Papers by Ana Luize Correa Bertoncini
Revista Empresa y Humanismo, 2024
This article explores the concept of tradition as the broader ethical dimension in governance net... more This article explores the concept of tradition as the broader ethical dimension in governance networks. We comprehensively address the notions of traditions from the work of the philosopher Alasdair MacIntyre and the economist Friedrich Hayek. Unlike the standard view, MacIntyre and Hayek offer some common understanding regarding the role of tradition in society. Both authors find support in the natural law tradition through different paths. Based on a review of their works, we point to preliminary directions for considering the dynamic of traditions in governance networks. Traditions involve spontaneous and organized means, the sharing of accumulated wisdom, and the ground to define the common good. Network governance represents a context where different traditions meet.

XXVI SemeAD, 2023
O propósito deste artigo é investigar como a burocracia está sendo discutida no contexto da intel... more O propósito deste artigo é investigar como a burocracia está sendo discutida no contexto da inteligência artificial. Desenvolvemos uma revisão sistemática da literatura na qual identificamos 236 registros dentro desta temática. Com base em critérios de seleção, identificamos 36 artigos dentro do escopo. Para análise dos resultados, foi utilizado estatística descritiva com o propósito de examinar a tendência temporal e a performance das publicações. Na segunda parte da análise, avaliamos a literatura utilizando a análise de conteúdo para a criação de 8 categorias a fim de relacionar com o número de artigos e de citações para elaborar um mapeamento científico. Nossas evidências mostram que as categorias mais relevantes se referem aos temas “governança, política e regulação” e “considerações éticas e impactos sociais”. Esses destaques condizem com o estágio inicial da investigação sobre sistemas autônomos de decisão e a burocracia estatal, tendo em vista que é recente a discussão sobre como regular estas novas tecnologias e quais suas possíveis consequências éticas e sociais.

XLVII Encontro da ANPAD - EnanPAD 2023, 2023
Resumo O lançamento do ChatGPT revolucionou o uso de chatbots. Com resultados semelhantes aos de ... more Resumo O lançamento do ChatGPT revolucionou o uso de chatbots. Com resultados semelhantes aos de produções humanas, vem despertando interesse tanto no meio acadêmico quanto nas redes sociais, ao mesmo tempo que levanta questionamentos éticos. Neste cenário, o objetivo do artigo é examinar o uso do ChatGPT no ensino e na pesquisa a partir da ética das virtudes neo-aristotélica. Assim como outras ferramentas de inteligência artificial, espera-se que seu uso fortaleça, aumente e aperfeiçoe a agência humana, mas alguns desafios podem dificultar tais propósitos, inclusive limitando o aprimoramento da criatividade (episteme) e da deliberação (phronesis). Propomos que a virtude da sabedoria prática ou phronesis pode ser crucial para uma ponderada consideração do seu uso. Nosso argumento é que o ChatGPT está na dimensão da techné, mas a boa utilização da tecnologia requer o acionamento do conhecimento das dimensões da episteme e da phronesis. Reconhecendo que o ser humano é a parte mais importante neste cenário, sugerimos a ética das virtudes como uma abordagem para melhor compreender, utilizar e aplicar o ChatGPT na pesquisa e no ensino.

Revista Tecnologias Educacionais em Rede (ReTER), 2023
A aplicação da Inteligência Artificial (IA) desenvolveu os Ambientes Virtuais de Aprendizado (AVA... more A aplicação da Inteligência Artificial (IA) desenvolveu os Ambientes Virtuais de Aprendizado (AVAs) e agregou valor às formas tecnológicas de ensino. Estes ambientes on-line se revelaram essenciais em situações inesperadas, como a pandemia de Coronavírus (COVID-19). Sendo assim, neste artigo, apresenta-se um levantamento bibliográfico sistemático e uma análise semi-sistemática de escalas que avaliam AVAs fomentados pela inteligência artificial, focando nos antecedentes de adoção e na análise das escalas. Os resultados, provenientes das bases de dados Web of Science, Science Direct, Springer Link, Emerald Insight e EBSCO Host, são expostos mediante análise quantitativa descritiva e avaliação comparativa das escalas. Os resultados evidenciaram escassez de escalas que avaliem os AVAs, e os poucos artigos que as fazem carecem de rigor em etapas iniciais de desenvolvimento. Destacou-se também dimensões referentes a percepção dos estudantes que antecedem a adoção destes ambientes virtuais, evidenciando assim elementos determinantes da motivação dos estudantes on-line.

Frontiers in Psychology, 2023
Artificial intelligence (AI) advancements are changing people's lives in ways never imagined befo... more Artificial intelligence (AI) advancements are changing people's lives in ways never imagined before. We argue that ethics used to be put in perspective by seeing technology as an instrument during the first machine age. However, the second machine age is already a reality, and the changes brought by AI are reshaping how people interact and flourish. That said, ethics must also be analyzed as a requirement in the content. To expose this argument, we bring three critical points-autonomy, right of explanation, and value alignment-to guide the debate of why ethics must be part of the systems, not just in the principles to guide the users. In the end, our discussion leads to a reflection on the redefinition of AI's moral agency. Our distinguishing argument is that ethical questioning must be solved only after giving AI moral agency, even if not at the same human level. For future research, we suggest appreciating new ways of seeing ethics and finding a place for machines, using the inputs of the models we have been using for centuries but adapting to the new reality of the coexistence of artificial intelligence and humans.

XXIV SemeAD, 2021
A tecnologia e a inteligência artificial (IA) transformaram de maneira decisiva as práticas de en... more A tecnologia e a inteligência artificial (IA) transformaram de maneira decisiva as práticas de ensino e aprendizagem. Pelo crescente interesse em explorar como as diferentes inovações tecnológicas podem enriquecer o ensino tradicional, este artigo apresenta um levantamento bibliográfico sistemático no qual os artigos selecionados são analisados em revisão narrativa. A busca em cinco bases científicas resultou em seis artigos que apresentaram o desenvolvimento de escalas com o intuito de compreender precedentes da adoção de ambientes virtuais de aprendizado possibilitados pelos avanços da IA. Atualmente, a maior parte dos estudantes são considerados nativos digitais e a quantidade de informações que têm acesso é de um nível sem precedente. Além disso, o cenário imposto pela pandemia de COVID-19 reacendeu a preocupação com a efetividade do ensino on-line. Como a qualidade do sistema influencia na motivação e, por consequência, no aprendizado, o objetivo deste artigo é explorar escalas que analisam Ambientes Virtuais de Aprendizado (AVAs) fomentados IA, focando nos elementos de motivação dos estudantes e na avaliação das escalas encontradas seguindo o guia de DeVellis (2016). Ambiente virtual de aprendizado (AVA) é um componente que oferece interações on-line entre alunos e tutores. Sua popularidade deve-se ao menor tempo no ciclo de entrega, conveniência, sobrecarga de informações reduzida e despesas mais baixas. Entretanto, ao mesmo tempo que oferece oportunidades, traz também alguns desafios como, por exemplo, a baixa motivação para continuidade. Sabe-se também que a satisfação com a qualidade do sistema influencia na satisfação e performance dos alunos. Nesse cenário, a IA é uma das ferramentas mais versáteis por oferecer soluções para esta realidade. Nenhum artigo cumpriu todas as etapas sugeridas por DeVellis (2012). Contudo, o trabalho de Salam e Farooq (2020) foi o que evidenciou mais etapas. Os procedimentos iniciais de clareza, geração de itens e escolha do formato foram os mais explorados pelos seis artigos. Apesar da carência no realce de alguns pontos importantes para o desenvolvimento de escalas, os seis artigos selecionados apresentaram passos essenciais que evidenciam validade e confiança em escalas. De acordo com análise de diferentes AVAs, a relação com a IA vem ao encontro das evidências já exploradas na literatura. Os resultados evidenciaram escassez de escalas que avaliem os AVAs, e os poucos artigos que o fazem carecem de rigor em etapas iniciais de desenvolvimento das escalas aplicadas. Além disso, foram destacadas dimensões referentes a percepção dos estudantes que precedem a adoção de AVAs. Os seis artigos analisados evidenciam a complexidade em torno da avaliação de ambientes virtuais de aprendizado. Cada estudo buscou compreender elementos que impactam a motivação dos estudantes em utilizar as plataformas.

Simpósio Internacional Fazendo Gênero, 2021
A construção de políticas públicas voltadas a mulheres no Brasil vem se alargando ao longo do tem... more A construção de políticas públicas voltadas a mulheres no Brasil vem se alargando ao longo do tempo e ganhando recente notoriedade na agenda governamental e na pauta jurídica. Este estudo propõe um levantamento das políticas para o enfrentamento da violência contra mulheres, dos períodos incrementais e dos debates correlatos, seguindo a Teoria do Equilíbrio Pontuado (TEP) de Baumgartner e Jones (1993) e relacionando com os três fluxos decisórios do modelo de Múltiplos Fluxos de Kingdon (2003). Analisando os movimentos externos, internos e a evolução da legislação brasileira, conclui-se que as políticas públicas são formuladas, ou reformuladas, especialmente como resposta à pressão de órgãos internacionais ou ações nacionais, tendo entre elas períodos de equilíbrio marcados pelo incrementalismo. Conforme da análise da TEP, aponta-se o caso de Ângela Diniz em 1976 como a primeira pontuação; a segunda é a inauguração da primeira Delegacia Especializada no Atendimento à mulher em 1985; o terceiro ponto é a controversa lei 9,099 de 1995 e a última pontuação, e provavelmente a mais importante, é a promulgação da lei “Maria da Penha”. Relacionando ao modelo de Kingdon, considera-se que estes pontos na evolução da legislação representam a convergência dos três fluxos. Não obstante, as estratégias para o controle da violência ainda não se mostram eficazes o suficiente (CARVALHO; SILVA, 2011), confirmando que violência contra mulher deve ser considerado um problema estrutural.

Behavioral Economics Lab Seminar, 2021
As teorias de escolha tradicionais pressupõem a racionalidade plena, utilizando uma lógica normat... more As teorias de escolha tradicionais pressupõem a racionalidade plena, utilizando uma lógica normativa ao descrever o que se deve fazer, assumindo a previsibilidade e a possibilidade de explicar as ações. Considera-se atores racionais que têm conhecimento dos aspectos relevantes do contexto, preferências organizadas e estáveis e habilidade computacional para o cálculo das alternativas disponíveis a fim de atingir o ponto máximo em sua escala de preferência. Entretanto, a lógica da tomada de decisão clássica evoluiu para a teoria da decisão, uma aplicação prática do conceito de racionalidade limitada originada na década de 1950 com os trabalhos de Herbert Simon e com os novos estudos comportamentais multidisciplinares das décadas seguintes. Uma das áreas que estuda as imperfeições sistemáticas não explicadas pelas teorias tradicionais é a economia comportamental, que deixou de excluir as discrepâncias descartadas pela visão tradicional de racionalidade e que hoje explica muitos dos fenômenos do comportamento organizacional e econômico. Dessa forma, o objetivo deste artigo é levantar as contribuições que a econômica comportamental trouxe para a teoria da decisão na administração pública a fim de se afastar da concepção de homem econômico do mainstream da Economia. A conclusão é que tomada de decisão, como questão primordial da administração, deveria proceder da lógica e psicologia da escolha humana, além disso, é necessário que a teoria da decisão no governo se fundamente na racionalidade limitada, principalmente na perspectiva empírica.

Ministério da Justiça e Segurança Pública, 2020
A escalada da violência no Brasil e no mundo tem tomado proporções alarmantes, os índices de crim... more A escalada da violência no Brasil e no mundo tem tomado proporções alarmantes, os índices de criminalidade apontam para um aumento das taxas de homicídio e feminicídio. Considera-se que examinar os atores e as circunstâncias da formulação de políticas públicas é fundamental, especialmente para as políticas públicas referentes às questões femininas, que geralmente estão atreladas a movimentos sociais de ativistas mulheres e de movimentos feministas organizados no Brasil e que sofreram forte pressão de órgãos internacionais. Assim, o objetivo deste artigo é analisar a evolução do debate legislativo sobre a violência contra a mulher sob o referencial da Teoria do Equilíbrio Pontuado. Dentre as políticas públicas de enfrentamento à violência contra mulheres, destacam-se a criação de delegacias especializadas no atendimento a mulheres, as DEAMs, em todo o Brasil e a criminalização de condutas violentas e aplicação de novo tratamento penal com a promulgação da lei no 11.340 de 2006, conhecida como “Lei Maria da Penha”. Por meio deste estudo, verifica-se que há momentos de (re)formulação das políticas públicas, sobretudo sob pressão de órgãos internacionais e momentos de incremento das políticas nacionais, com mudanças de estrutura e serviços de proteção às mulheres. Conclui-se que existe a necessidade de reavaliação constante para evitar momentos prolongados de hiato entre as políticas públicas empregadas,
valorizando também a participação da sociedade e todos os outros agentes de forma a evitar que os momentos de incrementalismos só ocorram durante crises por pressões externas e internas. Além disso, é importante aperfeiçoar e incluir novos instrumentos para verificação
de avaliação das políticas públicas da temática.

XXIII Congresso Brasileira de Economia , 2019
A economia comportamental vem ganhando espaço na análise de políticas públicas, principalmente po... more A economia comportamental vem ganhando espaço na análise de políticas públicas, principalmente por trazer novas alternativas de instrumentos e pela necessidade de considerar o aspecto comportamental. Diante disto, o objetivo desta revisão sistemática é investigar como a economia comportamental está sendo aderida nos estudos sobre os instrumentos de política pública. A busca por artigos foi feita nas bases Scopus, Web of Science, EBSCO Host, ProQuest e Emerald e encontrou 35 trabalhos que se enquadram no escopo e nos critérios de seleção. A análise é feita de forma qualitativa e quantitativa. Conclui-se que grande parte dos trabalhos se atêm à utilização do nudge, são da área ambiental e foram publicados nos últimos 12 anos. Este resultado mostra que a economia comportamental poderia ser mais explorada como base teórica das políticas públicas.
Open Access Library Journal, 2017
We evaluate the relationship between social preferences, financial literacy and intertemporal cho... more We evaluate the relationship between social preferences, financial literacy and intertemporal choice in questionnaires distributed to university students. Most respondents perform well on a financial literacy test, and the majority show prosocial value orientation. Older students tend to be more prosocial, but we cannot confirm in our sample that females are more prosocial than males. We cannot confirm, either, that the prosocial are more financially literate than individualists and the competitive. Most respondents do not show hyperbolic discounting, and its incidence abates as both stakes and payoff delays increase. Prosocial participants also reveal to be more patient across the questionnaires.

Review of Behavioral Finance, 2017
A recent population-wide study for Germany, where credit lines on current accounts are available ... more A recent population-wide study for Germany, where credit lines on current accounts are available to 80 percent of the population, finds that overdraft debt is more likely for people who give intuitive but incorrect answers on a cognitive reflection test. This suggests those consumers in debt have poorer cognitive reflection and, thus, lack of self control. The Germany study finds that "surprisingly, the level of income does not play a central role." Here we discriminate the consumers in terms of their income by considering two experiments. In the first (pilot) experiment we do not discriminate consumers in terms of income and, as result, replicate the Germany study. In a follow-up experiment, which assembles a high-quality sample of high-income consumers, we find debt can no longer be explained by poor cognitive reflection. Apparently, high-income consumers treat debt as mere leverage, as companies do.

Economics Bulletin, 2017
We investigate to what extent high-income consumers are less hyperbolic than low-income consumers... more We investigate to what extent high-income consumers are less hyperbolic than low-income consumers using a sample of 216 bank customers and 796 undergraduates. We assess whether participants who scored lower on a test of cognitive ability were also those who tended to discount the future hyperbolically. Our problem is then to find whether lower cognitive ability translates into hyperbolic discounting. The students had higher implicit discount rates, i.e. they were more hyperbolic, for both low stakes and high stakes when long delays were involved, a result in line with the literature. The undergraduates tended to be hyperbolic regardless of stake size, whereas the bank customers tended to be hyperbolic only when high stakes were involved. This makes sense, as high-income consumers should be less sensitive to low stakes. The bank clients showed superior cognitive ability and this may explain why their System 2 could be more capable of overriding cognitive biases, such as the present bias. We acknowledge financial support from CNPq and are thankful to the comments made by the referees.

RAC: Revista de Administração Contemporânea, 2022
Objetivo: o objetivo deste estudo é discutir os nudges no contexto pandêmico do SARS-CoV-2, retom... more Objetivo: o objetivo deste estudo é discutir os nudges no contexto pandêmico do SARS-CoV-2, retomando algumas reflexões sobre a ética e revisando-as sob o novo cenário imposto pela pandemia. Marco teórico: o arcabouço teórico da Economia Comportamental fundamentou a análise dos nudges, enquanto o utilitarismo, a deontologia e a ética das virtudes foram as teorias morais clássicas utilizadas para a reflexão dos aspectos éticos. Métodos: fizemos uma revisão da literatura sobre nudges e pesquisamos os últimos estudos sobre este assunto aplicados à mitigação da COVID-19. Na seção de discussão ética, referências clássicas são utilizadas para articular nudges com as seguintes teorias morais: utilitarismo, deontologia e ética das virtudes. Resultados: os resultados indicam que a tendência em termos de intervenção é enviar mensagens de nudge e aumentar o comprometimento, principalmente para direcionar um comportamento desejado e aumentar a adesão a políticas. Muitos experimentos não mostraram resultados significativos e alguns inconvenientes na aplicação de políticas indicam que os nudges devem ser revistos em cenários de crise, como em pandemias. Na discussão ética, três teorias morais podem justificar alguns aspectos dos nudges. Conclusões: este artigo mostrou algumas falhas e inconsistências tanto na teoria do nudge quanto na sua aplicação durante a pandemia, as quais podem ser resolvidas através da discussão de aspectos éticos. Sugerese que conectar estes problemas com as teorias morais pode ser uma solução para alguns impasses encontrados.
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Papers by Ana Luize Correa Bertoncini
valorizando também a participação da sociedade e todos os outros agentes de forma a evitar que os momentos de incrementalismos só ocorram durante crises por pressões externas e internas. Além disso, é importante aperfeiçoar e incluir novos instrumentos para verificação
de avaliação das políticas públicas da temática.