O objetivo deste ensaio é apresentar as figuras do amor platonizante, do feminino e de suas anamo... more O objetivo deste ensaio é apresentar as figuras do amor platonizante, do feminino e de suas anamorfoses, o enamoramento em meio às contingências da subjetividade, do presente e do futuro incerto.
O presente artigo procura mostrar as razões pelas quais Walter Benjamin analisa o conceito de raz... more O presente artigo procura mostrar as razões pelas quais Walter Benjamin analisa o conceito de razão à luz de seus derivados constitutivos: o luto, a acídia, a melancolia e a alegoria. Distanciando-se do dualismo freudiano que postula uma separação entre luto e melancolia, a sinonímia benjaminiana é o fundamento em que o filósofo inscreve o retorno da acídia medieval no século XVII, isto é, ao tempo da revolução cartesiana e galilaica, no horizonte da psicanálise.
Resenha 1 O DIREIT O DIREIT O DIREIT O DIREIT O DIREITO À HUMANIDADE O À HUMANIDADE O À HUMANIDAD... more Resenha 1 O DIREIT O DIREIT O DIREIT O DIREIT O DIREITO À HUMANIDADE O À HUMANIDADE O À HUMANIDADE O À HUMANIDADE O À HUMANIDADE Olgária Matos Resenha de: Patto, M. H. S. (2000). Mutações do cativeiro: escritos de psicologia e política. São Paulo: Hacker. "Mutações do Cativeiro (Escritos de Psicologia e Política)" de Maria Helena Souza Patto, é também resistência ao cativeiro. Reunindo ensaios sobre a escrita da história em Michelet, o ofício do artista em Cézanne, a educação e a cultura, realiza a crítica à racionalidade política contemporânea, que, nas democracias ocidentais, atua segundo o abuso do poder econômico e a humilhação dos indivíduos, operando ativamente a exclusão social, não apenas dos direitos civis e políticos, mas sobretudo da educação e da cultura, que, para Maria Helena, constituem a quintessência da cidadania. Seu eixo encontra-se na concepção de cultura e de educação em tempos neoliberais, "pragmáticos", performáticos e globalizantes. No ensaio "Mutações do cativeiro (Caminhos da semiformação)" , a autora revela o modo de produção que transforma o cidadão em necessitado, a consciência pública em filantropia e a conseqüente tradução do indivíduo marginalizado à condição de "incompetente social". Ao tratar de uma pesquisa em educação realizada na Universidade de Yale sobre técnicas de aprendizagem e "inteligência emocional", para fins de "sucesso escolar", Maria Helena escreve:
This essay develops Benjamin´s conception of modernity as the return to the antique destiny and d... more This essay develops Benjamin´s conception of modernity as the return to the antique destiny and domination of chance. Baroque temporality -it is the hour of apparitions, because the spirits are ghosts with no history to whom time is spectral, in the middle of the way between what is real and what is unreal. From a political point of view, this is the time of the indetermination between democracy and absolutism, between the state of Right and the state of exception. The real state of exception is the utopia of a society without classes, without coercive power: the land of no Evil. Tragédia e tristeza constituem, no Drama Barroco Alemão, dois conceitos fundantes, aptos a proceder à hermenêutica do presente. Se o fenômeno trágico prende-se à Grécia antiga e à fatalidade, à tragédia barroca corresponde uma filosofia da história na qual encontram-se tensionados natureza e história, imanência e transcendência,chronos e kairós. Da tragédia antiga depreende-se o destino, força exterior e implacável, que transita entre os excessos heróicos e a ordem divina. A morte do herói trágico é teleológica, inteiramente vivida por uma necessidade interna que lhe é própria, assim encontrando-se consigo mesmo, o que confere identidade heróica ao herói. Diferenciando-se da tragédia grega, o Trauerspiel é a apresentação filosófica e histórica do presente que se tornou profano. Razão pela qual Benjamin anota: "não existe escatologia barroca". Porque a cosmotragédia grega desaparece com o protestantismo, Benjamin lembra que os autores das tragédias barrocas alemãs eram luteranos. Com isto, à teoria da história Benjamin associa uma filosofia da religião, uma
Resumo: Para Pierre Clastres, a linguagem do ocidente reduz e limita todas as coisas a sua medida... more Resumo: Para Pierre Clastres, a linguagem do ocidente reduz e limita todas as coisas a sua medida, a medida da identidade e da nãocontradição. O monismo centralizador, que marca a história do pensamento ocidental, constitui na supressão do heterogêneo e das diferenças. A partir do estudo das sociedades indígenas, sociedades sem Estado, Clastres deseja pensar a busca de uma linguagem que não queira dizer o Um, linguagem instituidora da sociedade na medida em que pensa ao mesmo tempo o Um e o outro, juntos. Tal é a busca da Terra sem mal, terra da verdadeira linguagem, distante da linguagem enganosa da identidade unificadora, pois nada do que existe pode ser dito segundo o Um.
História da Revolução Russa, como Marx antes dele, dizia não haver nada mais belo do que uma Revo... more História da Revolução Russa, como Marx antes dele, dizia não haver nada mais belo do que uma Revolução em seu começo, quando tão de perto se assemelha a um enamoramento. E da Comuna de Paris (1871) Marx escreveu: foi um "assalto ao céu". Por 72 dias as passagens e arcadas de Paris viram o retorno B UNITERMOS: revolução, utopia, heroísmo, violência, desejo, fetichismo. RESUMO: Considerando o Maio de 68 uma abreviação do tempo histórico que condensa várias experiências do político, este trabalho procura traduzir o passado no presente, no sentido benjaminiano da comemoração. Comemorar uma data significa nascer em cada novo aniversário. Procura-se mostrar uma verdadeira mutação do imaginário coletivo que desconhece a transcendência do poder e a eficácia de suas leis. O movimento não se pautou nem pelo ideário da "sociedade do espetáculo" nem por suas leis. Reunindo o poético e o político, afirmou a verdade triunfante do desejo. Seja compreendido como levante, revolta ou revolução, pode-se dizer ter sido um "ensaio" da revolução que, pela não violência, por uma generosa cultura do cosmopolitismo e do internacionalismo, indicou a passagem do "socialismo científico" ao socialismo, finalmente possível -o utópico. Reflete ainda sobre os ícones revolucionários e suas ressignificações, estabelecendo a diferença entre o herói mítico e o herói histórico, entre Lenin ou Trotsky, Rosa Luxemburgo ou Fidel e o mítico Guevara. Professora do Departamento de Filosofia da FFLCH-USP
DOAJ (DOAJ: Directory of Open Access Journals), Sep 1, 2007
Crash sem pentecostes 1 Olgária Chain Féres Matos 1 -Eis toda a terra uma língua-lábio una E pala... more Crash sem pentecostes 1 Olgária Chain Féres Matos 1 -Eis toda a terra uma língua-lábio una E palavras unas 2 -E eis no que viajavam para o Oriente E se depararam com um vale na terra de Shinar e pararam lá 3 -E disseram um para o outro vamos pô-los os tijolos no fogo e afogueá-los E o tijolo para eles foi como pedra-de-apoio e a massa de argila foi para eles argamassa 4 -E eles disseram vamos construamos para nós uma cidade e uma torre e seu topo no céu e façamos para nós um nome Ao inverso seremos dispersos sobre a face de toda a terra 5 -E baixou Ele-O-Nome para ver a cidade e a torre Que construíam os filhos-constructos do homem 1 O texto transcreve palestra proferida no ciclo "Entendendo o século XXI através do cinema", realizado no Centro Cultural da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), pelo Departamento de Cinema (Decine) da Unicamp, com curadoria do Prof. Dr. Fernão Ramos.
Diz-se do Renascimento que sua filosofia encontra-se, preponderante, nas obras de arte. Assim Min... more Diz-se do Renascimento que sua filosofia encontra-se, preponderante, nas obras de arte. Assim Minardi 2 , em suas preleções sobre Giotto: seus afrescos não representam sólidos, esferas e planos, traçados a régua e compasso. Sua geometria não esquadrinha o espaço, como a de Descartes -que reduz o mundo à sua figuração matemático-algébrica, à razão calculadora e à precisão. 3 O traço de Giotto vem de Platão e do céu inteligível. Seu círculo perfeito não é "espírito geométrico" mas "espírito de geômetra". Prepara ao "mais alto", ao "mais elevado". Traz em si "vestígios do invisível". Também Giordano Bruno, atribuindo à literatura e à poesia função moral e social, associa o verdadeiro filósofo ao verdadeiro pintor: "os filósofos são de certo modo pintores e poetas; os poetas, pintores e filósofos; os pintores, filósofos e poetas; e os verdadeiros poetas, os verdadeiros pintores e os verdadeiros filósofos se admiram e se apreciam reciprocamente" 4 . Também nas canções brasileiras encontra-se, com freqüência, uma elaboração musical e literária enunciando uma filosofia moral. Esta se constituiu na tradição da "medicina da alma" e "consolo da filosofia", pois ela se quer a ciência da vida feliz. Se é preciso pensar bem (filosofar), é para viver melhor:
Exilium Revista de Estudos da Contemporaneidade/Journal of Contemporary Studies is produced by th... more Exilium Revista de Estudos da Contemporaneidade/Journal of Contemporary Studies is produced by the Edward Said Chair of the Dean of Postgraduate Studies and Research at Unifesp and is dedicated to contemporaneity in its historical, geopolitical and cultural constitution, in all its thauma and wonder, as well as trauma and suffering. Focusing on issues of exile, exodus, voluntary or forced departure from war, racism, persecution or loss of symbolic and affective belonging, the Latin word exilium destabilises the belief that a mother tongue or place of residence define us, and reveal exilium as an opening to the Other, as a first foreign pharmakon, and simultaneously as a remedy to another life and the difficulties of living in strange and foreign countries. As Edward Said noted in his work Reflections on Exile on the Palestinian exodus from their lands with the founding of the State of Israel, a nation has been displaced and since then has been cast out in permanent refugee camps, and now extends to entire populations:
Na senda de Walter Benjamin, procura-se mostrarde que maneira o capitalismo e o estado de excecao... more Na senda de Walter Benjamin, procura-se mostrarde que maneira o capitalismo e o estado de excecaoem permanencia, tomando-se as metamorfosesdo conceito de fetichismo da mercadoria. Os efeitosdesrealizantes do trabalho abstrato e da proletarizacaodo conhecimento, com a cisao entre concepcao eproducao, por um lado, entre economia e politica deoutro, requerem novas formas de sociabilidade, emum mundo conhecido e dominado pela ciencia e pelatecnica, mas ainda “nao habitado”. Philia, cosmopolitismoe hospitalidade, contrapoem-se ao mundo defantasmagorias e do ressentimento, pois.
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