Revista de Estudos da Religião (REVER). ISSN 1677-1222, 2014
O artigo oferece uma releitura da Dissertação de Mestrado de Rafael Gonzaga deMacedo, intitulada ... more O artigo oferece uma releitura da Dissertação de Mestrado de Rafael Gonzaga deMacedo, intitulada Paul Harro-Harring: visualidade melancólica da escravidão no Rio deJaneiro-1840.
As pesquisas envolvendo as irmandades no período da Colônia e do Império espelham o dinamismo e a... more As pesquisas envolvendo as irmandades no período da Colônia e do Império espelham o dinamismo e a evolução da pesquisa historiográfica no Brasil. Olhar o percurso feito e o perfil interpretativo presente nas publicações relacionadas com o tema é surpreender-se sempre. O horizonte analítico tem se alargado desde o segundo quartel do século XX, tentando detectar os aspectos sóciopolítico e religiosos da única instituição organizada e dirigida por escravos e libertos nas sociedades escravistas. Para J.R. Russell Wood, as irmandades eram uma instituição portadora das aspirações e demandas dos negros. Os Rosários dos Angolas. Irmandades de Africanos e Crioulos na Bahia Setecentista, (REGINALDO, 2011) de Lucilene Reginaldo, insere-se na ponta desse longo processo interpretativo da natureza, das características e das funções das irmandades. Beneficiando-se dos estudos anteriores e dialogando com as pesquisas recentes sobre tema, coloca a pesquisa sobre as irmandades num novo patamar, o do horizonte Atlântico. Organizado em cinco capítulos, respectivamente: Devoções e Irmandades da gente de cor no Reino e nas Conquistas d' África; Na Bahia "não há lugar aonde Resenha recebida em 21 de maio de 2013 e aprovada dia 22 de maio de 2013.
Revista de Estudos da Religião (REVER). ISSN 1677-1222, 2012
No segundo semestre de 2010, a Companhia das Letras apresentou para seus leitores o novo livro do... more No segundo semestre de 2010, a Companhia das Letras apresentou para seus leitores o novo livro dos historiadores João José Reis, Flávio dos Santos Gomes e Marcus Joaquim Maciel de Carvalho, conhecidos estudiosos da diáspora. O Alufá Rufino.Tráfico, escravidão e liberdade no Atlântico Negro(c.1822-c.1853) reconstitui a vida de Rufino José Maria, tendo como pano de fundo o conturbado século XIX, com suas tensões tanto no âmbito internacional quanto no nacional. A obra é organizada em três partes.A primeira acompanha Rufino da África até a Bahia e suas andanças por diversas cidades do Império; a segunda narra sua vida de liberto envolvido com o tráfico negreiro; a terceira, sua prisão e atividade como guia espiritual de uma comunidade islâmica no Recife. Esta resenha estrutura-se em dois momentos: no primeiro, apresenta ao leitor os tópicos centrais do texto, para, em seguida, tecer breves considerações. Convencido de que todo o livro é uma viagem, faço um convite ao leitor para não deixar de embarcar no texto original, que traz no seu bojo toda a riqueza e pormenores da ampla pesquisa realizada por Reis, Santos e Carvalho. De escravo a liberto Rufino nasceu no poderoso reino escravocrata de Oyó, no seio de uma família muçulmana iorubá, que mantinha o costume de preservar os nomes étnicos, como o de sua mãe, Bixoumi, e Acochê, do seu pai. A população escrava de Oyó, na maioria haussás, vinha do norte, vítima de guerras e rebeliões endêmicas. Em Oyó, muçulmanos e praticantes da religião dos orixás viveram em paz até 1817, quando ocorreu a rebelião dos escravos haussás.A família de Rufino foi vitima do Alafin de Oyó. Preso pelo haussás, deportado pelo porto de Lagos para Salvador, ele chegou por volta de 1824-1825, em pleno conflito luso-brasileiro. Comprado por João Gomes da Silva, homem pardo, boticário, fornecedor por um tempo de remédios para a Santa Casa e para o Colégio Médico Cirurgião da Bahia, para ser cozinheiro, permaneceu na cidade por oito anos. Nesse período, Salvador viu crescer a população de africanos escravizados e também a tensão social. Inúmeras rebeliões eclodiram na cidade e na Província. Sua saída de Salvador ocorreu no período imediatamente anterior à abdicação de dom Pedro I. Em 1830 e início de 1831, Rufino chegou com seu novo senhor, o cadete Francisco Gomes, à província de São Pedro do Rio Grande do Sul, que se tornara importante compradora de escravizados para trabalhar nas charqueadas, elemento
Projeto Historia Revista Do Programa De Estudos Pos Graduados De Historia E Issn 2176 2767 Issn 0102 4442, 2008
A presença de inúmeros engenhos na região tornava-a economicamente sólida. Só nos últimos anos do... more A presença de inúmeros engenhos na região tornava-a economicamente sólida. Só nos últimos anos do século XIX, a província começou a sentir os refl exos da crise açucareira e das mudanças institucionais que ocorriam no país. Nesse período, Domingos Sodré, liberto em 1835, já era uma fi gura importante na capital da província, onde exerceu uma intensa atividade, até a sua morte em 1887. Para acompanhar a dinâmica cultural e religiosa e mais amplamente a sua experiência de vida, Reis optou pelo relato bibliográfi co, pois, "é possível fazer dessas histórias pessoais uma estratégia para entender o processo histórico que constituiu o mundo moderno e, em particular, as sociedades plantadas na escravidão que dele brotaram". 2 Organizado, em sete capítulos, com um rico anexo que possibilita ao leitor um contato com a documentação colonial, o que confere à leitura um sabor todo especial. Inúmeras fotos, em branco e preto, ilustram o texto dando um suporte visual aos relatos. O meticuloso Índice Onomástico facilita a pesquisa De Onim para Bahia Em 1882, Domingos, entre outras coisas, declarou no seu testamento ter nascido de pais legítimos, Porfi rio Argolo Araújo e de Bárbara de Tal, em Onim, um reino iorubá na África, frequentemente varrido por guerras fratricidas.
abertas. Nos caminhos do Papa Francisco, resultou da convergência de dois fatos: três anos do pon... more abertas. Nos caminhos do Papa Francisco, resultou da convergência de dois fatos: três anos do pontificado do Papa Francisco e um ano de caminhada do Observatório Eclesial Brasil. Membros ativos e colaboradores do Observatório-que se propõe a acompanhar as decisões, os discursos e as reformas do Papa Francisco e sua recepção na Igreja e na Sociedade-, escreveram o texto. Dez artigos compõem as três partes, intituladas Os desafios de uma reforma da Igreja; Caminhos e realizações e As utopias, as defasagens e os silêncios. Elas refletem os temas que o Observatório considera serem importantes para se compreender a atual conjuntura eclesial mundial. O livro é um convite para todos aqueles que acompanham, com esperança esta nova primavera eclesial e sonham com uma Igreja solidária. O Prefácio de Dom Angélico, a Apresentação de Sergio Torres González, a Introdução de Eulálio A.P. Figueira e Wagner Lopes Sanchez e o Posfácio de Walter Altman formam uma moldura precisa e rica para o livro, que deita raízes no presente com os olhos no futuro. No Prefácio, Dom Angélico relembra que o Papa Francisco inaugura um tempo de reforma, esperança e misericórdia para a igreja institucional e para o povo de Deus. Este é um tempo que somos convidados, unidos ao Papa Francisco, para lançar "as redes em águas mais profundas", caminhando, confiantes, de esperança em esperança, na esperança sempre! (DOM ANGÉLICO apud FIGUEIRA; SANCHEZ,2016, p.10).
Plura Revista De Estudos De Religiao Plura Journal For the Study of Religion, May 18, 2015
Máscaras que desafiam o tempo. Folias de Reis em São Thomé das Letras no sul das Gerais e em São ... more Máscaras que desafiam o tempo. Folias de Reis em São Thomé das Letras no sul das Gerais e em São Caetano do Sul no ABCD paulista Ênio José da Costa Brito * "A máscara tem muitos mistérios e o maior deles é o marungo que está por trás delas". (Marungo Wagner Ferreira, p. 91) "Ela [a máscara] é a essencia da Folia de Reis" (Priscila de Paula Gorzoni, p. 98)
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