Academia.eduAcademia.edu

Outline

Nietzsche em Apipucos

2025, O que nos faz pensar

https://doi.org/10.32334/OQNFP.2024N55A1004

Abstract

Este artigo procura contribuir para o estudo da recepção de Friedrich Nietzsche na obra de Gilberto Freyre, especialmente em sua interpretação da cultura e da sociedade brasileiras, a partir do cotejo entre textos de Freyre e os livros de e sobre Nietzsche preservados em sua biblioteca pessoal, mantida pela Fundação Gilberto Freyre, no bairro de Apipucos, em Recife. Compreende o entendimento do conceito de perspectivismo em Nietzsche como um processo de identificação que, por um lado, estimula Freyre a questionar teorias evolucionistas, deterministas e racialistas predominantes, mas, por outro, justifica o uso e o abuso de Nietzsche. Para tanto, o artigo considera a intermediação da interpretação de Henry L. Mencken na leitura de Nietzsche por Freyre.

References (41)

  1. Nietzsche, F. A gaia ciência. São Paulo: Companhia das Letras, 2001, p. 240.
  2. Ibidem, p. 277.
  3. Nietzsche, F. Além do bem e do mal: prelúdio a uma filosofia do futuro. São Paulo: Companhia das Letras, 1992, p. 16.
  4. Ibidem, p. 107.
  5. Nietzsche, F. Assim falou Zaratustra: um livro para todos e para ninguém. São Paulo: Compa- nhia das Letras, 2011, p. 51-52.
  6. Dewulf, J. New Man in the Tropics: The Nietzschean Roots of Gilberto Freyre' s Multiracial Identity Concept. Luso-Brazilian Review, v. 51, n. 1, p. 93-111, jun. 2014, p. 103. O que nos faz pensar, Rio de Janeiro, v.32, n.55, p.67-95, jul.dez.2024 1921, p. 1.
  7. Freyre, G, 2006, p. 127.
  8. Ibidem, p. 41.
  9. Ibidem, p. 54.
  10. Ibidem, p. 42.
  11. Nietzsche, F. Aurora: reflexões sobre os preconceitos morais. São Paulo: Companhia das Letras, 2004, p. 265-266.
  12. Ibidem, p. 266.
  13. Ibidem, p. 267-268.
  14. Freyre, G, 2006, p. 110.
  15. Nietzsche, F, 2000, p. 272. Na tradução de A.-M. Desrousseaux: "L'exigence d'être aimé est la plus grande des prétentions." Cf. Nietzsche, F, 1921, p. 186.
  16. Ibidem, p. 132, tradução nossa. No original: "By nature, the youth was on guard against his emotions. His poetry, where one might reasonably expect the suppressed 'weakness' to show, is predominantly masculine, unemotional, even anti-emotional". 46 Ibidem, p. 161.
  17. Mencken H. L, apud Goldberg, I, op. cit., p. 163, tradução nossa. No original: "an aristocracy must constantly justify its existence".
  18. Goldberg, I, op. cit., p. 162, tradução nossa. No original: "This cruelty, -this echo of the Nietzsche who hated most of all the Socialists".
  19. Referências AMARAL, A. Os intelectuais e a constituinte. Diário de Pernambuco, Recife, ano 106, n. 191, p. 1, 23 ago. 1931.
  20. BRINTON, C. Nietzsche. 2. ed. Cambridge: Harvard University Press, 1948.
  21. DEWULF, J. New Man in the Tropics: The Nietzschean Roots of Gilberto Freyre' s Mul- tiracial Identity Concept. Luso-Brazilian Review, v. 51, n. 1, p. 93-111, jun. 2014.
  22. DIAS, G. Nietzsche no Brasil (1922-1945): modernistas e intérpretes do país. São Paulo: Editora Unifesp; Grupo de Estudos Nietzsche, 2023.
  23. FREYRE, G. Casa grande e senzala. Edição crítica, Guillermo Giucci, Enrique Rodrí- guez Larreta e Edson Nery da Fonseca, coordenadores. Madri; Barcelona; La Habana; Lisboa;
  24. Paris, México; Buenos Aires; São Paulo; Lima; Guatemala, São José: ALLCA XX, 2002.
  25. FREYRE, G. Da outra América. Diário de Pernambuco, Recife, ano 97, n. 277, p. 1-2, 23 out. 1921.
  26. FREYRE, G. Gilberto Freyre: "minha frustração é não ter sido governador de Pernam- buco". Entrevista a Lêda Rivas. Diário de Pernambuco, Recife, ano 155, n. 72, seção C, p. 1, 15 mar. 1980.
  27. FREYRE, G. Mencken. Diário de Pernambuco, Recife, ano 99, n. 247, p. 3, 25 out. 1923. FREYRE, G. Novo mundo nos trópicos. Trad. Olívio Montenegro e Luiz de Miranda Cor- rêa, revista pelo autor. São Paulo: Editora Nacional e Editora da USP, 1971.
  28. FREYRE, G. Ordem e progresso. São Paulo: Global, 2013.
  29. FREYRE, G. Tempo morto e outros tempos: trechos de um diário de adolescência e pri- meira mocidade (1915-1930). 2. ed. São Paulo: Global; Recife: Fundação Gilberto Freyre, 2006.
  30. GARCIA, A. L. M. Gilberto Freyre encontra Nietzsche: diálogo crítico e relevância histórica. Estudos Nietzsche, Espírito Santo, v. 7, n. 2, p. 8-28, jul./dez. 2016.
  31. GISEL, P. Perspectivismo nietzscheano e discurso teológico. In: Nietzsche e o Cristia- nismo. Trad. Lucia Mathilde Endlich Orth. Petrópolis: Vozes, 1981, p. 102-112.
  32. GOLDBERG, I. The Man Mencken: A Biographical and Critical Survey. New York: Si- mon & Schuster, 1925.
  33. LEFEBVRE, H. Nietzsche. Trad. esp. Angeles H. de Gaos. Ciudad de México: Fondo de Cultura Económica, 1940.
  34. NIETZSCHE, F. A gaia ciência. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
  35. NIETZSCHE, F. Além do bem e do mal: prelúdio a uma filosofia do futuro. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
  36. NIETZSCHE, F. Assim falou Zaratustra: um livro para todos e para ninguém. São Pau- lo: Companhia das Letras, 2011. Nietzsche em Apipucos O que nos faz pensar, Rio de Janeiro, v.32, n.55, p.67-95, jul.dez.2024
  37. NIETZSCHE, F. Aurora: reflexões sobre os preconceitos morais. Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
  38. NIETZSCHE, F. Humano, demasiado humano: um livro para espíritos livres. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
  39. NIETZSCHE, F. Humain, trop humain: première partie. Trad. A.-M. Desrousseaux. Paris: Mercure de France, 1921. vol. 2.
  40. PALLARES-BURKE, M. L. G. Gilberto Freyre: um vitoriano dos trópicos. São Paulo: Editora UNESP, 2005.
  41. REGO, J. L. do. O Nietzsche de Hitler. Diário de Pernambuco, Recife, ano 117, n. 173, p. 3, 26 jul. 1942.