Papers by Geovana Da Paz Monteiro
TRABALHO E AÇÃO: uma perspectiva arendtiana sobre o ensino de Filosofia no contexto da lei 13.415/2017
Revista Húmus, Dec 13, 2022

Perspectiva Filosófica, Nov 1, 2021
Partindo de uma compreensão específica do processo evolutivo, poderíamos constatar que o desenvol... more Partindo de uma compreensão específica do processo evolutivo, poderíamos constatar que o desenvolvimento da vida humana pela via da racionalidade nos direcionou a uma lógica exploratória e egoísta face à qual nos encontramos hoje. Tal argumento encontra eco no pensamento do filósofo francês Henri Bergson (1859-1941) que, no final da vida, dedicou-se a pensar os fundamentos morais e religiosos da sociedade, cujo caráter fechado serviria de base a todas as formas de opressão e negação da diversidade humana. No entanto, a leitura do primeiro capítulo da obra As duas fontes da moral e da religião (1932), de Bergson, nos deixa antever um aparente paradoxo, qual seja: a fim de recriarmos nossos valores, a fim de transpormos o comportamento social fundado na lógica da inteligência, no individualismo, no confronto com o diferente, na exploração desenfreada das fontes naturais de vida e subsistência, na exploração animal, seria necessário não um retorno à natureza, mas sua superação. Afinal, segundo a ótica bergsoniana, a moral social se constituiu biologicamente pela via do fechamento e não da abertura, de modo que, a fim de repensarmos nossos hábitos ditos civilizados, uma mudança seria imprescindível, uma transposição daquela moral naturalmente fechada para outra em vias de alargar-se, tal como vislumbrada pelo filósofo na obra de 1932.

Griot, Dec 16, 2018
A metafísica tradicional, conforme Henri Bergson (1859-1941), via de regra, imobiliza o real tend... more A metafísica tradicional, conforme Henri Bergson (1859-1941), via de regra, imobiliza o real tendo por fundamento uma concepção estática do ser. Na contramão dos rastros deixados pelo kantismo, e opondo-se curiosamente à tradição, Bergson pretende recriar a metafísica como experiência imediata de um absoluto movente, a duração. De partida nos deparamos com um problema: em suas obras, a concepção de uma única duração reveste-se de uma aparente ambiguidade, afinal sua filosofia é conhecida por tratar de temas como multiplicidade, diferenças de natureza, continuidade, movimento, todos apontando para uma noção peculiar da realidade como criação. O suposto "monismo bergsoniano" guardaria, então, uma série de incompreensões e inconsistências, cujos textos do filósofo não teriam resolvido a contento e a literatura complementar, por sua vez, parece tratar o assunto insuficientemente. Assim, investigar a questão monismo/pluralismo no pensamento bergsoniano é algo central para a compreensão da proposta de uma nova metafísica. A partir da exegese de passagens da obra de 1907, A evolução criadora, discutiremos a compreensão da duração como totalidade, indagando até que ponto esta ideia remeteria ou não a uma visão monista do real. Afinal, uma leitura de Duração e simultaneidade (1922) deixou evidente para nós a defesa de uma duração absoluta, e, como vimos em Matéria e memória (1897), para Bergson, até mesmo a matéria dura. Mas até aí não se constata a tese monista, visto que a duração comporta vários fluxos e o próprio ensaio de 1922 se encarrega de esclarecer essa multiplicidade.
Dissertação apresentada ao programa de pósgraduação em filosofia da UFBA, como requisito parcial ... more Dissertação apresentada ao programa de pósgraduação em filosofia da UFBA, como requisito parcial para obtenção do título de mestre, sob a orientação do professor Dr. Olival Freire Júnior e co-orientação do professor Dr. João Carlos Salles Pires da Silva.

Griot : Revista de Filosofia, 2018
A metafísica tradicional, conforme Henri Bergson (1859-1941), via de regra, imobiliza o real tend... more A metafísica tradicional, conforme Henri Bergson (1859-1941), via de regra, imobiliza o real tendo por fundamento uma concepção estática do ser. Na contramão dos rastros deixados pelo kantismo, e opondo-se curiosamente à tradição, Bergson pretende recriar a metafísica como experiência imediata de um absoluto movente, a duração. De partida nos deparamos com um problema: em suas obras, a concepção de uma única duração reveste-se de uma aparente ambiguidade, afinal sua filosofia é conhecida por tratar de temas como multiplicidade, diferenças de natureza, continuidade, movimento, todos apontando para uma noção peculiar da realidade como criação. O suposto “monismo bergsoniano” guardaria, então, uma série de incompreensões e inconsistências, cujos textos do filósofo não teriam resolvido a contento e a literatura complementar, por sua vez, parece tratar o assunto insuficientemente. Assim, investigar a questão monismo/pluralismo no pensamento bergsoniano é algo central para a compreensão d...
Tendo em vista que a ciencia contemporânea constitui o horizonte no qual se situa o pensamento de... more Tendo em vista que a ciencia contemporânea constitui o horizonte no qual se situa o pensamento de Henri Bergson desde sua origem, buscaremos neste artigo discutir a passagem da obra de 1907, A evolucao criadora, na qual o filosofo elabora algumas ideias para certa cosmologia amparada na compreensao da duracao como tecido proprio do real. A descricao dessa cosmologia aparece-nos como o corolario de sua proposta de uma nova metafisica, agora dinâmica, cravada na experiencia, ou seja, na temporalidade.
A medida do tempo: intuição e inteligência em Bergson

Revista Perspectiva Filosófica - ISSN: 2357-9986
Partindo de uma compreensão específica do processo evolutivo, poderíamos constatar que o desenvol... more Partindo de uma compreensão específica do processo evolutivo, poderíamos constatar que o desenvolvimento da vida humana pela via da racionalidade nos direcionou a uma lógica exploratória e egoísta face à qual nos encontramos hoje. Tal argumento encontra eco no pensamento do filósofo francês Henri Bergson (1859-1941) que, no final da vida, dedicou-se a pensar os fundamentos morais e religiosos da sociedade, cujo caráter fechado serviria de base a todas as formas de opressão e negação da diversidade humana. No entanto, a leitura do primeiro capítulo da obra As duas fontes da moral e da religião (1932), de Bergson, nos deixa antever um aparente paradoxo, qual seja: a fim de recriarmos nossos valores, a fim de transpormos o comportamento social fundado na lógica da inteligência, no individualismo, no confronto com o diferente, na exploração desenfreada das fontes naturais de vida e subsistência, na exploração animal, seria necessário não um retorno à natureza, mas sua superação. Afinal,...

Religião, vida e sociedade: breve estudo a partir de Bergson e Freud
Trans/Form/Ação
Resumo: O artigo visa a indagar em que medida a religiosidade, observada a partir de seu contexto... more Resumo: O artigo visa a indagar em que medida a religiosidade, observada a partir de seu contexto originário, seria um dos meios encontrados pela civilização para abafar impulsos humanos primários tendentes à desagregação social e moral. A despeito dessa tentativa de controle, questiona-se o quanto tais impulsos ditos primitivos prevalecem em nossa constituição biológica, psíquica e social, de modo a justificarem comportamentos aberrantes tão comuns em nossa época. Tomam-se por base as ideias de Henri Bergson, presentes no segundo capítulo d’As duas fontes da moral e da religião, intitulado “A religião estática”, em cotejo aos argumentos de Sigmund Freud, apresentados, sobretudo, em O futuro de uma ilusão e Totem e tabu. Apesar da aproximação com as ciências sociais, segue-se a hipótese de que o livro de Bergson nutre um diálogo mais fecundo com a teoria freudiana, no que tange à compreensão da religiosidade dita primitiva em oposição, ou não, à civilizada.

O artigo aborda elementos para a compreensao de uma moral social no pensamento do filosofo france... more O artigo aborda elementos para a compreensao de uma moral social no pensamento do filosofo frances Henri Bergson (1859-1941), a partir da obra de 1900, O riso , em dialogo com algumas ideias apresentadas em seu ultimo livro, As duas fontes da moral e da religiao . Em auxilio a nossa interpretacao, faremos o cotejo com alguns textos de Sigmund Freud referentes a cultura e o comportamento humano em sociedade em fina sintonia com as ideias de Bergson. Embora O riso se pretenda um ensaio acerca da comicidade, o conteudo da obra extrapola o campo de um mero estudo acerca do comico nos entregando uma profunda reflexao estetica sobre o valor da arte, alem de uma critica implicita a ciencia atraves do confronto com outras teorias classicas do riso. Todavia, o que nos interessa no momento e o destaque insistente dado por Bergson a funcao social que o ato de rir comporta. O riso seria uma especie de ferramenta de ajuste dos comportamentos sociais. Suspeitamos, enfim, que haja naquela obra ele...
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