacional decreta: Art. 1º Esta Lei... more Dispõe sobre o exercício da profissão de trancista O Congresso Nacional decreta: Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o exercício da profissão de trancista. Art. 2º Ao exercício da profissão de trancista aplicam-se os dispositivos da presente Lei, sem prejuízo de outras normas trabalhistas e previdenciárias que sejam aplicáveis. *CD242200656800* Assinado eletronicamente pelo(a) Dep. Dandara Para verificar a assinatura, acesse https://infoleg-autenticidade-assinatura.camara.leg.br/CD242200656800
Cadernos da Associação Brasileira de Ensino de Ciências Sociais , 2024
Este trabalho tem como objetivo apresentar a atividade escolar “Participação política feminina ne... more Este trabalho tem como objetivo apresentar a atividade escolar “Participação política feminina negra e indígena”, que acontece desde o ano de 2017 com turmas de ensino médio, em instituições escolares da rede pública estadual, no Rio de Janeiro. A atividade faz parte de uma série de ações pedagógicas voltadas para a efetivação da Lei federal de n° 11.645/2008 (Lei federal de História e Cultura Africana e Afro-brasileira e Indígena na Educação Básica), no currículo de Sociologia escolar. Nosso referencial teórico é apoiado pelos debates encontrados nos campos da Educação para as Relações Étnico-raciais, do Ensino de Sociologia e da Decolonialidade. Como método e técnicas de pesquisa, utilizamos a revisão de literatura e o levantamento bibliográfico.

ARCO EDITORA, 2024
Neste texto , apresento reflexões acerca das políticas e práticas
pedagógicas dos movimentos negr... more Neste texto , apresento reflexões acerca das políticas e práticas
pedagógicas dos movimentos negros contemporâneos. Assim como Nilma Gomes (2017), no livro “Movimento negro educador: saberes construídos nas lutas por emancipação”, penso que o movimento negro brasileiro tem reeducado a sociedade para as relações raciais, criado agendas e debates políticos para a promoção e bem-viver da população negra. Dessa maneira, abordo algumas das intervenções e pedagogias criadas por este movimento social. Para isso, utilizo trechos de entrevistas que foram realizadas com mulheres negras para a
construção do trabalho monográfico “Para ficar bonita tem que sofrer!”: a
construção de identidade capilar para mulheres negras inseridas no nível
superior (Santos, 2010). O principal objetivo do estudo foi investigar as
representações sociais e percepções estéticas de mulheres negras em torno de seus corpos e cabelos afro. Cabe mencionar que as colaboradoras do estudo foram mulheres que se autodeclaram negras e que têm escolaridade de superior. A pesquisa monográfica foi realizada para a conclusão do curso de Ciências Sociais na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e teve como referencial teórico trabalhos da área de Educação para as Relações Étnico-raciais (ERER), Feminismos Negros e Antropologia Social. A pesquisa foi qualitativa, realizou-se uma etnografia. Como métodos e técnicas de pesquisas adotei os seguintes instrumentos: roteiro de entrevistas semiestruturadas (perguntas abertas e fechadas), observação participante, diário de campo, levantamento bibliográfico e revisão de literatura. Foram entrevistadas quinze mulheres autodeclaradas negras . Entrevistei treze mulheres moradoras do estado do Rio de Janeiro e uma mulher do estado de Pernambuco e outra do
estado de São Paulo. O grupo entrevistado era bem heterogêneo com mulheres oriundas de formações acadêmicas diversas, classe social, religião, bairro e cidade, geração, orientação sexual e perspectivas políticas distintas. Todo o trabalho de campo foi realizado com estudantes de graduação na época ou graduadas das seguintes instituições universitárias e de pesquisa, tais comoꓽ Universidade Federal do Rio de Janeiro(UNIRIO), Universidade Federal Fluminense(UFF), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Universidade Federal do Rio de Janeiro(UFRJ), Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e na instituição de pesquisa Fundação Oswaldo Cruz(Fiocruz).

ARCO EDITORA, 2024
A obra Educação e Perspectivas Pedagógicas: Pesquisas e Atuações se
faz como um campo fértil de r... more A obra Educação e Perspectivas Pedagógicas: Pesquisas e Atuações se
faz como um campo fértil de reflexão, problematização, busca com soluções de problemáticas e tenta ao máximo expressar ao longo de cada um dos capítulos, como está arquitetada a Educação, considerando as Perspectivas Pedagógicas no que concerte o território brasileiro.
Paulo Freire, em uma de suas grandes contribuições destacou: É preciso
que a leitura seja um ato de amor, e cada um dos/as autores/as desta obra, muitos/as destes/as docentes, leram e apreciaram a sua realidade cotidiana e evidenciaram suas contribuições no formato de uma reflexão impressa nas linhas de seus capítulos, desse modo, cada uma dessas valiosas contribuições são, antes de mais nada, um convite a leitura, a sensibilização, a emancipação, e a criticidade. Caberia dizer que, a Educação no Brasil apresenta-se em um cenário de Desafios e Perspectivas, e ao nos deparamos com essa obra, com tantas
contribuições significativas, entendemos que sim, há desafios a serem superados, contudo, evidencia-se profissionais, pesquisadores, docentes capacitados para romper com todas as problemáticas que seguem intensas em nossa sociedade e, especialmente na Educação. É um desafio pensar nas políticas públicas, nos formatos de educação, das práticas docentes, na liberdade de ensinar e aprender, há de se destacar que apesar disso, é uma alegria pensar na Escolas e nas demais instituições de ensino, pensar nestas para além de um espaço de formação conteudista, e sim, um espaço-tempo de vida, de reprodução de saberes, de contribuições para a construção de um sujeito mais crítico, autônomo e livre.

Instituto Federal do Rio de Janeiro, 2023
Este trabalho tem por objetivo descrever as atividades educativas e políticas que emergem num cur... more Este trabalho tem por objetivo descrever as atividades educativas e políticas que emergem num curso de formação para trancista. A instituição de comerciários que oferece a formação gratuita está localizada no bairro de Madureira, na cidade do Rio de Janeiro (RJ). O texto é resultado de um trabalho etnográfico realizado durante o ano de 2021, nos meses de novembro e dezembro. Para a reflexão teórica, adotam-se estudos do campo do feminismo negro, decolonialidade, Antropologia Social e Relações Étnico-raciais. Os métodos e técnicas de pesquisa utilizados foram os seguintes: levantamento bibliográfico, revisão de literatura, roteiro de entrevistas semiestruturadas, aplicação de questionário eletrônico, caderno de campo e observação participante. Em suma, o estudo tratará do processo de formação política do curso de trancistas e demonstrará como o espaço está permeado de um fazer político não tradicional.

Este livro, decorrente do 5° Encontro de Pesquisadores do IFRJ Campus
Belford Roxo, realizado em ... more Este livro, decorrente do 5° Encontro de Pesquisadores do IFRJ Campus
Belford Roxo, realizado em 2022, é o segundo volume de “Diálogos a partir da Baixada Fluminense: Design, território, identidade”. É a reafirmação da busca pela construção da escuta, do diálogo e das pontes, tão fundamentais à Baixada Fluminense. Seguimos querendo construir pontes ao invés de muros, possibilitar discussões ao invés de impor opiniões pré-concebidas, buscando ouvir e potencializar as vozes daqueles e daquelas invisibilizados pelo sistema. Ainda, todos os capítulos tangenciam a questão do Design, do território e da identidade, mesmo que em alguns casos um aspecto ou outro fique mais latente. No intuito de facilitar a sistematização dos assuntos abordados,
agrupamos os trabalhos, dividindo o livro em duas seções: a) seção 1:
Identidade, território, design; e b) seção 2: Design, território, identidade. A
primeira seção conta com três textos e a segunda, com quatro.
Em “Aprendendo a ser trancista: as construções políticas e identitárias em
curso de formação”, de Luane Bento dos Santos, o trançar enquanto processo, para além da apreensão de técnicas de elaboração e confecção de penteados trançados, é atravessado por debates e práticas de natureza antirracista, discutido como contragolpe à consciência racista, como nos ensina Kabengele Munanga (2019). Eles são uma resposta de autoafirmação do negro e da negra, gesto de resistência e de afirmação em torno da história e cultura africana e afro-
brasileira.
Novos Debates, 2023
Este ensaio tem como proposta teórica refletir sobre a categoria nativa dom. A categoria dom é ut... more Este ensaio tem como proposta teórica refletir sobre a categoria nativa dom. A categoria dom é utilizada em diversos universos ocupacionais para designar habilidade e talento para o exercício de uma atividade laborativa. No espaço de trabalho das trancistas afro a palavra dom sofre inúmeras adjetivações pelas trabalhadoras e estudantes de cursos de formação. Haveria um dom para trançar cabelos ou a habilidade para trançar cabelos é resultado somente de um exercício contínuo e de
dedicação de horas de treino das técnicas corporais e manuais? Possuir ou não possuir o dom para trançar cabelos determina quem se mantém na área? O que ocorre com a noção de dom à medida em que a ocupação de trancista passa pela profissionalização?
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Estética negra é identidade, política e conhecimento.
Referências
GILMER, G. Mathematical patterns in African-American hairstyles.
SANTOS, Luane Bento dos. Para além da estética uma abordagem etnomatemática para a cultura de trançar nos grupos afro-brasileiros (Dissertação de Mestrado em Relações Étnico-raciais)
CEFET, Rio de Janeiro, 2013, 105p.
_____.Conhecimentos etnomatemáticos produzidos por mulheres negras trançadeiras. Revista da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN), v. 9, n. 22, 2017.
_____.As matemáticas das negras que ninguém vê: saberes emancipatórios tecidos por trancistas afro. Portal Geledés, 17/07/2020
Curso De Licenciatura em Matemática da UFBA.
Vídeo produzido por Kelly Brandão
Papers by Luane Bento dos Santos
Declara o trançado como patrimônio imaterial do Município de São Paulo, reconhecendo sua relevância histórica.
A valorização e o reconhecimento do trançado vem de práticas cotidianas de perpetuação do conhecimento produzido no dia a dia da prática do trançado. A inclusão nos calendários municipais, como, por exemplo, na Lei nº 17.993 de 2023, é apenas uma das demonstrações da importância das trancistas culturalmente para a população paulistana. O trançado está em muitos lugares como, por exemplo, nas escolas, nas atividades das comunidades que compõem e também nas pesquisas desenvolvidas nas universidades. O trançado nas escolas está presente na aplicação da disciplina de História e Cultura Africana, quando da aplicação da Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, com a exposição de formas de resistência e de valorização da cultura negra. As comunidades também desenvolvem projetos, como, por exemplo, (i) Identidade e Afro Incentivo, (ii) Trançado Raízes, (iii) Oficina de Tranças-Programa Sasf Liga Solidária, (iv) Dupla Honra, e (v) Penteados Mari.
como matemática, química, física, sociologia, história e artes. Desse modo, pretende-se apresentar as relações culturais, sociais e políticas que estão contidas no entrelaçar dos cabelos, bem como as articulações existentes entre Brasil e África e o saber matemático presente no ofício das trancistas e trançadeiras afro
afro-brasileira e indígena (Lei federal 11.645/2008) há ainda obstáculos para a inserção nos currículos de licenciaturas da área. Nota-se que os cursos de licenciaturas ainda priorizam uma formação docente com ênfase em epistemologias e paradigmas eurocêntricos, hegemônicos,
sobretudo, com obras de autores e autoras do grupo étnico-racial branco. Neste contexto, o trabalho tem por objetivo contribuir nas reflexões acerca da inserção dos conteúdos relativos à educação para
as relações étnico-raciais, história e cultura africana e afro-brasileira na formação docente e no ensino de sociologia da educação básica. A proposta do trabalho é discutir sobre a escolha da temática étnico-racial como tema a ser ministrado na regência por um significativo grupo de
estudantes do curso de licenciatura em Ciências Sociais de uma Instituição de Ensino Superior Pública (IES), localizada na cidade do Rio de Janeiro (RJ). O referencial teórico do trabalho é da área de educação para as relações raciais e de ensino de sociologia. A metodologia usada é revisão de literatura, levantamento bibliográfico
Janeiro-RJ. O presente projeto faz parte da Agenda Jovem Fiocruz, vinculada à Coordenadoria de Cooperação Social da Presidência da Fiocruz.
pedagógicas dos movimentos negros contemporâneos. Assim como Nilma Gomes (2017), no livro “Movimento negro educador: saberes construídos nas lutas por emancipação”, penso que o movimento negro brasileiro tem reeducado a sociedade para as relações raciais, criado agendas e debates políticos para a promoção e bem-viver da população negra. Dessa maneira, abordo algumas das intervenções e pedagogias criadas por este movimento social. Para isso, utilizo trechos de entrevistas que foram realizadas com mulheres negras para a
construção do trabalho monográfico “Para ficar bonita tem que sofrer!”: a
construção de identidade capilar para mulheres negras inseridas no nível
superior (Santos, 2010). O principal objetivo do estudo foi investigar as
representações sociais e percepções estéticas de mulheres negras em torno de seus corpos e cabelos afro. Cabe mencionar que as colaboradoras do estudo foram mulheres que se autodeclaram negras e que têm escolaridade de superior. A pesquisa monográfica foi realizada para a conclusão do curso de Ciências Sociais na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e teve como referencial teórico trabalhos da área de Educação para as Relações Étnico-raciais (ERER), Feminismos Negros e Antropologia Social. A pesquisa foi qualitativa, realizou-se uma etnografia. Como métodos e técnicas de pesquisas adotei os seguintes instrumentos: roteiro de entrevistas semiestruturadas (perguntas abertas e fechadas), observação participante, diário de campo, levantamento bibliográfico e revisão de literatura. Foram entrevistadas quinze mulheres autodeclaradas negras . Entrevistei treze mulheres moradoras do estado do Rio de Janeiro e uma mulher do estado de Pernambuco e outra do
estado de São Paulo. O grupo entrevistado era bem heterogêneo com mulheres oriundas de formações acadêmicas diversas, classe social, religião, bairro e cidade, geração, orientação sexual e perspectivas políticas distintas. Todo o trabalho de campo foi realizado com estudantes de graduação na época ou graduadas das seguintes instituições universitárias e de pesquisa, tais comoꓽ Universidade Federal do Rio de Janeiro(UNIRIO), Universidade Federal Fluminense(UFF), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Universidade Federal do Rio de Janeiro(UFRJ), Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e na instituição de pesquisa Fundação Oswaldo Cruz(Fiocruz).
faz como um campo fértil de reflexão, problematização, busca com soluções de problemáticas e tenta ao máximo expressar ao longo de cada um dos capítulos, como está arquitetada a Educação, considerando as Perspectivas Pedagógicas no que concerte o território brasileiro.
Paulo Freire, em uma de suas grandes contribuições destacou: É preciso
que a leitura seja um ato de amor, e cada um dos/as autores/as desta obra, muitos/as destes/as docentes, leram e apreciaram a sua realidade cotidiana e evidenciaram suas contribuições no formato de uma reflexão impressa nas linhas de seus capítulos, desse modo, cada uma dessas valiosas contribuições são, antes de mais nada, um convite a leitura, a sensibilização, a emancipação, e a criticidade. Caberia dizer que, a Educação no Brasil apresenta-se em um cenário de Desafios e Perspectivas, e ao nos deparamos com essa obra, com tantas
contribuições significativas, entendemos que sim, há desafios a serem superados, contudo, evidencia-se profissionais, pesquisadores, docentes capacitados para romper com todas as problemáticas que seguem intensas em nossa sociedade e, especialmente na Educação. É um desafio pensar nas políticas públicas, nos formatos de educação, das práticas docentes, na liberdade de ensinar e aprender, há de se destacar que apesar disso, é uma alegria pensar na Escolas e nas demais instituições de ensino, pensar nestas para além de um espaço de formação conteudista, e sim, um espaço-tempo de vida, de reprodução de saberes, de contribuições para a construção de um sujeito mais crítico, autônomo e livre.
Belford Roxo, realizado em 2022, é o segundo volume de “Diálogos a partir da Baixada Fluminense: Design, território, identidade”. É a reafirmação da busca pela construção da escuta, do diálogo e das pontes, tão fundamentais à Baixada Fluminense. Seguimos querendo construir pontes ao invés de muros, possibilitar discussões ao invés de impor opiniões pré-concebidas, buscando ouvir e potencializar as vozes daqueles e daquelas invisibilizados pelo sistema. Ainda, todos os capítulos tangenciam a questão do Design, do território e da identidade, mesmo que em alguns casos um aspecto ou outro fique mais latente. No intuito de facilitar a sistematização dos assuntos abordados,
agrupamos os trabalhos, dividindo o livro em duas seções: a) seção 1:
Identidade, território, design; e b) seção 2: Design, território, identidade. A
primeira seção conta com três textos e a segunda, com quatro.
Em “Aprendendo a ser trancista: as construções políticas e identitárias em
curso de formação”, de Luane Bento dos Santos, o trançar enquanto processo, para além da apreensão de técnicas de elaboração e confecção de penteados trançados, é atravessado por debates e práticas de natureza antirracista, discutido como contragolpe à consciência racista, como nos ensina Kabengele Munanga (2019). Eles são uma resposta de autoafirmação do negro e da negra, gesto de resistência e de afirmação em torno da história e cultura africana e afro-
brasileira.
dedicação de horas de treino das técnicas corporais e manuais? Possuir ou não possuir o dom para trançar cabelos determina quem se mantém na área? O que ocorre com a noção de dom à medida em que a ocupação de trancista passa pela profissionalização?