Papers by Julia Ourique
Insólita, 2023
Os 30 anos que dividiram a versão original de The Blob (1958) e a refilmagem homônima, lançado em... more Os 30 anos que dividiram a versão original de The Blob (1958) e a refilmagem homônima, lançado em 1988, apresentaram a Bolha Assassina de diferentes formas: ainda mortal e vermelha, mas com graus de violência diferenciados. A primeira versão trazia um alienígena que poderia ser combatido com a união da cidade, enquanto a releitura levava a tela um monstro sedento por carne humana e que matou cruelmente o triplo de personagens que o monstro original. O primeiro lançado no auge do "sonho americano", enquanto o outro surgiu no governo neoliberal de Ronald Reagan. A ideia deste artigo é analisar os filmes e o contexto histórico no qual foram lançados e, a partir deste estudo acreditamos que a exploração da violência nos filmes possui relação com políticas econômicas neoliberais.
Contracampo, 2025
O artigo investiga o consumo do corpo feminino como símbolo de igualdade de gênero na música. Est... more O artigo investiga o consumo do corpo feminino como símbolo de igualdade de gênero na música. Estudamos a edição de 2023 do festival Rock The Mountain, que, apesar de ter um line-up 100% feminino, contou com mais de 90% de instrumentistas homens. A problemática é: como corpos femininos são transformados em mercadoria em discursos de igualdade de gênero na indústria musical? Utilizando o conceito
de feminismo de mercadoria, de Goldman, Heath e Smith (1991), analisamos o consumo de pautas feministas em uma perspectiva neoliberal. Metodologicamente, realizamos um estudo de caso com levantamento de documentos jornalísticos, posts em redes sociais e coleta de relatos informais de mulheres presentes no evento. Como resultados, encontramos nuances importantes, mostrando que o público é
agente ativo dentro da narrativa de empoderamento no evento.

Contrapulso, 2024
This article seeks to understand how misogyny and affectivity intersect in environments in which ... more This article seeks to understand how misogyny and affectivity intersect in environments in which women are part of the minority. In this context, we ask: what are the survival strategies of female artists in heavy metal? This article develops arguments about how bassist and vocalist Fernanda Lira, from the bands Crypta and Nervosa, became a target of what we call misogynistic affectivity, stemming from the hater culture on social media, observed in this study based on heavy metal fans. Through a documentary analysis, using Fernanda’s interviews with Brazilian journalists as a source, and a subsequent case study, it is possible to observe the reaction of heavy metal fans to the artist's public stance. The case study serves as a methodological support that grants this research the necessary materiality to argue about the affective perception towards artists who take a stand against the fan base's imaginary—feminism versus misogyny.
Organicom
Este artigo busca analisar a representatividade de mulheres na indústria da música, especialmente... more Este artigo busca analisar a representatividade de mulheres na indústria da música, especialmente dentro do rock independente. Em etapa inicial, a pesquisa aborda a quarta onda do feminismo, introduz o artivismo feminista e discorre sobre como a questão da sororidade transformou a relação na música. Metodologicamente, a pesquisa é um estudo de caso exploratório do selo independente feminista PWR Records.
Revista Organicom - USP, 2023
Este artigo busca analisar a representatividade de mulheres na indústria da música, especialmente... more Este artigo busca analisar a representatividade de mulheres na indústria da música, especialmente dentro do rock independente. Em etapa inicial, a pesquisa aborda a quarta onda do feminismo, introduz o artivismo feminista e discorre sobre como a questão da sororidade transformou a relação na música. Metodologicamente, a pesquisa é um estudo de caso exploratório do selo independente feminista PWR Records.
Galáxia (São Paulo)
Resumo A coletânea A[r]tivismos Urbanos: [sobre]vivendo em tempos de urgências propõe refletir so... more Resumo A coletânea A[r]tivismos Urbanos: [sobre]vivendo em tempos de urgências propõe refletir sobre as relações entre arte, política e cidade nos últimos anos. Organizado por Cíntia S. Fernandes, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Micael Herschmann, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rose de Melo Rocha, da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM-SP) e Simone Luci Pereira, da Universidade Paulista (Unip), o livro contém artigos que tratam das distopias políticas contemporâneas, dos debates de gênero e/ou raciais, e da ressignificação da cidade por meio do a[r]tivismo.

Tropos: Comunicação, Sociedade e Cultura, 2021
A ideologia neoliberal tem se espalhado por diferentes setores da economia, inclusive na indústri... more A ideologia neoliberal tem se espalhado por diferentes setores da economia, inclusive na indústria de música. Nos últimos anos, o mercado da música tem passado pelo fenômeno da financeirização de sua economia. Isso significa dizer que artistas se tornam empreendedores de si e o fã passa a ser visto como um stakeholder, no limite, um investidor. Na medida em que a produção musical sai das gravadoras e se atomiza, os próprios artistas têm de assumir a responsabilidade por viabilizar suas carreiras e, para tanto, buscam apoio em novas tecnologias financeiras, ou a fintech 3.0. Neste artigo, apresentamos um estudo de caso da banda Lyria, do Rio de Janeiro, com objetivo de descrever o processo de como essa banda passou a financiar sua carreira por meio do crowdfunding, permitindo que os fãs sejam os responsáveis financeiramente por seus lançamentos e até mesmo, sugerir qual músicas serão trabalhadas. Nas considerações finais discute-se como a financeirização da economia da música sobrecarrega o trabalho do artista independente, que além de ser criativo, precisa executar multifunções.
Conference Presentations by Julia Ourique
47º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, 2024
Esta pesquisa investiga o impacto da campanha #ArmoredDawnGenocidal no cancelamento da participaç... more Esta pesquisa investiga o impacto da campanha #ArmoredDawnGenocidal no cancelamento da participação da Armored Dawn como banda de abertura para a cantora finlandesa Tarja Turunen, admirada entre os fãs brasileiros de Nightwish, sua ex-banda. Por meio de um estudo de caso exploratório, analisamos a potencialidade desse grupo de fãs, com base nos conceitos de afetividade por meio dos arranjos midiáticos (PEREIRA, 2021), ativismo de fãs (AMARAL; SOUZA; MONTEIRO, 2015) e a atividade de haters nas redes sociais (PEREIRA DE SÁ, 2016). Buscamos compreender as dinâmicas e o poder de mobilização e influência desses grupos no heavy metal.

46º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, 2023
Este artigo é fruto da minha dissertação no Mestrado e busca investigar iniciativas na música ind... more Este artigo é fruto da minha dissertação no Mestrado e busca investigar iniciativas na música independente brasileira que reúnem conceitos do artivismo e do feminismo. Por meio de pesquisa bibliográfica e revisão de literatura, utilizo conceitos do artivismo de Semova (2019) e Rocha (2022), e do feminismo decolonial e marxista de hooks (2018) e Vergès (2020). As percepções são aplicadas na exploração de iniciativas na música independente como os selos musicais PWR Records e Efusiva Records, o Espaço Cultural Motim, e os projetos Hi Hat Girls, Girls Rock Campo e TREINAM Mulheres. Todas estas práticas implicam numa atuação na música que vai além da teoria e traduzem conceitos acadêmicos para espaços onde mulheres podem se organizar politicamente e reconhecer sua força a partir do campo da arte. O objetivo é investigar de que forma o feminismo se encontra com a música independente.
Anais do XIII Seminário Internacional de Politicas Culturais, 2024
A desigualdade de gênero na indústria da música reflete uma situação que existe há décadas no mer... more A desigualdade de gênero na indústria da música reflete uma situação que existe há décadas no mercado de trabalho e na política: mulheres são a minoria. A partir da revisão bibliográfica de estudos já realizados por entidades da classe musical e indicadores econômicos, esta proposta acredita que é por meio das políticas públicas na música, como ações afirmativas, que a desigualdade de gênero na indústria da música pode ser superada no Brasil.

Esta pesquisa aborda a sexualidade feminina no filme " Aquarius " , de Kléber Mendonça Filho. Par... more Esta pesquisa aborda a sexualidade feminina no filme " Aquarius " , de Kléber Mendonça Filho. Partindo do pressuposto que a mulher é vista como ser sexual para o deleite do homem, tomar iniciativa e sentir prazer no ato sexual são privilégios masculinos e, como tal, não são concedidos às mulheres. Neste estudo, são tratados os efeitos do empoderamento em relação à sexualidade da mulher, neste caso, a personagem Clara, interpretada por Sonia Braga. A jornalista de 65 anos conversa sobre sexo com suas amigas, tem iniciativa frente aos homens e contrata um " garoto de programa ". Ela é uma mulher ciente da sua sexualidade e não abre mão de sentir prazer. Por isso, afirma-se que Aquarius é um filme transgressor. Clara não existe para o olhar alheio, ela existe para si. Sua sexualidade é natural, não é ocultada ou ignorada. De modo a testar esta hipótese, é correlacionada a passagem de tempo no filme e as principais mudanças ocorridas no Brasil a partir dos anos 70, com a chegada da segunda onda do feminismo, e a situação atual da mulher no país, enquanto vivemos a quarta onda do feminismo. Palavras-chave : Feminismo. Aquarius. Sexualidade feminina. INTRODUÇÃO A sexualidade no filme " Aquarius " , de Kléber Mendonça Filho, não é comum. A protagonista da história, Clara, está longe de ser um padrão de avó: feminista, sem bengala, sem óculos ou dor nas costas, mas com tesão. Ela sai para beber com as amigas, paquera e faz sexo com um garoto de programa. Clara é uma mulher à frente do seu tempo. Ao sobreviver à luta contra o câncer, ela aprendeu que prefere " dar um câncer do que ter um ". Como mulher forte e dona de si, ela não abaixa a cabeça e luta por seus ideais, pela preservação da sua identidade. Enquanto Clara amadurecia, o Brasil se transformava em um país que limitava direitos e perseguia aqueles que se recusavam a aceitar um regime ditatorial. Mais tarde, Clara também presenciou o fim da ditadura e o retorno à democracia. Esses fatores transformaram as gerações que cresceram entre a segunda e a quarta onda do feminismo, como também as que nasceram antes do feminismo se tornar um fator político decisivo. É importante sabermos o que acontece com a visão da sociedade perante a mulher atualmente, mas também é necessário que reconheçamos o caminho que nos trouxe até este momento.
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, 2017
Este trabalho, ainda em fase inicial de pesquisa, aborda a relação entre música e empoderamento f... more Este trabalho, ainda em fase inicial de pesquisa, aborda a relação entre música e empoderamento feminino. O objetivo é entender como o aumento da presença feminina na música independente nacional pode contribuir para o empoderamento de mulheres. A fim de dar base aos argumentos apresentados, são citadas entrevistas com as instrumentistas Larissa Conforto e Gabriela Deptulski, frontwomen das bandas Ventre e My Magical Glowing Lens, respectivamente, conhecidas na cena independente de rock nacional e que simbolizam a importância da presença feminina na música.
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, 2022
A música é uma das várias áreas em que a cultura se divide e, por isso, é capaz de exprimir quem ... more A música é uma das várias áreas em que a cultura se divide e, por isso, é capaz de exprimir quem somos como sociedade. O setor da música independente, percebido como um setor livre das amarras das grandes gravadoras e, portanto, sem a necessidade de agradar ao grande público, costuma trazer um discurso mais politizado e é dentro deste ambiente que o feminismo se encontra com a música mais frequentemente. A partir de autoras do feminismo da Quarta Onda e das pesquisas sobre música independente desenvolvidas no Brasil na última década, esse artigo deseja fazer uma introdução ao estudo de caso que apresento em minha dissertação, enquanto analisa a relação entre o feminismo e a
indústria da música, usando como exemplo a trajetória do selo independente PWR Records, formado apenas por mulheres.
Júlia Medici, 2017
Este trabalho aborda a heteronormatividade compulsória representada no terceiro
episódio, da prim... more Este trabalho aborda a heteronormatividade compulsória representada no terceiro
episódio, da primeira temporada, de “The Handmaid’s Tale” (2017). O objetivo é comparar a
distopia apresentada na série televisiva à situação atual das mulheres em diversas culturas
patriarcais, além de analisar a abjeção do corpo feminino retratada no produto audiovisual. A
fim de dar base aos argumentos apresentados, são utilizados conceitos da teoria feminista
clássica, dos estudos queer e conceitos de representação do corpo e sexualidade feminina no
audiovisual.
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Papers by Julia Ourique
de feminismo de mercadoria, de Goldman, Heath e Smith (1991), analisamos o consumo de pautas feministas em uma perspectiva neoliberal. Metodologicamente, realizamos um estudo de caso com levantamento de documentos jornalísticos, posts em redes sociais e coleta de relatos informais de mulheres presentes no evento. Como resultados, encontramos nuances importantes, mostrando que o público é
agente ativo dentro da narrativa de empoderamento no evento.
Conference Presentations by Julia Ourique
indústria da música, usando como exemplo a trajetória do selo independente PWR Records, formado apenas por mulheres.
episódio, da primeira temporada, de “The Handmaid’s Tale” (2017). O objetivo é comparar a
distopia apresentada na série televisiva à situação atual das mulheres em diversas culturas
patriarcais, além de analisar a abjeção do corpo feminino retratada no produto audiovisual. A
fim de dar base aos argumentos apresentados, são utilizados conceitos da teoria feminista
clássica, dos estudos queer e conceitos de representação do corpo e sexualidade feminina no
audiovisual.